30. Final da Expedição pela América do Norte

Iniciamos nossa Expedição pela América do Norte, voando para Toronto, onde ficamos por 8 dias. Alugamos um carro e seguimos para os EUA, com o plano de percorrer a lendária Rota 66 e a Rota do Litoral do Pacífico, voltando pela Rota que passa pelo Sul do Canadá, até voltarmos novamente a Toronto. No caminho, andamos em zig zag, conhecendo os ícones do turismos pelas rotas. Toronto foi nosso ponto de chegada e o ponto de partida.

Nos Estados Unidos, nossa primeira parada foi para conhecer as belezas das cataratas de Niagara Falls. Depois seguimos para Chicago, onde começa a lendária Rota 66.

Fomos conhecendo as peculiaridades da Rota e em seu entorno, buscando explorar ao máximo o caminho. Passamos pela terra do Blues, pelo velho oeste, pelo paraíso dos jogos, pelos deserto e pelas magias da Califórnia. Nos Estados Unidos passamos por 18 dos 50. Começando pelo Estado de Nova Iorque, depois seguimos pela Pensilvania, Ohio, Michigan, Indiana, Illinois, Missouri, Kentuke, Tenessi, Arkansas, Oklahoma, Texas, Novo México, Arizona, Nevada, California, Oregon e Washington.

Encontramos o Oceano Pacífico em Santa Barbara na Califórnia e seguimos rumo ao norte passando pelo litoral da Califórnia, do Oregon e de Washington, conhecendo as belas praias, precipícios, florestas encantadas e cidades acolhedoras. A região é sonho de todo surfista.

Entramos novamente no Canadá por Vancouver e seguimos rumo ao Leste, passando pelas províncias de Columbia Britânica, Alberta, Saskatchewan, Manitoba, até chegarmos na Província de Ontário. Além de Vancouver, visitamos Banff, Calgary, Regina, Winnipeg. Thunder Bay e Sault Ste Marie, antes de chegarmos em Toronto. Depois conhecemos Ottawa, Quebec City e Montreal na Província de Quebec, totalizando 6 das 10 Províncias do Canadá.

No caminho percebemos a bela qualidade de vida nas cidades e no campo. Passamos pelos centros históricos, por exuberantes florestas nos parques nacionais, pelas cordilheiras de topo gelado e por dezenas de lagos cristalinos.

Por onde passamos o plano era conhecer os pontos turísticos, especialmente, centros históricos, parques, monumentos, museus, igrejas, vinícolas, shoppings, sempre buscando provar os sabores da culinária de cada região.

Conhecer a arte também foi uma das nossas escolhas preferidas. Galerias, estátuas, trabalhos manuais, músicas ao vivo e espetáculos de rua, foram motivos para nossas paradas.

Se faltou alguma coisa? Sim! Faltou conhecer melhor as pessoas, um pouco pelo costume reservado deles e muito mais pela nossa comunicabilidade. Como nós não dominamos o inglês, falamos e entendemos um pouco de espanhol, em muitas oportunidades, deixamos de conhecer ainda mais a cultura e os detalhes de cada região.

Nas nossas aventuras, aprendemos que o idioma e as regras de cada país não são empecilho que impeça uma viagem. É sempre bom aprender sobre o essencial mas, considere que a linguagem corporal e um tradutor eletrônico, já é o bastante. Também é preciso considerar que, normalmente, qualquer viajante encontra ajuda de outras pessoas por onde passa.

Além do idioma, o financeiro é outro fator que também não deve ser um empecilho. Logicamente, quanto mais recursos monetários, melhor. Pelo caminho encontramos pessoas viajando com todo luxo e encontramos pessoas viajando de bicicleta, carregando só o necessário.

Dizem que a maioria dos seres humanos sonham com viagens. Uns vão e outros gostariam, mas nunca partem e alegam protestos empecilhos. Sonhe, planeje e não desista nunca. Se nós conseguimos, você também consegue, se quiser.

