Carro pela Europa 1 – CHEGANDO NA EUROPA

1 – CHEGANDO NA EUROPA


Nossa viagem começou agradável já a contar pelo trânsito fluindo bem de casa até o aeroporto, quando fomos conversando com amigos e parentes nós despedindo pelo telefone. Apesar da viagem ser a passeio e de alegria, muitas pessoas próximas se deságuam em lágrimas na despedida

No aeroporto um belo café em companhia de filhos e amigos sempre com conversas agradáveis e risos mas na hora da partida, choro e mais choro.

Ao mandar envelopar a nossa mala rosa descobri que o valor é alto para o serviço, R$40,00, mas que faz parte um seguro viagem e um seguro bagagem, desnecessário esta exploração, haja vista, muito provável, que o passageiro já ter contratado um seguro, como foi o nosso caso. Mas tudo bem. O objetivo era envelopar a mala rosa.

No check in fomos muito bem atendidos pelo funcionário da Gool.  Embarcamos em um vôo de uma hora até Guarulhos e depois noutro de quase 11 horas, em poltronas apertadas e ruído constante do ar condicionado, percorrendo 8.385 km até  Madri.

Chegamos em Madri em um aeroporto enorme mas muito bem sinalizado e apesar de uma bela caminhada conseguimos chegar no portão de embarque para Lisboa. No saguão policiais federais ficavam como caçadores escolhendo, espalhados e indiciando passageiros para uma revista em sala reservada. Estavam afoitos em busca de irregularidades. Dois passageiros vestindo a camisa da seleção brasileira foram levados para revista. Achei um pouco constrangedor a forma de abordagem dos policiais. Mas o aeroporto é bonito.

Voamos em um avião pequeno fabricado pela empresa brasileira Embraer que dentro de 45 minutos nos deixou em Lisboa. Interessante o vôo de pequena distância feito com avião menor. Poderíamos ter mais Embraer no Brasil.

 
No aeroporto nossa amiga Isabel estava nos aguardando com aquele belo sorriso de pura simpatia e até tirou uma foto da nossa chegada. No caminho já foi nos apresentando um pouco da cidade e nos levou até a nossa nova morada, no Areeiro, parte alta da cidade de Lisboa. 


Ainda no aeroporto um rapaz me abordou, falando espanhol, insistindo de forma veemente para que eu lhe desse dinheiro. Tive que falar um pouco mais alto que ele para se afastasse. Ao falar ele procurava chegar a uns 20 ou 30 centímetros do meu rosto. Consegui me livrar dele com olhar severo e com o tom de voz um pouco mais alto.

Nosso apartamento alugado é todo mobiliado, equipado com utensílios de cozinha, roupas de cama, mesa e banho, espaçoso e extremamente limpo. 


Arrumamos as malas, tomamos um belo banho de banheira para relaxar da viagem e saímos para comprar um vinho e voltar para saborear a deliciosa sopa de ervilhas acompanhada de pães que a Isabel preparou para nossa chegada. Depois de tudo, um bom e confortável sono para nos preparar para o dia seguinte.

Preparamos o café da manhã com o ótimo café do MOKA CLUBE, que nosso filho, caçador de cafés especiais, nos presenteou ainda no aeroporto em Curitiba.


Por volta de 11 horas, ainda sonolentos por culpa do fuso horário de 4 horas, a Isabel veio nos pegar para almoçarmos na casa dela, localizada numa Quinta a 13 km do centro de Lisboa.


Conhecemos seu simpático marido que, junto com a Isabel, nos mostraram a casa contando detalhes da construção e da decoração e, em uma sala especial, ele exibiu seus troféus de caça com cabeças empalhadas de enormes animais por ele abatido.

A Casa foi feita pela família dele a mais de 100 anos, construída com as paredes de sustentação de até 80 centimetros de largura, com pedras recortadas especialmente para cada parede. 


A decoração com mármores, madeiras e cristais de fina riqueza, obras de artes e móveis coloniais que enchem os olhos com uma beleza que impressiona. 

