Motorhome pela América 21 – BAHIA BLANCA E A FASCINANTE LAS GRUTAS

21 – BAHIA BLANCA E A FASCINANTE LAS GRUTAS


Em todas as estradas, a cada 50 quilômetros ou menos, encontramos bandeiras vermelhas e pequenas casinhas também vermelhas expressando forma de veneração popular. Não é do movimento sem terras, nem do PT e acho que muito dos comunistas, mas é quase isto. O Vermelho vivo é a cor que representa o

Gauchito Gil.

O Gauchito é uma figura religiosa, objeto de devoção popular na Argentina, não reconhecido pela liturgia católica. Gauchito é o apelido de Antonio Momento Gil Núnes, que nasceu na Província de Corrientes, em 1840 e foi assassinado em 1878.

Gauchito era um trabalhador rural que se casou com uma viúva rica e foi odiado pelos irmãos da viúva e pelo chefe de polícia que também se interessava pela mulher. Para fugir do perigo, Gauchito se alistou como soldado e foi combater na Guerra da Triplice Aliança, mas fugiu do exercito e continuou como justiceiro defendendo seu partido político e se tornou uma versão do Robin Hood que saqueava os ricos para dar para os pobres.

Como desertar era um grave delito, foi capturado, colocado com os pés numa árvore de espinhos e em seguida

Gauchito foi degolado

Na hora da morte, Gauchito pediu para que rezassem em seu nome para que enfermos fossem curados. Um rezou, outro rezou, deu certo e começaram a construir santuário vermelhos, cor de seu partido, iniciando um movimento de fé que vem crescendo até hoje. O cara comoveu muita gente e, após sua morte, começou a ser tratado como um santo, não somente na Argentina. Tem santuário dele também no Uruguai, no Chile e até na Espanha.

As estradas também servem para homenagens aos mortos. Falando em mortos, vimos poucos cemitérios tanto no Uruguai como na Argentina. Será que eles enterram seus mortos em casa?  Tem sempre uma placa e uma capela à beira da rodovia.

Chega de mortos e curandeiros.

Chegamos em Bahia Blanca direto no camping. Fomos bem recebidos, nos instalamos, Ade preparou um delicioso jantar, como sempre e dormimos despreocupadamente. Na manhã seguinte saímos percorrer o camping, um belo espaço administrado pela prefeitura.

No complexo esta a maior piscina que já vimos ao vivo. Tem 130 por 90 metros, com guarda vidas e barquinhas para proteger do vento. Cada frequentador para uma taxa e pode passar um dia com churrasqueiras, banheiros, posto médico, lanchonete e o piscinão.

Não entramos na água mas caminhamos em volta do piscinão numa passarela molhada.

Na cidade fomos procurar uma casa de cambio, andamos pelo centro mas no domingo é tudo fechado. Perguntamos e nos indicaram o shopping. Não tinha casa de cambio, mas uma loja fez a troca que a gente precisava.

A cidade estava deserta e os termômetros apontavam 36 graus. Domingo é sempre um bom dia para conhecer cidades grandes, o transito fica bem mais tranquilo. Sacamos várias fotos de dentro do carro mesmo.

Bahia Blanca também é chamada pelos próprios habitantes como “Ciudad Maldita” ou “Tierra del Diablo”, por conta da agressividade dos ventos, as enfermidades respiratórias, a escassez de chuvas, frios extremos (já registrou -20° em 1988) e calor sufocante ( já registrou 44° com sensação térmica superar a 50° em 2005).

Numa das ruas encontramos um dos artistas mais famosos da Argentina sentado em um banco de praça. Apesar da fama e do talento de Carlos Gardel, Ade ficou com medo de encostar no boneco mal cuidado.

Seguimos viagem e no caminho paramos para provar e comprar azeite e azeitonas, numa fábrica de produção familiar. Depois de uma agradável conversa com a proprietária, seguimos percorrendo novamente longas retas da Ruta 3. Longas retas com paisagens inóspitas que nunca mudam.

Paramos no balneário mais famoso da Patagonia que se destaca pelas águas um pouco mais quentes nas suas praias. Podem chegar aos 24° no auge do verão.

O mar recua 200 metros na maré baixa e deixa expostas as grutas que deram nome à cidade.

Com a maré baixa as águas ficam represadas em escavações naturais e outras escavadas pela prefeitura, formando piscinas com águas que se renovam a cada maré.

Assim é o fascinante balneário de Las Grutas. Fascinante mesmo. Uma cidade com pouco mais de 5 mil habitantes que recebe milhares de turistas durante o verão,

 

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