NÚMEROS E IMPRESSÕES DA NOSSA EXPEDIÇÃO PELA AMÉRICA DO NORTE

Em 126 dias, rodamos 37.920 quilômetros, passamos por 2 países, 18 estados nos Estados Unidos, 6 Províncias no Canadá e, com este, foram 30 posts publicados no meu site pessoal – depoisdotrabalho.com.br.

O investimento não foi pouco pelo nosso estilo de vida. Ganhar em Real e gastar em Dólar tem uma grande diferença. Esta foi uma das expedições mais caras que já fizemos. Não vou contar o valor total, por que depende do estilo de Cada viajante tem um estilo de viagem mas, posso dizer que um pouco menos de 300 dinheiro de cada país é suficiente para uma bela viagem, vivendo um padrão entre 3 e 4 estrelas.

No nosso caso, o carro alugado e demais despesas relacionadas com o Transporte, foi o maior custo. a Alimentação, com um pouco menos, foi a segunda. O Pernoite, que é sempre aquele custo necessário, caro e de pouco proveito, somou um pouco mais de 1/4 que gastamos para dormir. Já com os Outros, foram os gastos que poderiam ser bem menores, mas eles também são necessários e encantam pelo poder de compras.

Viajar é sempre um aprendizado que guardamos por muito tempo e, nesta expedição, destaco algumas impressões que ficaram guardadas:

• As lojas tem quase sempre seus estoque bem arrumados, os vendedores não ficam insistindo para você comprar e muitas delas contratam pessoas só para cumprimentar os clientes quando chegam e quando saem. A roupa nos autlets da mesma marca são incrivelmente mais baratas;
• A grande maioria absoluta dos produtos são de qualidade, mesmo os mais baratos. As embalagens são de tanta qualidade que as vezes é difícil de abrir;
• Cada pessoas produz muito lixo a cada dia e em poucos lugares tem a separação do lixo;
• No shopping a maioria das pessoas carregam sacolas de compras, indicando o bom poder aquisitivo da maioria;
• É muito chato fazer a conversão de moedas. Quando você paga 20 dólares pode ser justo, quando converte e vê que pagou mais de 100 reais, achamos que não é tão justo;
• Quase ninguém sorri para quem não conhece, poucos cumprimentam e poucos aceitam liberdade corporal como um abraço ou um aperto de mão;
• Grande parte dos negros são respeitados e exibem poder, muitos são ricos;
• Nos banheiros não tem ducha higiênica e o papel higiênico é jogado no vaso sanitário;
• O asfalto é na sua grande maioria de excelente qualidade, as estradas são muito bem sinalizadas, poucas são pedagiadas e as regras são respeitadas por quase todos. O trânsito é o maior destaque na educação do povo, todos respeitam;
• Você que lava seu carro no lava jato e ainda tem que pagar e é você também que abastece o próprio carro. Os estacionamento são caros, só pode ficar pouco tempo na mesma vaga;
• O valor da gasolina muda de um posto para outro e pode ser o dobro de um estado para o outro;
• No geral, as pessoas se vestem mal, sem se importar com o que outros pensam. Muitos criam sua própria moda. Não se incomodam de ir de meia e chinelo no restaurante ou usar unhas da mão que chegam facilmente a 4 cm;
• Todos esperam gorjetas;
• Em todo comércio, transporte coletivo e estacionamento são pagos direto com seu cartão de crédito ou débito;
• Quase ninguém anda a pé nas ruas da periferia, só para passear com o cachorro e no domingo saem de casa para passear de carro e os parques ficam lotados de gente;
• As casas ficam sempre fechadas, dificilmente se vê alguém no quintal;
• Ninguém invade o espaço do outro e pedem desculpas por qualquer motivo;
• O custo para atendimentos médico é muito caro, tem poucos hospitais, muitos tem dentes podres ou estão acima do peso;
• Comem basicamente sanduiches e, em muitas receitas de salgados colocam mel ou açúcar. Para cada 10 restaurantes existem 100 comércios de lanches. Nos supermercados vendem muita comida pronta. A carne de boi é muito cara A carne de frango é barata e muito consumida A carne de peixe é barata e pouco consumida;
• A policia aparece do nada, age com rigor e não pede, ordena. Andam quase sempre em alta velocidade, mesmo sem diligencia;
• As fábricas de motorhomes estão com pátios lotados de veículos a serem vendidos e os campings ficam longe de tudo e custam tanto quanto um hotel, com pouca infraestrutura. Alguns Treiler são gigantes;
• As pessoas limpam apenas o que aparece, nos hotéis lojas restaurantes e no carro. Não costumem fazer limpeza todos os dias;
• Muitos moradores voluntários limpam praças, ruas, parques e até as estradas;
• O preços das coisas é informado antes dos impostos federais, estaduais e municipais;
• As construções até 4 ou 5 andares são feitas de madeira e plástico, com pouca estrutura de concreto;
• Hollywood não merece a fama que tem;
• Chicago, Las Vegas e Seattle foram as cidades que mais gostamos. Memphis, Los Angeles e Portland foram as cidades que menos gostamos;
• Muitos hotéis não aceitam dinheiro em espécie. Quase todos que recebem dinheiro em espécie conferem as notas para ver se não são falsas;
• Todo comércio devolve o troco, mesmo que for de 1 centavo;
• O café do tamanho pequeno é maior do que um copo americano. O maior é gigante;
• Muitos moram em hotéis, carros e motorhomes. Em algumas cidades as pessoas em situação de rua ganham barracas para dormir nas praças;
• A confiança é grande. Ninguém acredita que outro será desonesto. Quando acham algum objeto na rua, colocam num lugar visível para o dono voltar e achar;
• Em muitos lugares é proibido beber nas ruas e o governo interfere diretamente na venda de bebidas alcoólicas;
• A arte, a cultura e a culinária mostram peculiaridades regionais;
• Poucos conhecem ou já viram falar do Brasil.

