Carro pela Europa 18 – LONDRES – INGLATERRA

18 – LONDRES – INGLATERRA



Levantamos cedo para pegar a Van que levou a gente do hotel até o aeroporto. Lá encontramos com a Rose, dia de sol, saímos de Amsterdam às 9:55 e chegamos em Londres às 9:55. Com relação ao dia não perdemos nada e com relação ao corpo, um pouco mais de cansaço físico.

O Vôo foi um pouco tenso, parecia que o avião estava rodando em estradas de lama, dançando na pista aérea. Não deu medo. O piloto conseguiu um belo pouso em um pequeno aeroporto na região metropolitana de Londres.


Aterrizamos na poderosa terra da rainha ou na terra da poderosa rainha.


Pegamos um trem, depois outro trem, depois o metrô e finalmente um ônibus para chegar em nossa nova casa. Do aeroporto até nossa casa, demorou o dobro do tempo do que de Amsterdam a Londres.


Um rapaz nos aguardava para mostrar o apartamento e nos instalamos. O apartamento foi deixado pelo proprietário tal qual ele usa diariamente, com seus pertences particulares todos à disposição e, por recomendação dele, poderíamos usar tudo que fosse necessário, inclusive verduras da pequena horta que ele mantém no quintal.

Casa arrumada, saímos para conhecer a terra que tem dono, ou melhor, dona. Os ingleses gostar de dizer que tudo por aqui pertence a Rainha. A família Real é venerada por todos.

Fomos de ônibus, no segundo andar, felizes por andar no famoso. Nos dois andares cabem muitas pessoas, ele é estreito e alto. Trafega no trânsito com a desenvoltura dos carros menores. 


É tenso observar o trânsito na mão inglesa. A toda hora parece que estão errados. Dizem os ingleses que a forma de trafegar deles é a correta, o resto do mundo está errado. 

Uma história conta que eles mudaram o volante de lado por que a maioria dos soldados eram destros e, colocando o volante do lado direito, ganhavam na capacidade de ataque, pois, os motoristas atiravam também. 

Na estação que fomos para comprar o passe de metrô e ônibus para uma semana, o guiche estava fechado, então compramos bilhetes individuais. Quando falamos com um senhor que trabalha na rede, ele abriu a catraca, nos deixou passar sem pagar e orientou para que fossemos até a próxima estação para pedir o reembolso dos bilhetes e comprarmos o passe. Foi o que aconteceu. Na estação seguinte o dinheiro foi devolvido e compramos o passe. 

Bem o pessoa do hotel que não devolve troco em Amsterdam poderia fazer um estágio em Londres.


Próxima parada, Westminster. Ao sairmos da estação uma primeira emoção. Ficamos de frente com o famoso Big Ben, que logo em seguida disparou suas badaladas. A emoção não era só nossa. Dezenas de pessoas fotografavam a torre do relógio famoso de todos os ângulos.


Mais alguns metros, outra famosa despontava agigantada ao lado do, também famoso Rio Thames, que atravessa Londres. A London Eye, segunda roda gigante mais alta do mundo, com 135 metros do solo e uma vista que alcança 40 km em qualquer direção. Uma média de 10 mil pessoas passeiam por dia na roda gigante e, portando, não basta querer ir lá e dar uma voltinha. É preciso comprar os ingressos com antecedência.

Vagando pelas ruas, paramos para uma comer uma salada e continuamos rumo ao St. James’s Park, passando por prédios do governo britânico, praças, monumentos e igrejas fantásticas. Percorrendo a pé, sem pressa e sem muita preocupação de quando tempo iria demorar. 

Paramos várias vezes para registrar em fotografias, comentar os detalhes, conhecer muitas coisas que só vimos por fotos ou filmes, como na cabine telefônica londrina.



Para chegar ao Palácio, passamos por dentro do St. James’s Park, jardim oficial da realeza. Nos caminhos do parque tem placas de bronze com inscrições das realezas que caminham por ali. O cuidado com o jardim é digno dos reis.

Chegamos ao Palácio de Buckingham, onde acontece a famosa troca dos guardas, por sinal, os guardas ficam bem guardados. Não é possível chegar perto. As fotos são feita a uns 50 metros de distância. Nós vimos apenas a guarda. A troca acontece às 11 horas e fica uma multidão para assistir a marcha dos bonequinhos. 


Este guarda estava quase a pegar no sono. Se a Rainha descobre ele vai para o calabouço. A atração é muito importante para o turismo da cidade e, dizem que erros não são admitidos.


