Carro pela Europa 67 – MUNIQUE – ALEMANHA

67 – MUNIQUE – ALEMANHA


 

 

Munique é a capital do Estado da Baviera, com 1,3 milhões de habitantes, a terceira cidade mais populosa da Alemanha, depois de Berlim e de Hamburgo.

 

 

Descansamos em um bom aparthotel na periferia da cidade, num belo centro comercial, com todas as opções próximas da nossa morada.

Dia seguinte fomos conhecer a cidade, destruída pela metade durante a Segunda Grande Guerra, já quase que totalmente reconstruída.

 

 

Famosa pela Oktoberfest, festa da cerveja, e pelas sedes da BMW, Allianz, Bayer e Siemens.

A BMW é um dos principais orgulhos da cidade. Tem um museu imponente, que apresenta os vários modelos de motocicletas e automóveis já fabricados pela marca. A empresa começou fabricando motores de avião e hoje fabricam um dos melhores veículos do planeta, incluindo as melhores motocicletas. A Empresa desenvolve os veículos de excelência que levam sua marca estampada e outros como o Rolls-Royce e Land-Rover. Uma parte nobre do museu só é permitida para clientes da marca. 

Na montagem abaixo, além do prédio sede da BMW,  está uma amostra da tecnologia embarcada e a motocicleta azul, meu sonho de consumo e plano para consumir nosso tempo com passeios, quando voltarmos ao Brasil.

 

 

No centro da cidade, paramos a carrinha numa rua um pouco afastada e saímos marcando prédios e tirando fotos das placas para encontra-la depois.

 

Munique oferece uma bela qualidade de vida a seus habitantes. Toda arborizada, ruas e calçadas largas, prova de que é possível uma cidade crescer respeitando a boa convivência dos seus cidadãos.

 

 

 

 

De maioria católica, Munique até foi simpática a doutrina de Martinho Lutero, mas o Parlamento de 1522 reprimiu brutalmente os ensinamentos protestantes e conseguiu manter a cidade com os princípios religiosos do catolicismo, que permanece até hoje, diferente da maioria alemã.

 

 

Por todos os lados que se olha, estando no alto de uma torre de igreja, outras torres despontam apontando para o céu.

 

 

Chegamos na Marienplatz, Praça de Maria, no centro da cidade, onde também ficam a prefeitura, na antiga Rathaus e a Neues Rathaus, sede da Câmara Municipal, inaugurada em 1908, onde abriga um relógio e carrilhão com figuras animadas.

 

 

 

 

 

 

Subimos por uma rua movimentada, onde acontecia uma feira de produtos regionais, passamos pelo portão Karstor e chegamos até a Karlsplatz.

 

 

 

 

 

 

Karlsplatz é uma das mais famosas praças da cidade e centro de integração dos transportes coletivos, com uma imensa estação subterrânea. A praça é rodeada por belos edifícios, todos reconstruídos com suas características originais, depois de destruídos na Segunda Grande Guerra.

 

 

Na praça, uma pista de patinação no gelo, bem coerente com o clima, que estava entre 0 e 2 graus naquele dia sem sol e muita névoa.

 

 

Paramos na Bürgersaalkirche, uma igreja com fachada vermelha e uma cripta, logo na entrada, que guarda vários túmulos e muitos mistérios. 

 

 

 

 

Um dos túmulos é do sacerdote beatificado, conhecido como “o apóstolo de Munique”, Rupert Mayer. Ele foi capelão nas frente de batalha na Primeira Grande Guerra, ferido, teve suas pernas amputadas. Foi um crítico destemido ao governo de Hitler, preso duas vezes pela Gestapo, enviado a um campo de concentração e só não foi executado por que os nazistas ficaram com medo dele se tornar um mártir. Ficou confinado em um mosteiro e, logo depois de libertado pelos aliados, faleceu enquanto celebrava uma missa. 

 

 

A entrada principal é para a cripta. Para chegar no salão da igreja, ricamente decorado com belas pinturas, é preciso subir pelas escadas laterais.

 

 

 

Entramos depois na Catedral Nossa Senhora Bendita, a Frauenkirshe, com suas torres imponente, avistadas de toda a cidade. 

