Motorhome pela América 40 – EMOÇÕES NO CARACOLES E NO ACONCÁGUA

40 – EMOÇÕES NO CARACOLES E NO ACONCÁGUA


Deixamos a Costa do Pacífico, dormimos em Los Andes e saímos cedo para aproveitar melhor a passagem pelas Cordilheiras dos Andes, pela Estrada de Los Caracoles que leva para Mendosa na Argentina.

Paramos em alguns miradouros, mas o mais aguardado era avistar de cima o Estrada de Los Caracoles, uma das estradas mais perigosas do mundo, com curvas que não aceitam erros e quase dá para ver a placa de trás de tão fechadas. Em poucos quilômetros mais de 25 curvas percorrem uma montanha, até 3.500 metros de altitude.

As boas condições do veiculo, a baixa velocidade, a marcha apropriada e muita atenção, fazem da aventura um feito seguro e inesquecível. O motorista sempre fica tenso. Quem aproveita mesmo é o carona.

Logo após a Estrada de Los Caracoles, passamos pela fronteira e, logo à frente, paramos para conhecer um pouco mais de perto uma das montanhas mais altas do mundo, com 6.961 metros de altitude.

A gigante fica na Cordilheira dos Andes, do lado Argentino, na Província de Mendosa.

Subir o Aconcágua é um privilegio de poucos alpinistas. Muitos tentaram, mas poucos conseguiram vencer os paredões, fendas, geleiras, ventos fortes e baixíssimas temperaturas.

O primeiro a chegar ao cume da montanha foi um suíço em 1897, após um mês de tentativas. O mais novo a vencer o desafio, foi um menino norteamericano de apenas 9 anos de idade em 2013 e o mais velho, foi um senhor de 87 anos, em 2007.

Pensamos !

Se um menino de 9 anos e um senhor de 87 já conseguiu tal feito, vamos tentar também. Sem equipamento apropriados e sem qualquer experiência em escalada, lá formos nós rumo à montanha desejada por todos alpinistas.

Quando faltavam apenas 4 mil metros para chegarmos ao cume, Ade não suportou e tive que descer a montanha carregando ela nas costas.

Brincadeira, é claro. O que fizemos foi subir por um caminho no Parque Aconcágua para enxergar a poderosa um pouco mais de perto. Mesmo assim estamos com crédito. Ade divulgou na rede social que nós subimos a montanha e muita gente acreditou e nos parabenizou. Nosso muito obrigado pelos créditos, mas não passamos de um caminho de apenas 8km aos pés da montanha.

Além da altura, o Aconcágua se destaca pelos frequentes deslizamentos e avalanches. O maior deles, segundo os geólogos, ocorreu há 10 mil anos atrás, quando enormes rochas e uma grande quantidade de gelo, escorreram pela montanha a uma velocidade estimada em 300 km/h, até o Vale do Rio Cuevas.

As rochas ainda estão lá.

O Aconcágua é a atração principal da trilha, mas as montanhas vizinhas também merecem fotos pela imponente beleza.

Seguimos pela estrada e paramos para conhecer a Puente del Inca, uma curiosa formação rochosa, esculpida pelas águas termais que escorrem da montanha. Os Incas passaram pela região e muitos já estudaram o local, inclusive Charles Darwin dedicou páginas a esta singular formação.

Aproveitando-se da bela paisagem e das águas termais, um espertinho iniciou uma construção bem ao lado da ponte, mas o governo interviu, mesmo que tardio, e paralisou a obra que ficou inacabada. Ele queria fazer um hotel.

Mais abaixo está o Cementerio de Los Andinos, onde estão sepultados nativos e alguns aventureiros despreparados que perderam a vida nas montanhas.

Ainda bem que nós não subimos a montanha toda.

 

 

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