O Palácio Buckingham é uma das residências oficiais da monarquia britânica. É o local de entretenimento real, onde acontecem todas as visitas oficiais de Chefes de Estado. A família poderosa mora, quase sempre, no Palácio de Windsor, 40 km de Londres.

Pegamos o metrô e paramos no Soho. Ao sairmos da estação outra emoção ao avistar a multidão que passeava descontraída, bebendo e fazendo compras nas várias belas lojas de departamentos, museus, restaurantes e ruas em torno da praça.

No metrô, na rua e na praça é comum encontrar com belos artistas fazendo show em troco de moedas ou somente para mostrar sua arte. Alguns que paramos para assistir, foi um espetáculo.

Andamos, meio perdidos, buscando no mapa onde ir, chegamos até o bairro chines China Town. Comemos algumas iguarias, escolhendo no cardápio de alguns restaurantes que ficam na vitrine. Bem fácil de entender.

Pelas ruas de Londres se vê de tudo. Pessoas bem arrumadas, largadas, coloridas, estranhas ou simplesmente diferentes.


Recentemente eu fiz uma análise da Copa do Mundo de Futebol que estava acontecendo no Brasil. Tentei amenizar as críticas infundadas, mostrando que uma Copa do Mundo traz grandes vantagens para o país sede. Uma amiga gostou do comentário, compartilhou e pediu que eu fizesse uma análise sobre a saúde pública. Confesso que não queria fazer a análise mas, como tive que usar serviço médico na Inglaterra, segue aqui minhas impressões.

Durante o passeio pelo centro de Londres, comecei a sentir fortes dores. Poderia ser uma infecção urinária ou, mais uma vez, uma pedra saindo do rim. A cada instante eu queria ir a um banheiro, a dor aumentava e voltamos para casa mais cedo.

Em casa, decidi que deveria ir procurar um médico. A Paula foi se informar com nosso vizinho e ele imediatamente se prontificou e nos levou com seu carro até um hospital, que tinha um gato preto enorme no telhado. 


A crise estava terrível, muita dor, calafrios e o gato preto no telhado, logo pensei… Pronto! vou sarar. 

Na recepção da emergência fui atendido quase que imediatamente, pediram somente o passaporte. A médica fez uma anamnese, dois comprimidos para amenizar a dor e me levaram para a UTI. Soro, mais comprimidos, injeção na veia, exame de sangue, exame de urina, exame de mucosa, medição da febre, exame da virilha e raio X. 

Passado um tempo, a médica chefe veio me avisar que eu teria que ficar internado por 24 horas, para que investigassem melhor o que estava acontecendo. Logo depois veio o diagnóstico. Era uma severa infecção urinária. Mais medicamentos e me levaram para um quarto, muito bem equipado. 


Já tive uma infecção urinária ou pedra no rim, que foi tratada em Curitiba. Lá o médico prescreveu um coquetel, aplicou na veia, a dor passou imediatamente e ele me deu alta, duas horas depois. Em Londres eles investigam tudo com detalhes. 

Me colocaram uma pulseira de identificação, tabuleta no pé da cama e uma placa na cabeceira com um cartão vermelho, que eu não sei o que significa, mas expulso eu não estava.

Ade e Rose voltaram para casa e Paula ficou comigo como cuidadora, tradutora e, acima de tudo, parceira na minha agonia. Não descuidou um só momento e mesmo com sono esteve sempre atenta. 

No início da madrugada, sem dor, a fome apareceu. Paula foi até o Mc Donalds e trouxe lanche para nós dois.

Ao amanhecer a dor voltou. Mais visitas ao vaso sanitário, mais um frasco de soro, mais comprimidos e a dor amenizou.

Dormi um pouco e Paula fingia dormir mas estava a me cuidar. Acordei para o café da manhã com suco natural, bolacha, pão com manteiga, geleia e café com leite para nós dois. 

Um terceiro frasco de soro, mais injeções e a dor foi embora de vez. Eu e Paula conseguimos dormir um pouco após o café, às vezes acordávamos com  gemidos de outros pacientes.

Uma moça uniformizada de garçonete, e era mesmo, me trouxe um cardápio para eu escolher qual a comida para o almoço. Escolhi um prato com carne de ovelha, purê de batatas e legumes. De sobremesa um pudim de chocolate com creme. Tinham várias opções de refeições e cada paciente pode escolher. 


