Motorhome pela América 12 – TERMAS DO URUGUAI (I) – GUAVIYÚ

12 – TERMAS DO URUGUAI (I) – GUAVIYÚ


Para chegar na região das águas calientes uruguaias passamos por duas cidades com nome de mulher, Dolores e Mercedes. São cidades grandes para um País pequeno, com poucas árvores, poucas sombras e um calor acima dos 35 graus.

Estacionamos em frente à igreja matriz em Dolores, para falar com nosso filho Hugo e nossos netos Sophia e João Maurício. Foi meia hora para amenizar a saudade.

Depois passamos em Fray Bentos e Paysandú, às margens do Rio Uruguai. Por indicação daquele mesmo cara que orientou o lugar que atolamos a Caca, fomos visitar Fray Bentos e adivinhem. Quase nada de muito bonito pra ver.

Esse cara é bom na indicação

Já fomos até lá, pesquisei um pouco sobre a cidade e descobri que Fray Bentos é considerada la cocina del mundo (cozinha do mundo), por conta da grande quantidade e qualidade da carne ali produzida. A cidade fornece não somente a carne, mas o extrato de carne, um dos principais alimentos dos soldados em diversas guerras regionais e nas duas últimas grandes guerras mundiais.

 

Seguimos para as águas termais de Guaviyú, um belo complexo para o deleite dos moradores da região e alguns poucos turistas.

O Centro Termal vem evoluindo desde a sua descoberta, em 1957, quando o Uruguai nadava em dinheiro e o governo investia milhões para perfuração de poços para encontrar petróleo. Não encontraram o ouro negro neste poço, mas descobriram águas quentes a 1.109 metros de profundidade.

Já em seguida a perfuração dos poços, como não encontraram petróleo, começaram a explorar o entretenimento nas águas termais, extraindo água quente direto do Aqüífero Guarany, com temperatura média a 39 graus centígrados.

São várias piscinas a céu aberto e cobertas, para adultos e crianças. Funcionam até às 23 horas e a ordem não é nadar a sim relaxar. Todo mundo fica morgado. As crianças se acabam de tanto brincar.

No princípio era apenas duas pequenas piscinas, uma para homens e outra para mulheres e crianças. Depois um comerciante construiu um quiosque onde vendia conveniências. Depois outro e outro e agora tem varias restaurantes, supermercado, farmácia, lojas de presentes, internet, enfermaria, ambulância, guarda vidas, banheiros, hotel com casas e cabanas, uma vila de moradores locais e um camping bem estruturado.

Nem tudo é água caliente. Tem um rio que margeia o complexo onde a pesca e a frescura da água contrapõe o calor das piscinas, das torneiras e dos chuveiros.

No camping foi chegando gente para o fim de semana e nós continuamos fazendo amizades. Uma família se instalou ao nosso lado e dois jovens, fanático por futebol, logo se aproximaram, olharam, perguntaram e ficaram para uma longa conversa, principalmente sobre futebol. O menor sempre queria saber quem eu escolhia perguntando:

Neymar ou Messi?  Messi ou Cristiano Ronaldo?  Cavani ou Soares?

Eu escolhia sempre um dos dois nomes que ele citava. Depois veio Jessica muito envolvida com política, conhece e participa, pendendo mais para a esquerda e insatisfeita com alguns temas. Ela nos deu várias dicas de lugares para visitarmos durante a expedição. Trocamos endereços e ela em seguida mandou um email dizendo:

Estimados Adenilde y Mauricio: 
Deseo aun disfruten en tierras uruguayas y si ya piensan segur viaje no olvidenlevantar el sobre en Agencia Central Terminal.

Un gusto haberlos encontrado, los chicos apreciaron la charla "futbolera" como buen uruguayo y brasilero que se encuentran.

Excelente periplo por Argentina y sus otros destinos,cuenten con nosotros en loque podamos aportar a vuestro viaje,  un abrazo a ambos: Yessica

Já estamos quase uruguaios falando espanhol (mais para portunhol), dormindo após o almoço (alguns dias) e até para assar uma carne. Primeiro fazemos a fogueira até criar as brasas, depois jogamos a brasa em baixo da carne que fica numa grelha e seguimos alimentando de brasa até a carne ficar pronta. Não se usa carvão e sim madeira da próprio local.  Para virar uruguaio, só falta o mate, que ainda não provamos.

Estamos só no tererê.

A região de Paysandú tem ainda as Termas de San Nicanor, com águas a uma temperatura de 45 graus centígrados e as Termas de Almirón, a única de águas salgadas do Uruguai, indicada para tratamentos medicinais.

Seguimos para a próxima água caliente.

2 comentários sobre “12 – TERMAS DO URUGUAI (I) – GUAVIYÚ”

  1. Obrigada por compartilhar conosco essa viagem maravilhosa.
    Fico sempre aguardando o próximo capítulo.
    Boa viagem e até o próximo capítulo.

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