No almoço fomos agraciados com uma bela e deliciosa Cataplana, comida típica portuguesa, acompanhada de vinho e queijos especiais que não são vendidos no mercado. Na sobremesa vinho do Porto e frutas com mel.

Depois fomos fazer um tour pela cidade e a Isabel nos deixou no shopping para comprar creditos para o celular e internet. Consultamos 3 empresas e escolhemos um pré pago que deverá nos atender. Depois fomos ao mercado para abastecer a casa com petiscos e mais vinhos. O vinho de Portugal é muito gostoso e pode variar de 2 ou 3 até 650 Euros ou mais.

Saímos para procurar uma loja da empresa que nos vendeu o acesso a internet, em um pacote de 30 Euros, com créditos de 200 megas para cada telefone. Era apenas regulagem do telefone, tudo resolvido.  Ainda na loja a Ade começou a navegar e nem sequer prestava atenção no que o Nuno atendente nos dizia. Ele disse para ela “minha senhora. A senhora está parecendo minha mãe quando esta assistindo a novela, ninguém consegue falar com ela”. De surpresa, o Nuno, por pura simpatia, nos presenteou com um pacote de internet ilimitada por 30 dias, muito além do que havíamos comprado.

Saímos da loja e fomos passear pela Avenida Roma, com variedade de lojas comerciais, cafés e restaurantes, calçadas largas, planas e limpas e, em cada uma das esquinas principais, um monumento.


Entramos numa churrascaria onde dezenas de idosos se divertiam ao som de um brasileiro que fazia seu show com musicas dançantes do Brasil. No cardápio muita, salada, carne assada e feijoada.


Entramos em dois supermercados para conhecer produtos e os preços, que muito nos encantou. Em um deles duas mulheres afoitas pediam insistentemente alimentos para uma instituição de caridade. Abordavam os clientes dizendo que os velhinhos estavam com necessidade e que cada um tinha que doar algum tipo de alimento. Dois carrinhos já estavam cheios. Pelas ruas cinco ou seis mendigos saudáveis pediam dinheiro para comer. Eles pedem mas não insistem, desistem ao primeiro sinal de que não queremos dar.

Passamos por ruas movimentadas de comércio e o que nos chamou a atenção foi a quantidade de pessoas idosas que circulam pelas ruas ou ficam sentados nos cafés. Por aqui é bom seguir aquela importante regra de trânsito de manter a distância de segurança. Não dos veículos mas dos velhinhos. Eles andam sem pressa, param ou mudam de direção a qualquer momento e você pode facilmente colidir com a traseira de um deles. Alguns parecem que não conseguirão dar a partida novamente.

Nas praças dezenas deles se reúnem para jogar cartas e dominó, sempre muito bem agasalhados.

Existe um respeito visível dos motoristas, pedestres e atendentes para com os idosos. Passamos por várias instituições geriátricas, algumas particulares e a maioria mantida pelo estado.

Em casa colocamos as contas em dia, pagando contas pela internet e me dediquei um pouco mais escrevendo o blog, enquanto a Ade conversa alegremente com nossos familiares que querem saber detalhes de tudo.

Para o jantar, a Ade preparou um bacalhau à Gomes de Sá, abrimos um vinho e depois sentamos um pouco para ver TV.

Durante nossos passeios, por duas vezes pessoas elogiaram o Brasil mas não querem conhece-lo pessoalmente. Dizem sempre que é um país muito belo mas muito violento. Vendo na TV um programa policial da Record, entendi por que o medo. Bem que nossos produtores poderiam ter um pouco mais de discernimento e lavar nossa roupa suja em casa, evitando mostrar nossas desgraças na casa de outros povos.

Depois, matar um pouco da saudade dos nossos queridos que ficaram no Brasil, pelo Skype.

Domingo de sol e ainda frio, saímos com destino ao bairro de Belém, descendo do Areeiro e passando pelo centro da cidade.


Passamos por parques bem cuidados e alguns poucos prédios de arquitetura moderna, em meio a prédios antigos.