A Prefeitura proibiu construções acima de 100 metros em sua volta para não ofuscar a beleza arquitetônica da igreja, concluída de 1494. Uma das torres estava em recuperação.

 

 

 

 

 

Por dentro, a igreja com um enorme pé direito, guarda relíquias religiosas, túmulos e retratos da sua destruição durante a guerra.

 

 

A igreja foi reconstruída e algumas marcas ficaram, como uma sola cravada no piso. Conta a lenda que são dos pés do diabo, que ficou travado na porta da igreja quando tentou ridicularizá-la. Me parece que são marcas de sapatos e eu fiquei com uma dúvida. Que o diabo usava Prada, já foi tema de filme mas que ele usava sapatos, eu não sabia, mas as marcas estão cravadas e protegidas dentro da igreja.

 

 

Passamos pela Max-Joseph Platz, que abriga a Residência Oficial de Munique, museus, um teatro, uma sala de concertos, a Casa do Tesouro Real, com vários pátios e jardins. 

Cada novo rei deixou sua marca neste, que o maior palácio urbano da Alemanha, aumentando sua área construída e seu estilo arquitetônico, e foram muitos reis e nobres que ocuparam este espaço.

 

 

 

 


O palácio é enorme e foi totalmente reconstruído após um incêndio em 1729 e novamente durante as grandes guerras. Na Segunda Grande Guerra, ficaram intactos somente 53 metros, dos 23.500 metros quadrados dos telhados.

 

 

Leões em bronze guardam brasões em uma das entradas do Residenz, que prometem sorte aos que nele passam a mão. Esta é uma mania em quase toda Europa, passar a mão em monumento significa ter sorte. Para aqueles que colocam a fé que a sorte virá, pode até ser.


Em frente está o Teatro Nacional com as esculturas dos leões da Baviera.

 

 

Na mesma praça está um museu da Mercedes-Bens, com alguns exemplares dos veículos de grande glamour no mundo todo. A Mercedes-Benz é de origem alemã e a mais antiga empresa de comercialização de automóveis do mundo. E, quem diria, o primeiro carro com quatro rodas, foi adaptado em uma carroça, que ficou conhecida como a “carroça sem cavalos”.

O milionário Emil Jellinek, prometeu comprar 36 carros da nova linha de montagem, se os novos fabricantes colocassem o nome de sua filha nos automóveis, Mercédès Jellinek, que depois se tornou motorista de teste da fábrica. 

Terá sido o bom gosto da mulher que testou e aprovou os primeiros exemplares, que fizeram deles uma marca de excelência?, acho que sim.

Fomos até o Viktualkirshi, o mercado municipal da cidade, muito recomendado para turistas, mas chegamos tarde e já estava fechado, como a quase todo o comércio, era domingo a tarde.

 

 

 

Pelas ruas encontramos um homem e depois uma mulher, ensinando artes manuais para crianças e adultos que passavam, de forma voluntária e sem vender nada.


Paramos em uma praça para comer comida típica e nos esquentamos um pouco em uma fogueira, abrigada, no meio da praça, como se fosse um coreto ou chafariz.


Na volta subimos na torre da igreja de São Pedro de onde se tem um vista até o infinito da cidade, que quase não tem grandes edifícios.

 

 

 

 

 

Nas praças, os artista de rua tocam músicas clássicas e os jornais são vendidos em recipientes com um pequeno cofre ao lado. Cada um pega o jornal e paga, sem ninguém para vigiar.

 

Paramos na mais famosa cervejaria de toda a Baviera, a Hofbräuhaus, que serve comidas típicas e muita cerveja.  O tempo todo uma banda toca músicas alegres e muitos clientes chegam com roupas tradicionais dos alemães.

 

 

 

 

A cervejaria foi fundada em 1589, por um Duque que não queria mais comprar cerveja da Baixa Saxônia, outro estado da Alemanha.  A produção inicial era somente para o Duque e somente em 1828 foi refeita e aberta para o público. Depois ela foi destruída por bombardeios e reconstruída novamente. 

