Carro pela Europa 31 – TARRAGONA – ESPANHA

31 – TARRAGONA – ESPANHA


Fomos conhecer Tarragona, uma cidade milenar que foi fundada pelos romanos, tomada pelos árabes, depois pelos franceses e deixada para os espanhóis. O centro histórico é cercado por uma muralha, onde quase tudo ainda remete à era medieval. 

Este é um desenho de como era a cidade cercada pela muralha. Hoje a cidade já cresceu muito alem dos muros, se modernizou, mas preserva sua história no velho centro.

Rodamos bastante com a carrinha, conhecendo a cidade até que paramos em um estacionamento muito inteligente, existem vários deles na Europa. 

Uma avenida larga com uma calçada no meio e o estacionamento em baixo. Uma forma inteligente de urbanização, que bem poderia ser adotado em Curitiba, em Maringá e em tantas outras cidades do Brasil, que possuem canteiros largos e faltam vagas para estacionamento.

Passeamos a pé pelas ruas, passamos por uma feira de roupas feias e caras, mas destaco a forma de barraquinhas que eles criaram. São vans ou micro ônibus totalmente adaptados para serem usados como lojas. Prática e inteligente forma de ser ambulante.


Na praça um monumento em homenagem a uma tradição na cidade, representada por grupos de pessoas que formam um time e competem em uma festa regional, para saber quem consegue formar a melhor pirâmide humana. Existem recordes e prêmios para a mais alta, a com maior número de pessoas, a melhor imagem e as equipes ensaiam durante o ano para conseguirem a melhor performance.

As pilhas humanas são formadas ao som de corneteiros e repiqueiros que dão emoção ao público e aos empilhados.

No final da avenida, um mirante onde se pode enxergar as praias e o porto da cidade.

 

 

Chegamos no coliseu, onde aconteciam lutas entre homens e entre homens e animais. Andar pelas pedras já ruídas pelo tempo é uma emoção. 

A Ade até pousou como uma deusa, segurando uma tocha invisível, com uma fera no peito, simbolizando os mitos e fatos que aconteceram neste local.

Neste local que servia para lutas, foi construída uma igreja bem no meio da arena para acabar com as atrocidades. Depois foi destruída e hoje são somente ruínas que encantam turistas. 

Paramos para almoçar, comemos uma paella mais ou menos e depois fomos até as muralhas. 

Na entrada, a moça falou o valor do ingresso normal, para acima de 60 anos e para aposentados. Falei que somos aposentados no Brasil e ela deixou a gente pagar só a metade. De agora em diante vou sempre dizer que somos aposentados, quem sabe eles aceitam. 

Ela perguntou como era a aposentadoria no Brasil, reclamando que aqui eles se aposentam aos 67 anos de idade e recebem em torno de 600 Euros por mês. Disse que o governo está para lançar nova lei e passar para 70 anos.  Quando eu disse que no Brasil é possível se aposentar com 30 anos de contribuição ou 60 anos de idade, para as mulheres, ela ficou empolgada para mudar de país. 

Entramos por entre as duas muralhas, uma construída pelos romanos com 6 metros de altura por 4 de largura, e outra pelo franceses, um pouco mais baixa.

A cidade muralhada foi construída pelos romanos que, quando perceberam a chegada dos Mouros, árabes invasores, fugiram todos, deixando a cidade abandonada. Depois houveram outras guerras, outras tomadas e retomadas. Agora é preservada como patrimônio mundial.

 

Paramos em uma sala com maquete da cidade e o serviçal, como ele mesmo se classificou, disse que não era um historiador e pouco sabia para nos contar, após uma pergunta que eu fiz a ele. Modéstia dele. O senhor nos deu uma aula de história, contando detalhes, citando datas e nomes que muito nos encantou. Ele só não ganha como historiador mas tem os requisitos. Passamos um bom tempo aproveitando o ar condicionado da sala e ouvindo suas histórias sobre a cidade.

Voltamos para os caminhos da muralhas, dando a volta em toda a cidade velha, com um sol que realmente quase nos fazia desistir. 

Entramos na cidade velha, com ruas estreitas, uma igreja e muitos restaurantes para atender os visitantes. 

Conta a história, contada pelo serviçal, que por estas ruas e nestas casas moravam nobres, plebeus e escravos. Poucos saiam das proteções das muralhas e tudo acontecia entre as quatro paredes de pedras, que só tinham duas portas. Havia um local para as moradas, outros para a diversão e uma praça central onde eram castigados aqueles que desobedecessem as regras.

 

 

Voltamos para o estacionamento, pegamos a carrinha e voltamos pela beira mar conhecendo as praia da região, cada uma mais bela que a outra. Escolhemos uma e paramos para mais um banho no mar mediterrâneo, com águas a 27 graus. 

 

Praia lotada, areias claras e uma água espetacular. Mais de um metro de profundidade e eu conseguia ver as unhas do meus pés nas águas transparentes.

Deitamos ao sol, nos divertimos comentando sobre os hábitos deles, muita gente nas areias e, sem querer, fotografei uma cena de milagre. Crianças andando sobre as águas? Mistério.

 

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