Motocicleta pelo Brasil 24 CURITIBA – PR

24 CURITIBA – PR


Chegada em Curitiba após um vôo tranquilo e alegria no aeroporto com toda a família nos recepcionando. Em Casa fomos agraciados com um jantar maravilhoso, preparados pela Paula e pela Lorena. 
Um dia de afazeres domésticos e depois fui rever amigos na Boca Maldita, que é um espaço no centro da cidade, numa avenida que é a menor do mundo, apenas uma quadra. Ali encontramos homens para jogar conversa sobre o momento, sobre o município, sobre o estado, sobre a nação e sobre o que acontece em todo mundo. Política, piadas e futebol são os assuntos principais. Normalmente homens aposentados, muitos que exerceram o poder em diversas áreas, bem sucedidos, cultos, inteligentes, que buscam amizades que ali tem com fartura. É sempre muito fácil iniciar uma amizade e travar bons papos na Boca Maldita.  

 

Tomar um café na Boca Maldita é um passeio para os turistas e uma dádiva de convívio para idosos, muito com mais de 80 anos e ainda em pleno gozo da saúde.

 

Fim de ano, natal, cidade enfeitada, muita comida gostosa é o eterno estresse dos presentes se aloja em muitas pessoas, com dúvidas no que e quem presentear. 

As crianças ganham muitos presente e muitas vezes nem conseguem valorizar alguns. Depois dos presentes, pode acontecer que a camisa do filho ficou apertada, o sapato da mãe ficou grande, o pai não gostou da gravata, a filha chama o presente de bonitinho como quem esperava outro, a avó fica triste por que gostaria de presentear ainda mais, o mais abastado presenteia com alto valor e qualidade, o tio não aguenta mais ganhar meias, alguns escolhem e pedem o que querem ganhar e se não ganham se frustam. Felizmente nesta época a alegria, o espírito de fraternidade, a troca de presentes, a fartura na comida, os enfeites tradicionais e os desejos de felicitações, incentivam uma série de boas ações e pensamentos que deveriam perdurar por toda a vida dos humanos, em todos os lares. 

Pena que muitos sequer cantam parabéns para o aniversariante que também deve reclamar, como diz na letra da melodia “fui eu que criei a terra, fiz os rios, fiz a serra, não deixei nada faltar. Hoje o homem criou asas e na maioria das casas eu também não posso entrar”. 

 

 

A cidade de Curitiba realmente merece a fama de melhor do Brasil e uma das melhores do mundo em qualidade de vida. As ruas e calçadas são bem cuidadas, largas e seguras.  A limpeza por toda parte é um ponto de destaque. Pessoas educadas, bonitas, bem vestidas, elegantes, respeitam as regras de convívio coletivo, quase sempre.

 

A natureza foi preservada e muito bem mantida o ano todo concentrando dezenas de parques, praças e espaços de lazer. 
Durante nossa aventura de moto pelo Brasil, sempre Curitiba é lembrada com elogios.
Fim de ano e começo de ano novo, momento de reflexão sobre o que passou e desejos venturosos para o futuro. Esquecer a tristeza, a melancolia, a perda, a saudade, o arrependimento, a falta de compreensão e atrair boas novas usando roupa amarela para a riqueza, verde para a saúde, branco para a paz e vermelho para o amor. 

 

Na passagem do ano, fomos para a Balneário Camboriú, com uma população que nos períodos de festas chega a aumentar até dez vezes. Mesmo assim a cidade é limpa, com boas calçadas, asfalto bom, carros, motos e pessoas bonitas por todos os lados. A riqueza mora e passeia por aqui. Gente falante e de fácil amizade.

 

A praia central de Balneario Camboriú possui coletores de lixo a cada 20 metros e garis uniformizados o tempo todo pelas ruas, calçadas e nas areias da praia. O sistema é muito eficiente e a população contribui aos apelos de limpeza feitos pela prefeitura. Um bom projeto de urbanização deve considerar formas de acondicionar o lixo produzido e ensinar o povo as boas práticas e bons costumes e Camboriú tem feito isto muito bem.
Para reforçar a limpeza da cidade a prefeitura importou jovens haitianos que vieram de ônibus de um refúgio no Estado do Acre, para ficar dois meses morando em alojamentos, longe da família e de suas coisas, vestidos num uniforme amarelo, juntando o lixo de quem esta pagando para ele estar ali. Seria isto uma fraternidade em acolher povos carentes ou nova versão da escravidão? Sem o convívio da família, pagando moradia e alimentação, com salário mínimo, nada sobra para que tenham oportunidade de uma vida melhor e acho que quem os contrata ainda pensam que estão ajudando. 

Um deles me disse que, antes do terremoto no Haiti, que exterminou grande parte do país, aprendeu a falar inglês, francês, espanhol e agora esta aprendendo o português. Aceitou a oferta de emprego pensando em ganhar dinheiro para ajudar seus parentes e agora percebe que gasta tudo que ganha por aqui mesmo. Disse estar encantado com a nossa qualidade de vida e com a beleza da mulher brasileira e, se possível for, quer ficar por mais tempo no Brasil. 

 

A prefeitura impõe regras de comércio na praia com barraquinhas azuis que vendem milho, churros e alugam cadeiras na areia. Os quiosques equipados com banheiros público, vendem bebidas e salgados. Do outro lado da rua ficam restaurantes e lanchonetes e os ambulantes vendem águas, sorvetes e saladas de frutas na praia. Um não interfere na linha de serviços do outro e todos precisam de uma licença controlada da prefeitura e a fiscalização é constante.
Existem totens com chuveiros públicos espalhados por toda orla, cada um com duas duchas, uma alta para o corpo e outra baixa para os pés, de uso gratuito.  
De ruim na praia central do Balneário Camboriú, somente os edifícios a beira mar, com mais de vinte andares, que tapam o sol um pouco depois do meio da tarde. 
Visitamos também a praia na cidade de Guaratuba no litoral do Paraná onde fomos passar o dia com parentes e amigos vindos do Mato Grosso do Sul. A praia e a cidade são limpas e a principal atração é o Festival de Verão, patrocinado pelo Estado, com atrações diversas como shows de artistas de fama, aulas de dança, torneios esportivos e orientações sobre vida saudável e qualidade de vida, tudo gratuito.

 

 

Mais alguns dias em Curitiba e chegou novamente a expectativa e os preparativos para a segunda etapa do roccomotobrasil. Revisão do planejamento e um novo check list do que ainda precisa ser feito e do que levar para a continuidade da viagem. 

Pegamos o vôo de volta a Natal no Rio Grande do Norte para seguir no roteiro planejado.

 





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