Pelas calçadas, poucas pessoas circulando e, apesar da limpeza, chama a atenção a quantidade de cocô de cachorro que não são juntados pelos seus donos. Outra diferença é a permissão de estacionamento de carros e motos nas calçadas. Um pouco atrapalha sim.


Infelizmente, por aqui também os pichadores atacam, pichando as paredes, portas e janelas dos edifícios, com um atrevimento que felizmente ainda não chegou no Brasil. Até os carros pichadores não perdoam.

Os prédios antigos apresentam um tom pastel, as janelas quase sempre ficam fechadas, os famosos (no Brasil) azulejos português estão em várias fachadas de casas e edifícios. As roupas estendidas nas janelas aparentam uma visão provincial.


Pelas ruas observamos muitos indianos e chineses comerciantes e africanos vindos principalmente de Angola. Os sorridentes angolanos andam em turmas, e chamam a atenção falando alto, gesticulando e muitos com roupas extravagantes. Eles começaram a vir para Portugal após a crise europeia e chegam com dinheiro comprando muitas coisas de pequenos e médios valores.


Fomos até um hotel onde pela internet indicava aluguel de carros. Conversei com o recepcionista e ele imediatamente pegou o telefone e falou com um amigo dele que faz viagens para turistas. Me passou o telefone e um senhor do outro lado tentava me convencer que eu deveria contratá-lo para que ele nos levasse por onde queríamos passar. Apesar de eu dizer que queria um carro sem motorista ele insistia dizendo que eu iria me perder, perder tempo e que com ele seria mais produtivo. Não deixava eu desligar o telefone e queria que eu o aguardasse no hotel. Consegui desligar e sai do hotel para procurar uma agencia de aluguel que, quase se negando, o recepcionista me informou. Acho que havia comissão no negócio.

Passeamos pelas praças e calçadas no centro da cidade, a cada praça um monumento quase sempre ilustrados com fontes de águas. Pessoas sentadas preguiçosamente esperando o tempo passar.

Turistas estão por todas as partes e por culpa da longa fila, deixamos para subir o Elevador de Santa Justa em outro dia.

Pelas margens do Rio Tejo, fomos até  o bairro Belém, onde enfrentamos uma fila para comer o famoso pastel de Belém, fabricado desde 1.837, seguindo uma antiga receita do Convento dos Jerónimos, ainda pelo mesmo processo artesanal. A doceria vende em média, 18 mil pasteis de nata por dia e o sabor é delicioso.

O Mosteiro dos Jerónimos, concluído em 1.517 é testemunha da riqueza dos descobrimentos portugueses. Guarda em seu interior uma das principais igrejas salões da Europa, abrigando em sua arquitetura fantásticas colunas, móveis, esculturas, pinturas e vitrais fabulosos.

O Mosteiro também guarda os túmulos de dois grandes personagens portugueses, muito conhecidos e admirados também no Brasil. Luíz Vaz de Camões, poeta maior da literatura portuguesa e Vasco da Gama, navegador português que estabeleceu a ligação por mar entre Portugal e a Índia em 1.407.

O Mosteiro dos Jerónimos e suas histórias é um lugar no tempo, que traduz uma  das escritas de Camões “o mito é o nada que é tudo”. Aqui a história ainda está viva.

Passamos por uma praça que no primeiro domingo de cada mês, acontece uma feira de antiguidades, onde a Ade ficou deslumbrada, pegando e conhecendo dezenas de peças.


O Infante Don Henrique (1.460) é homenageado no Monumento dos Descobrimentos, em forma de caravelas, com estátuas de heróis desbravadores portugueses.

Do alto do monumento se tem uma bela visão de Lisboa, do Rio Tejo e a Ponte 25 de abril.

Fomos até a famosa Torre de Belém, um dos monumentos mais expressivos do nacionalismo português, todo rodeado por decorações do brasão de armas de Portugal.