Antes de se aventurar numa expedição como esta que realizamos é fundamental pesquisar também sobre os costumes e as leis vigentes por onde vai passar, para evitar perrengues, multas, dissabores, atrasos e até prejuízos maiores como prisão ou extradição.

Também é importante anotar as atrações pelo caminho, para não correr o risco de descobriu que tinha algo legal por onde você já passou.

HORA DE VOLTAR AO LAR-DOCE-LAR

Saímos de Toronto num vôo da Air Canadá até Chicago, 8 horas de espera, embarque no vôo da Unitet até Guarulhos e por fim,  embarque na Azul para Curitiba.

No aeroporto já foi possível notar nossos costumes, diferentes dos americanos do norte. Esperamos pela chamada onde já havia uma pequena fila. Quando abriu para verificação do embarque houve uma invasão daqueles que não estavam na fila, que simplesmente passaram na frente. Tudo bem. Todos embarcados, malas no compartimentos, portas fechadas e um aviso do comandante dizendo que não valeu nada do que foi feito. Pediu para que todos pegarssem suas bagagens e voltassem para o saguão. Reclamação geral, mas ordens do comandante tem que cumprir e pronto. A aeronave necessitou de uma manutenção não programada e lá se foram três horas de atraso. E pior, embarcamos na mesma aeronave que deu defeito.

Pensei comigo. Estamos realmente no Brasil. Nossa terra onde nem tudo é bem feito ou correto, mas é aqui que amamos estar a maior parte do nosso tempo. Ficamos felizes por que chegamos.

Em Curitiba fomos recebidos pela família, matando mais uma vez a saudade, sempre bom como em qualquer final de viagem.

Ficamos em Curitiba por alguns dias, fizemos a manutenção da Caca, adequando-a já pensando na próxima expedição e seguimos para a nossa casa fixa na beira do rio, para ouvir novamente o canto dos pássaros, colher frutas e cuidar da horta, ver o nascer e o pôr do sol, reunir a família, fazer muita comida gostosa e ficar sonhando e planejando a nossa nova aventura.

Até breve com novos posts da nova aventura. Obrigado pelas belas palavras na rede social e espero que pelo menos em alguns, nosso modelo de vida tenha inspirado e empurrado-os a realizarem também seus sonhos com viagens.

FIM