Eu já estava bem melhor, nada sentia e mesmo assim uma enfermeira se ofereceu para me dar um banho. Disse a ela que não era necessário e ela deixou um kit com escova de dente, creme dental, pente, shampoo, barbeador descartável, sabonete, meias, toalhas para o banho e mais algumas coisas. A Paula, no papel de cuidadora, também ganhou alguns itens de higiene pessoal.


No hospital tudo é muito limpo, muitas pessoas para atender e a todo instante um médico ou enfermeiro se aproximava. Sério. Depois eu contei, relembrando o atendimento, foram 26 profissionais do hospital que conversaram comigo. 

Após o almoço, uma médica veio me visitar, me entregou um histórico e comentou sobre as conclusões deles. Entregou remédios para levar, orientou sobre o uso, me deu alta e ofereceu o hospital para uma investigação mais profunda, caso a dor voltasse. 

Ufa! Ainda com cara de doente, mas liberado e sem dor, restava saber da conta. Quanto eu teria que pagar pelo bom atendimento, exames, consultas, medicação, refeições e pernoite no hospital. Fomos perguntar na recepção e a resposta veio com um sorriso da atendente: “Vocês não tem que pagar nada”.

Era domingo a tarde, sol brilhando em Londres. Depois de um belo banho e um breve descanso, saímos novamente para passear, pensando em recuperar os dois dias que nós quatro perdemos com minhas dores.

De ônibus chegamos ao centro para conhecer um pouco mais da cidade. No caminho, notei que os pontos de ônibus são voltados para a calçada. Seria para que os veículos não molhem os passageiros em dias de chuva? Seria para proteger os passageiros do frio?. Não sei, mas aqui tem mais coisas ao contrário. 


Andamos pelo Piccadilly, onde muitas pessoas ficam sem fazer quase nada, observando tudo que acontece. 


Muitos ficam na calçada para ver a passagem dos carros esportivos. A todo instante passa um mais belo e mais potente, sempre impecáveis na aparência e fazem a alegria dos observadores, acelerando suas máquinas espalhando sons fantásticos dos motores de altas cilindradas. Não tem velocidade na brincadeira. Somente para mostrar o carro e o ronco do motor.


Encontramos um restaurante do famoso chefe de cozinha Jamie Oliviers, polêmico na comida e nas questões sociais. 


Restaurante lotado, aguardamos uma mesa para quatro, fizemos o pedido e ficamos conversando, bebendo, comendo os petiscos de entrada e nada da comida ser servida. Por umas três vezes o garçom veio dar explicações que eles estavam com problemas na cozinha e que logo seríamos servidos.


Apesar de estarmos bravos com a demora, o local é agradável e esperamos pacientemente e até fazendo brincadeiras sobre a falha na pontualidade britânica. 

Enfim chegaram os pratos preparados com as receitas do Jamie Oliviers. Saboreamos a bela refeição e chegou a hora da dolorosa conta. Apesar de caro, a comida é bastante e tanto a Paula, como a Ade e a Rose, não conseguiram comer tudo que foi servido. Eu comi o meu e ainda provei os delas.


Quando o garçom chegou com a conta, uma surpresa. Ele veio com um pedido de desculpas pela demora no atendimento e disse que a conta era por conta da casa e nós não pagamos nada. 

Olha os sorrisos de quem comeu, gostou e não pagou.


Continuamos nosso passeio pelo centro, passamos por algumas ruas com poucas pessoas, próximo da meia noite e as lembranças de filmes vem à mente, aumentando um pouco mais a tensão de cruzar com um Jack, ou um Harry, ou um Sherlock, ou um Drácula ou alguém da Saga do Crepúsculo.


Pegamos o metrô de excelente qualidade, limpo, rápido, pouco tempo de espera, quase sempre tem lugares para sentar e atende quase toda a cidade. 


Com o mapa na mão é possível conhecer Londres pelo metrô.


Pela manhã, ônibus e metrô novamente. Confesso que estou me sentindo uma minhoca de tanto andar no subsolo. 