Hitler, que viveu em Munique por muitos anos pintando e vendendo suas telas para sobreviver, que mais tarde tornou-se líder do partido dos trabalhadores alemães, frequentava o ambiente e realizou reuniões partidárias neste local.

 

 

 

Depois da boa comida, andamos mais um pouco pela cidade e, antes de irmos embora, mais um pouco de sorte, agora no seio de uma estátua de bronze, já desgastado pelas apalpadas.

 

Chuva e muito frio, saímos conhecer o centro comercial em volta de nossa casa. Na primeira compra uma surpresa. Os dois cartões de crédito estavam bloqueados e o cartão de débitos não tinha crédito. 

Voltamos para o hotel, coloquei crédito no cartão de débitos e fui tentar desbloquear os cartões de crédito pela internet. Várias tentativas sem sucesso. Tentei falar pelo telefone do hotel, sem sucesso. Saímos para procurar um telefone público, depois de muito procurar, encontramos um que também não funcionou. 

Voltamos para o hotel novamente e liguei para a Embratel no Brasil que conseguiu completar a ligação e consegui desbloquear os dois cartões de crédito. Foram horas de tentativas, com vários alemães de pouca vontade que em nada ajudaram.

 

 

Após tudo resolvido, voltamos pegar as compras que deixamos guardadas por falta de crédito. 

Ade ficou brava por ter comprado souvenires nas feiras do centro da cidade. No valor de um, aqui ela comprou quatro.

 

Deixamos Munique e seguimos rumo à Áustria, onde planejamos dormir em Innsbruck.

Pelas boas estradas da Alemanha, seguimos com chuva e muita névoa. Atravessamos a fronteira sem fronteira entre Alemanha e Áustria, o tempo melhorou e as paisagens também.

 

 

 

Chegamos em Innsbruck, onde paramos apenas para o pernoite. Eu não me sentia muito bem, com indisposição gastro-alimentar, talvez pelas provas de várias comidas que fizemos. Ade é sempre comedida na comida e eu quase sempre sem medida, daí o resultado. Mas o caminho foi bonito.

 

 

 

 

Além de eu não estar bem, nossa escolha não foi das melhores em termos de hospedagem. Primeiro se negaram aceitar o cartão de crédito. Segundo tive que esperar a boa vontade do recepcionista terminar sua conversa ao telefone para me atender. Terceiro por que faltou conforto no quarto, não tinha toalhas, faltava limpeza, sem TV, ar condicionado quebrado, chuveiro que não aquecia e as camas estavam separadas, apesar de eu ter solicitado cama de casal.

Nos sentimos enganados pelo site que confirmava o pagamento com cartão de crédito, mostrava fotos maquiadas, classificava o hostel com alta pontuação e pelo péssimo atendimento do recepcionista.

Foi a nossa primeira experiência em dormir em um hostel, não gostamos e, acreditem, a diária foi de 44 Euros. Lembro que, aqui na Europa, já ficamos em excelentes apartamentos, hotéis, aparthoteis e até resorts de 3 e 4 estrelas, por valores inferiores a este.

 

 

Nos sentindo enganados, seguimos viagem rumo à Itália, para rever o povo alegre e hospitaleiro.

Minha saúde foi melhorando e as belezas naturais do caminho também. Passamos ao lado dos Alpes e o tempo se alternava com névoas, chuva fina e neve no alto das montanhas.

 

 

 

 


Agora sim parecia que encontramos a Rota Romântica. Passamos pelo sul da Áustria, entrando na Itália rumo a Verona, sentimos muito mais o romantismo, com belas paisagens, castelos, restaurantes e belíssimos lugares para parar, admirar e fotografar.

 

 

 

 

 

Para testar minha melhora na saúde, até arrisquei uma corridinha no meio de uma plantação de uvas, onde paramos para apreciar e tirar fotos. Sobrevivi.

 

Para quem pensa em fazer a “Romantische Strabe”, recomendamos sair de Rothenburg ob der Tauber, na Alemanha, passar pela Áustria e seguir até Verona, a beleza encanta muito mais, certamente.

Ficamos felizes em retornar à Itália.







1 comentário sobre “67 – MUNIQUE – ALEMANHA”

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