Carro pela Europa 50 – NÁPOLES – ITÁLIA

50 – NÁPOLES – ITÁLIA


 

 

Saímos para conhecer Nápoles e conferir se realmente é uma bela, ou uma feia cidade ou se o negócio aqui é somente pizza mesmo.

Quando chegamos passamos pela periferia da cidade e a sujeira impressionou, agora fomos para o centro esperando tudo diferente, não era. A cidade é mesmo suja por que o lixeiro não recolhe e por que as pessoas jogam tudo no chão.

Fiquei até orgulhoso do trânsito no Brasil. Sinceramente, nunca ví tamanhas barbaridades cometidas pelo motoristas, lambretistas e pedestres. 

Quase ninguém usa cinto de segurança, passam com o sinal vermelho, não param na faixa de pedestre, param em qualquer lugar sem se importar se estão atrapalhando,  poucos usam capacete, não regulam os faróis, fumam pilotando, fumam dirigindo, falam ao celular dirigindo e pilotando, não costumam usar setas, o pedestre atravessa sem olhar e em qualquer lugar e a buzina toca mais do que em qualquer outro lugar que já estivemos. 

A grande maioria dos veículos estão amassados. Durante uns 40 minutos que passávamos pelas ruas centrais com nossa carrinha, contei 56 barbaridades no trânsito que me fez sentir orgulho do nosso também caótico transito brasileiro.

Ouvi também, continuando a parte ruim, que a cidade é muito violenta, que a máfia domina, que existem muitos batedores de carteiras. Pode até ser, mas nada de estranho ocorreu próximo da gente, a não ser, falando em desonestidade, o rapaz do estacionamento que cobrou a mais o tempo que ficamos e se apoderou de moedas que estavam na carrinha que deixamos para pagar pedágio e a moça da pizzaria que cobrou mais caro do que estava no cardápio.

A cidade esta toda em obra com ruas impedidas e muito dos principais pontos turísticos estão com tapumes. Acho que resolveram arrumar tudo de uma vez.

Pelas ruas encontramos muitos cachorros abandonado e desocupados dormindo nas praças.

Estávamos ansiosos para conhecer Nápoles e ficamos decepcionados. Mas nem tudo é ruim. 

Nápoles tem uma inegável riqueza histórica, com grande parte de seu patrimônio reconhecido pela Unesco. Aliás, a Unesco não sei não. Já vimos muitos patrimônios reconhecidos por ela, e só. Parece que tem poucas exigências, pouca ajuda financeira ou falta fiscalização. 

Muitos patrimônios estão detonados mas fazem questão de citar que são reconhecidos pela Unesco.  A Unesco é um órgão da ONU, que também só tem fama e não resolve nada, conforme descrevi no post de quando passamos por Bruxelas.

Nápoles é a terceira cidade mais populosa da Itália, depois Roma e Milão.  Os indícios de civilização vem de até 800 a.C., já foi dominada por várias etnias e se tornou independente, somente em 1860.

Nápoles é também uma cidade de povo alegre, fácil de encontrar um deles para conversar. Pedir uma informação é como receber um relatorio com as mínimas explicações.

Caminhando pela Via Toledo, alguns músicos tocavam em troco de moedas. Paramos para ver não somente pelos artistas mas pelos que por ali passavam. O homem com vários cachorros parou e começou a cantar, dois jovens que passava começaram a dançar, depois um senhor cantou junto, um vendedor de rua e duas mulheres, todos com tom de voz bem alto, para todo mundo ouvir, sem vergonha de ser feliz.

Visitamos alguns dos patrimônios reconhecidos pela tal que só reconhece, como a “Piazza del Plebiscito”, onde acontecem a principais festas e manifestações da cidade. Na praça estão o “Palazzo Reale”, fechado para reforma, “Basílica de San Francesco di Paola”, fechada para reforma e o “Palazzo dela Prefettura”, que precisa de reforma.

Conhecemo o “Castel dell’Ovo” (castelo do ovo), que fica em uma pequena ilha, ligada ao continente por uma ponte. 

Não sei por que mais seus canhões são voltados para o continente e não para o mar, como a maioria dos castelos a beira mar.

Conta a lenda que um poeta escondeu um ovo na base do castelo que mantém em pé toda sua fortaleza, se o ovo quebrar o castelo vem abaixo. Outra lenda é que diz que se o castelo ruir, toda Nápoles ruíra também.

Não conseguimos ver o ovo mais importante da cidade.

 

O castelo também é bem sem graça e o que salva é a bela visão da cidade e da vila de pescadores que fica ao lado.

 

Voltamos para a Via Toledo e fomos conhecer a praça que homenageia Dante Alighieri, com uma grande estátua do sumo poeta italiano, autor de “A Divina Comédia”. Apesar de não ser da cidade ele é muito venerado pelo povo.

Em torno da praça e em vários pontos da cidades encontramos livrarias e comércio de livros usados. Fiquei a pensar: como um povo com tantas opções de leitura, a preços módico, jogam lixo no chão e são tão deseducados no trânsito?

Paramos para comer a pizza de Nápoles. Dizem que aqui é a terra da pizza, tudo bem, nada contra, até que estava boa, tão boa quanto as boas do Brasil, nada de muito especial, mas estava boa. Quando fui pagar, descobri que cobraram 1,60 Euros por pessoa por que preferimos ficar dentro da pizzaria, se fosse fora não pagava, além do que eu já comentei, a moça cobrou a maior do que estava no cardápio.

Saímos pelas ruas de barriga cheia por que a pizza era enorme, se encantando com algumas vitrines e fugindo de outras. Eles expõem tripas com toda pomba de uma ótima refeição, na verdade é, mas nós brasileiros não fomos ensinados a comer essa iguaria.

As ruas apertadas, escuras parecem enferrujadas pelo tempo. Parece insalubre para alguém morar naqueles becos, com pouca luz e pouca ventilação. Alguns pontos o cheiro ruim também faz parte do ambiente.

 

Visitamos a “Piazza Gesú”, onde estão as igrejas de “Gesú Nuova”, inteira decorada com pinturas e mármores e a “Basílica di Santa Chiara”, que foi danificada por uma bomba em 1943.

Na praça também fica o convento “Chiostro de Santa Chiara”, enorme. Dentro parece que dá para ouvir o silêncio.

 

 

 

O piso e o órgão são verdadeiras obras de arte, que encantam os olhos e emocionam com tanta beleza.

 

Depois seguimos para a “Basílica di San Gennaro”, onde estava montado um palco em frente ao altar e um grupo de artistas ensaiavam um espetáculo de danças. 

Contam que nesta igreja está a cabeça de “San Genaro” e seu sangue congelado. Dizem que três vezes por ano o sangue descongela. O Santo é o padroeiro da cidade, reconhecido por ter feito previsões que salvou a população de pragas e das erupções do vulcão Vesúvio.

Passamos pelo “Castel Nuovo”, uma fortaleza construída no século XIII, onde todos os anos acontecem um dos maiores espetáculos de Natal da Itália, com o mais ornamentado presépio. Nápoles é também famosa pelos seus presépios natalinos.

O Castelo também estava com reformas na estrutura, em toda sua volta e já começavam a decoração para o natal.

Na volta para o estacionamento, passamos pela Galeria Umberto I que também está em reforma, com muitos andaimes, escondendo um pouco de sua beleza. 

É uma bela construção de pedras e vidros, com magnifico piso decorado com mármore.

Pegamos a carrinha, saímos de 7 para 680 metros de altitude, muitas curvas e motoristas perigosos, até chegarmos para um descanso depois de um belo chá.

 

 

 

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