Fomos até o
 Camden Town Market, um mercado onde se vendem de tudo para  todos os gostos. Pessoas circulam para todos os lados e vendedores ficam assediando compradores.
No local tem várias ruas apertadas, cercadas de lojas com produtos finos e populares. Aqui também é aceitável a negociação para descontos.
Os alimentos de várias partes do planeta, são oferecidos aos gritos pelos garçons, que tentam seduzir os famintos com pequenos pedaços para degustar. Se desejar, você pode sair da feira alimentado com pedaços de alimentos chineses, tailandeses, japoneses, mexicanos, italianos, brasileiros e tantos outros.
Fomos visitar os museus no South Kensington e passamos por uma estação de Metrô que deveria ser chamado de “quilometrô”. Novamente me sentindo uma minhoca, andando por longos corredores, subindo e descendo escadas por baixo da terra.
 
No 
Museu da História Natural, Vimos um fantástico acervo, com mais de 70 milhões de espécimes de plantas, mamíferos, minerais e fósseis, que formam o maior e mais importante acervo de história natural do mundo.


O prédio em que está instalado, Waterford Building, construído em 1.881, impressiona com suas paredes, colunas, piso e tetos em cada pavilhão. O edifício é uma atração à parte com sua magnitude arquitetônica.

A quantidade de pássaros empalhados impressionam pelas espécies tão diferentes, algumas assustadoras. Ficamos encantados.


A galeria mais visitada é a dos dinossauros com dezenas de fósseis e esqueletos em tamanho natural. O que mais chama a atenção é o T-Rex, réplica em tamanho natural, com movimentos e efeitos audiovisuais que parece estar vivo.

Depois entramos no
 Museu da Ciência, onde acervo de máquinas guardam exemplares da antiga e da moderna mecânica.
Naves espaciais, aviões, carros, caminhões, motocicletas, bicicletas, trens, máquinas agrícolas e motores estacionários fazem parte do acervo.

O Science Museum de Londres conta a história da ciência através de exemplos práticos e interatividade que encanta a todos que gostam de tecnologia. A inovação tecnológica é tratada do início ao fim da visita.

A história do DNA, da sexualidade, da Psicologia e da inteligência são detalhadas também com jogos interativos. As modernas impressoras 3D impressionam pela perfeição na reprodução de objetos.

Fomos conhecer a rua que ficou famosa depois de uma foto que ainda hoje é muito reproduzida.
 A Abbey Road, que ficou imortalizada depois que quatro garotos de Liverpool, pousaram para uma foto que virou capa de disco.

Na faixa de segurança mais famosa do mundo, que fica em Londres e muitos pensam ser em Liverpool, não existe nada de especial. O trânsito flui normalmente, é uma rua movimentada e atrapalha muito na hora de fazer a foto imitando os imortalizados Beatles atravessando.
É muito engraçado ficar algum tempo no local. Turistas do mundo todo chegam a todo instante, fazem filas para a pose original, driblando os carros. 

Alguns motoristas ficam bravos e buzinam para que saiam do caminho. Pela quantidade de gente, bem que poderia ter um semáforo ou um policial a organizar o trânsito no local.

Depois de muito riso, espera na fila e tentativa de refazer a pose original, preocupados com os carros, fizemos também a nossa amostra, com a ajuda de um fotografo japonês que também aguardava para fazer sua pose. Eu Ade, Paula e Rose paramos o trânsito para fazer esta imitação nada perfeita da pose original.

Novamente debaixo da terra, fomos até
 Tower Bridge. A famosa ponte de Londres, toda pomposa, que permite a passagem sobre o Rio Tâmisa. Com suas duas belas torres, ela encanta pela beleza arquitetônica diferente de todas as outras pontes. 

Londres é mesmo sensacional e merece toda fama que tem. As pessoas são bonitas, educadas, gentis e a cidade bela e limpa, convive com a harmonia do antigo preservado, com o moderno tomando seu espaço.

Já noite, chovendo, cansados, tristes por deixarmos Londres e por que Rose vai embora. 

Apesar de eu e Ade nos comunicamos pouco com a Rose, ela não entende português e nós enteemos pouco inglês, foram dias de alegria, respeito, carinho, ajuda e muito treino com a linguagem corporal. Valeu Rose. Vamos aguardar sua visita ao Brasil.


Voltamos para casa e saboreamos mais um belo jantar, enquanto falávamos com Hugo, Bruna e Sophia, pelo Skype.


Dia seguinte, arrumamos as malas, entregamos a casa, circulamos como minhoca novamente até a Euston Station, onde muita gente circulava e os policiais com cães farejavam afoitamente pessoas e malas.


Nos despedimos da Rose, que seguiu para o aeroporto, voltando para sua casa na Holanda. 

Nós pegamos o trem em Londres e seguimos rumo a Liverpool.







 
 





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