Carro pela Europa 83 – PORTO – PORTUGAL

83 – PORTO – PORTUGAL


 

 

Pegamos o rumo norte de Portugal e fomos até Porto, uma lenda dos portugueses e uma cidade encantadora, com quase 3 milhões de habitantes, incluindo a região metropolitana, segunda maior zona urbana de Portugal.

 

 

Porto é a cidade que deu origem ao nome do País. Desde o ano 200 a.C., a região era conhecida como Portus Cale, mais tarde tornou-se a capital do Contado Portucalense, de onde se formou Portugal.

 

 

Conhecida mundialmente pelo seu vinho e por sua universidade pública, colocada entre as melhores da Europa.

 

Logo que chegamos, paramos em frente ao Jardim de João Chagas que exibe uma série de esculturas em metal, todas iguais, de homens sorridentes, que parecem bêbados, sentados em uma arquibancada.

 

Em frente ao jardim está o Palácio da Justiça, onde vimos a representação da justiça, como eu sempre achei que deveria ser.

 

 

A representação da justiça que eu conhecia é a de uma mulher com os olhos vendados, que sempre descordei por achar que a justiça não deveria ser cega, como mostra a figura e definem as escritas. Ao meu pensar, a justiça não pode considerar somente fatos e dados, que qualquer um pode confirmar. A justiça deve considerar, além dos fatos e dados, as evidências, os sentimentos, as intenções e até a imaginação. Somente com olhos bem abertos se pode aplicar a justiça, ao meu modo de ver.

 

 

Do outro lado do jardim, uma igreja com uma enorme torre nos convidou para conhece-la. Pagamos uma entrada e subimos 198 degraus até o topo, há 75 metros de altura.  Lá de cima uma visão com 360˚ da simpática cidade do Porto.

 

 

 

 

 

 

A Torre dos Clérigos foi projetada e construída por um arquiteto italiano, Nicolau Nasoni, que viveu na cidade do Porto. Ele trabalhou por vários anos na sua construção, sem nada receber. Nasoni trabalhou em várias igrejas e palácios em Portugal e na Itália por pura paixão. Ele morreu pobre e, depois de reconhecido como grande artista, seus restos mortais foram transferidos para a Igreja com a torre mais famosa de suas obras.

 

 

A Igreja foi construída no século XVII, toda em granito, pela Irmandade dos Clérigos, destinada a assistir os clérigos na pobreza, na doença e na morte.

 

 

 

Derrepente um som encantou nossos ouvidos com uma melodia que remete aos anjos. Era do carrilhão com 49 sinos, sendo o maior com 2 mil quilos, 1,52 metros de diâmetro e o menor com 5 quilos de apenas 17 centímetros de diâmetro. Todos juntos pesam 9.978 quilos.

O Carrilhão de Concerto toca a cada hora cheia e estar ao lado dos sinos quando tocam, eu garanto, estremece a carne e enaltece a alma.

 

 

Dentro da Igreja outra emoção tomou conta com a música suave dos tubos do rei dos instrumentos. 

Eu não queria sair daquela igreja, mas a vida de turista não pára, outras belezas nos aguardavam.

 

 

Saímos a vagar pelas ruas limpas do Porto, rumo à Ribeira, às margens do Rio Douro, que separa a cidade que continua unida por suas belas pontes.

 

 

 

A Ponte Luís I, a mais famosa da cidade, por onde passam o metrô e pedestres, foi projetada pelo engenheiro belga Théophile Seyring, sócio de Gustave Eiffel, o mesmo que projetou a famosa torre de Paris. 

 

 

 

 

Mas existe também a ponte pênsil, a Ponte São João, a Ponte do Freixo, a Ponte da Arrábida, a Ponte do Infante, entre outras. 

Já existiu também a Ponte das Barcas, constituída por 20 barcas ligadas por cabos de aço, onde aconteceu a morte de 4 mil pessoas, quando fugiam das espetadas das baionetas dos homens de Napoleão, em 1809.

 

 

 

Na Ribeira a arquitetura colorida e amontoada das edificações, cria todo um romantismo às margens do segundo rio mais famoso de Portugal.

 

 

 

 

 

 

 

Paramos para o almoço em um dos vários restaurantes à beira rio, para comer  uma das famosas comidas típicas da cidade, a Francesinha. Pão recheado com linguiça, presunto e carne, coberto com queijo derretido e mergulhado em um molho de tomate, temperado com vinho e acompanhado com batatas fritas.

