Carro pela Europa 44 – PISA – ITÁLIA

44 – PISA – ITÁLIA


 

 

Seguindo para Pisa, ainda sobre as montanhas e depois a beira mar, passamos por belas estradas, esplendorosas paisagens que marcam o início dos Alpes. Não rara vezes nos encantamos com as montanhas e com a belezas das pequenas cidades pelo caminho.

 

 

Chegamos na nossa nova casa, construída na areia da praia, o dono veio nos receber, muito gentil, mas o apartamento estava muito sujo e mal cuidado. Ficamos quase uma hora para dar um banho na morada, que ficou com cara nova, cheirosa e habitável, ao gosto da Ade, que se desdobrou para deixar tudo limpo antes de nos instalarmos.

Descobrimos que a internet era bem fraca e,  a princípio, nos sentimos enganados. No segundo dia já nos ambientamos, fizemos amizades e acabou ficando legal.

Depois de tudo arrumado, saímos caminhar pela praia. Andamos por duas horas à beira do mar raso e de águas límpidas com muita gente se refrescando e tomando sol.

Em volta da cidade de Pisa tem enormes montanhas brancas que oferece pedras de mármore em abundância, a ponto deles fazerem muros quebra mar com mármore.

Algumas praias particulares são de pedras coloridas, mantidas pelos proprietários.

Cada proprietário de restaurante ou hotel, recebe uma concessão anual para explorar.  A concessão custa, segundo o dono do nosso hotel, 53 mil Euros por ano. Disse ele que tem que batalhar muito para sobrar um dinheiro por que o governo leva quase tudo. Ele tem o hotel, um restaurante e o aluguel dos espaços na praia como fonte de renda.

Em vários pontos da praia existem cercas separando as propriedades e um pequeno espaço para passar. Em alguns trechos, precisamos passar por sobre as pedras pois a faixa de areia é toda tomada pelas mesas e barracas dos restaurantes. 

Até um brasileiro explora a praia e exibe nossa bandeira, mas seu restaurante estava fechado.

Passeamos pelas ruas em volta do hotel, depois falamos com Bruna, Sophia e Paula pelo Skype e descansamos após um dia com muito exercício.

Saímos cedo para conhecer a  “Piazza dei Miracoli”, onde estão uma catedral, um batistério, um cemitério, um enorme jardim, um museu, um hospital e a famosa Torre de Pisa, que realmente é um espetáculo. Dependendo do ângulo, a inclinação impressiona.

 

Centenas de pessoas visitam todos os dias o local e foi muito divertido ficar observando as poses tradicionais. Gente de todos os lugares do mundo fazem quase sempre as mesmas poses, empurrando, segurando ou escorando a torre.

Nós também fizemos poses tradicionais e até tentamos inovar. Eu deitava no chão procurando o melhor ângulo para fazer a foto, me virava de todos os lados, pedia para Ade ficar mais para cá, mais pra lá, ergue mais a mão, ergue o pé, sorria e depois ainda ria dos outros que faziam o mesmo.

 

 

Passeamos calmamente pelos “Campo dei Miracoli”, sem pressa, diferente da maioria das pessoas que estavam lá com seus guias que procuravam apressá-los para seguir para outro lugar. Os guias quase sempre tem muita pressa e os turistas ficam loucos procurando a melhor foto antes que ele chame para seguir até o próximo ponto.

Passamos pela Catedral, pelo Batistério, pelo Campo Santo, pelo Cemitério e pela estátua caída, acho que de Ícaro. Acho que ele tentou voar da torre inclinada e deu tudo errado.

 

 

 

A Torre inclinada é um edifício singular, conhecida no mundo todo. A torre, que é um campanário, fica  afastada da catedral,  numa posição não usual nas construções religiosas.  

Embora destinada a ficar na vertical, a Torre começou a inclinar-se logo após o início da construção, devido ao solo mal consolidado, que fez com que a fundação ficasse com diferentes assentamentos. Muitos acreditam que o fato de a torre ainda não ter ruído é obra de um milagre, afirmando que ela guarda as relíquias da igreja.

 

A Torre tem oito pavimentos e foi construída com mármore e pedras vulcânicas. Sua construção com arcos e paredes grossas, tem em sua base paredes de 2,5 metros de espessura. Por estas características, provavelmente, se não for milagre, a torre fica em pé, mesmo inclinada.  Sua inclinação chega próximo de 5 graus e o topo está a uma distância de quase 4 metros de onde deveria estar.

 

Conta a história que Galileu Galilei fez algumas de suas experiência sobre a gravidade na Torre de Pisa.

A Torre, que não tem nome, conhecida apenas como Torre de Pisa ou Torre Inclinada, foi concluída em 1.350, com 56 metros de altura. Até 1.993, a Torre inclinava 1,2 mm ao ano. Após a reforma, parou de inclinar. Ela guarda sete sinos, sintonizados na escala musical, no sentido horário. O peso total da Torre chega a quase 15 mil toneladas. 

Após as reformas, os arquitetos afirmaram que a Torre ficará em pé por mais 300 anos.

Fiquei a pensar se este era o único edifício inclinado, quando o amigo Antônio Fernando Buch, publicou sua foto no Facebook, mostrando sua estada na Ilha de Burano, que também é um campanário. A coincidência foi incrível. Depois descobri que existem outros edifícios inclinados, inclusive um edifício residencial no Balneário Camboriú, que ainda não ganhou fama, poucos sabem. Por precaução, sempre que estou no Balneário, evito ficar próximo.

 

Andamos pelas ruas do centro histórico de Pisa, onde na maioria só andam pedestres e onde poucos turista chegam, passamos por vários prédios de faculdade, na hora da saída dos alunos.

 

 

Na volta passamos em San Pietro a Grado para conhecer a Basílica di San Pietro Apostolo, que ali aportou no ano de 44. Passou muito tempo até que durante escavações arqueológicas, descobriu-se grande parte da estrutura da época.

As escavações foram feitas dentro da própria igreja, que tem também uma outra curiosidade. Sua frente é na lateral, sem destaque, acho que única no mundo. Visto de fora, parece que tem dois fundos.

 

 

Voltamos para casa ainda a tempo de ficar na praia, esperando o sol sumir no  horizonte, onde o mediterrâneo se junta ao céu.

Mais tarde a lua também nos presenteou com sua bela forma e seu brilho prateando a região da Toscana.

 

Pela manhã fiquei um bom tempo conversando com o Sandro, dono do hotel onde estamos. Ele contou a história da Itália e dele, me mostrou a vizinhança e rimos bastante. Ele é o típico italiano. Fala alto, gesticula e exala simpatia.

À tarde voltamos para o campo de milagres para tomarmos um café, que levamos de casa,  ao entardecer, ao lado da romântica Torre inclinada e ficamos até o sol  sumir.

 

Na partida algo me deixou preocupado com o beijo do Sandro, dono do hotel. Aqui na Itália é a segunda vez que fui beijado por um homem na despedida. Tudo bem que é costume deles mas é estranho um beijo de estranho.

Roma nos aguarda. Deixamos Pisa muito melhores e mais satisfeitos do que quando chegamos, especialmente com as amizades que fizemos com o dono do hotel, sua filha e o namorado dela.

 

 

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