Ao lado da Torre, enaltecendo ainda mais o nacionalismo português, fica o Monumento aos Combatentes do Ultramar, com centenas de nomes homenageados, esculpidos nas pedras de mármores, mantidos por um artesão solitário, neste momento supervisionado pela Ade. Fomos agraciados pela troca da guarda ao som do hino nacional português, tocado em um alto falante.

Pegamos o ônibus elétrico e fomos até a estação do Metrô, de onde voltamos para casa, cansados e satisfeitos com as histórias que remetem também ao nosso passado.

No outro dia, em uma loja de veículos, o vendedor tentou me vender um veículo popular por 750 euros, ano 98, em bom estado, dizendo que com ele poderíamos rodar a Europa toda e depois ele ainda o compraria de volta. Se considerarmos o valor do aluguel é realmente um bom negócio. A conservação do carro é confiável e a garantia é que ele passou pela inspeção veicular.

Paramos para admirar a cidade do Miradouro da Senhora do Monte, depois da igreja da Sé, de onde se tem vista de pelo menos a metade de Lisboa.

Andando pelas ruas é fácil perceber o respeito dos motoristas para com os pedestres. Os veículos param imediatamente quando um pedestre quer atravessar uma rua e não somente pela faixa de segurança. Por aqui o motorista deve ficar atento por que o pedestre entra pela rua com a certeza de que o motorista irá vê-lo e parar.

Procurando apartamentos para aluguel em uma cidade menor, entramos em uma imobiliária em Lisboa e um senhor nos atendeu muito bem, ficou com meu telefone dizendo que iria procurar. Eu e Ade conversamos com ele explicando o tipo de apartamento ou casa que gostaríamos de alugar em uma outra cidade menor. Mais tarde ele me ligou e disse que havia encontrado um apartamento todo equipado e me explicou detalhes do imóvel. Quando eu disse a ele que eu e Ade iríamos conversar com ele no dia seguinte, ele disse: mas é para duas pessoas? Eu disse: sim. Então ele disse que teria que procurar outro por que aquele era para somente uma pessoa. O engraçado é que eu e Ade conversamos com ele, falamos ser do Brasil, casados, que estamos passeando… e mesmo assim ele procurou apartamento para uma pessoa, foi engraçado e lembrou as peripécias dos portugueses contadas no Brasil.

Opa! Que coisa linda!


HOJE É UM DIA ESPECIAL, 13 DE ABRIL É O DIA QUE DEUS NOS MANDOU UM PRESENTE QUE EU PRECISO LEMBRAR COM LETRAS MAIÚSCULAS.

É ANIVERSÁRIO DA SOPHIA, UMA PESSOA QUE COMPLETA HOJE 3 ANOS, COM UM BRILHO QUE AUMENTA A CADA DIA E ENCANTA A TODOS.

ASSIM A VOVÓ MANDOU HOJE UM TEXTO PELO FB:

“Hoje é aniversário de um anjo que chegou para enfeitar de paz a nossa vida, parabéns meu amor que o pai celeste te conceda muitos anos de vida e todos eles com saúde e energia, que seus caminhos sejam iluminados pelos anjos que estarão sempre a te proteger e a te abençoar, que neste dia todas as alegrias sejam tuas. Beijos, te amamos muito. Vovó e vovô”.

Estamos acompanhando a festa pela internet, com recados a cada novo fato enviados pela Paula pelo Whatsapp e, com a ajuda do Beto, cantamos o parabéns pelo Skype com todos os presentes na festa em Curitiba.

FELIZ ANIVERSÁRIOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

 

2 comentários sobre “1 – CHEGANDO NA EUROPA”

  1. Hi there! This post could not be written any better!
    Going through this article reminds me of my previous roommate!
    He always kept preaching about this. I will forward this article to him.
    Pretty sure he will have a good read. Many thanks for
    sharing!

  2. Que bom que conseguimos ligar o skype para ver o aniversário da Sophia! As fotos estão lindas, e a narrativa muito gostosa de ler e se perder onde quer que estejam. Tenham uma ótima semana, estarei acompanhando…beijinhos

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