 

 

Quando pedi para comer uma francesinha morena de olhos verdes, o garçom deu dar uma olhadela em volta e disse que não seria possível. Ade disse a ele “te vira”, como quem diz para ele procurar mais. Ele pulou de lado e falou “não, não, nem pensar, não vou me virar”. Todos rimos e aguardamos a chegada da comida, deliciosa por sinal. 

No restaurante, alguns azulejos com frases popular de Portugal, como estas:

“De dia não como só penso em ti de noite não durmo, tenho fome”; 
“A minha sogra é uma santa, só é pena que não estar no céu”; 
“As mulheres quando se juntam a falar da vida alheia, começam na lua nova e só terminam na lua cheia”.

 

 

 

Passeamos despreocupados pela Ribeira, subimos o elevador, sempre com a alegria contagiante de Ade, Isa e Neuza, subindo para a parte alta da cidade.


Chegarmos na Catedral do Porto, com suas belas paredes cobertas por azulejos, com altares cobertos com prata e um grande acervo de relíquias religiosas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O edifício foi construído no século XII, com características da vocação marítima da cidade.

 

 

 

 

 

 

Chegamos na Estação São Bento, de onde partem os trens para toda a Europa, construída no início do século XX para abrigar um convento. 

Os azulejos que cobrem as paredes retratam acontecimentos célebres da história portuguesa.

 

 

 

 

Caminhamos pelas ruas centrais, observando as belas edificações e monumentos, até que chegamos na Rua Santa Catarina, rua pedonal de muito movimento, onde ficam as principais lojas de departamento da cidade e o famosos Café Majestic, onde quase sempre tem fila para sentar.

 

 

 

 

 

 

Nesta rua também fica a  Capela das Almas, uma jóia de rara beleza, com cerca de 16 mil azulejos, cobrindo 360 metros quadrados de paredes, retratando a vida de São Francisco de Assis e da Santa Catarina.

 

 

 

 

Pegamos um taxi que nos levou até o estacionamento. O motorista, um senhor com bastante idade, nos fez rir muito contando a história de um velho e rico português que se casou com uma jovem brasileira. Ele falou muita besteira, sem se importar com quem estava em seu taxi.

Pegamos o carro, seguimos a beira rio até chegarmos no Castelo do Queijo, edificado sobre um granito arredondado, como o formato de um queijo, com suas torres de vigia e seus canhões históricos.

 

 

 

O Castelo do Queijo, que na verdade foi um forte de defesa, está localizado junto ao Oceano Atlântico, de onde assistimos um belo esconder do sol.

 

 

 

 

 

A foz do Rio Douro ao entardecer é um local ideal para se fazer exercícios ou deixar rolar o tempo encostado na mais pura preguiça.

 

 

Já noite, passamos pela Casa da Música, símbolo da modernidade da cidade. Houveram grandes debates sobre sua construção em 2005.  Muitos protestaram contra o moderno em meio a tantas edificações histórias. Grupos radicais queria a sua demolição quando ainda estava por inaugurar.

 

 

 

A cidade do incontestável vinho do Porto, que é produzido a partir das uvas do Douro, fixou fama mundial e faz parte das principais requintadas refeições no mundo todo. A Vila Nova de Gaia, do outro lado do Douro é o local com maior concentração de álcool por metro quadrado do mundo.

 

 

O Vinho do Porto Branco, Ruby, Tawny e mais algumas categorias especiais, se diferem pela qualidade da uva, do processo de extração, do armazenamento e do tempo de reserva nos balseiros de Carvalho.  

O vinho pode ficar em toneis por até 40 anos e o Tawny envelhecido é dos mais caros do mercado. Uma garrafa do famoso vinho português pode chegar até 5 mil Euros. Caro mais ainda longe do mais caro, que é um vinho francês de Henri Jayer, que chega a valer mais de 11 mil Euros uma garrafa. É um néctar para poucos.

 


Um dia, em um dos vários jantares que fizemos na casa da família Ribeiro em Lisboa, Victor abriu um de suas garrafas preciosas de Vinhos do Porto e fez questão de colocar à mesa ela ainda suja da poeira aderida ao longo dos anos. Disse ele que não se deve limpar uma garrafa com líquido tão precioso e realmente é um néctar.

 

Passamos um dia na cidade do Porto mais poderia ser mais. A bela cidade, com gente bonita e belas atrações merece um passeio mais demorado.

 

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