10 Fazendo e reencontrando amigos

Por recomendação de outro motorromeiro, paramos no Camping Campestre Park, às margens da Lagoa dos Esteves, próximo de Criciúma em Santa Catarina. Aqui a natureza e os cuidados dos proprietários fazem mais um lugar perfeito para quem gosta do caravanismo.

No camping conhecemos um senhor e sua esposa que já viajaram pelo mundo durante seus períodos de férias e agora, já aposentados, compraram um motorhome e estão iniciando a vida de campistas. Outro casal de jovens também estão começando e já adorando a primeira viagem.

O mais interessante dos vizinhos foi o casal, viajantes antigo de motorhome. Sabem tudo sobre viagens. Estão voltando da Patagonia e tem muitas historias para contar. Ele contou que esta foi uma viagem de horror. Foram assaltados, estragaram o carro e perderam as chaves dos compartimentos.

Aprendemos e rimos muito com as histórias deles e o mais interessante, ele está com 82 e ela com 80 anos.  Os dois se revesam na condução do motorhome.  Os filhos não querem que eles viajem e ele diz que só vai viajar mais uns 7 ou 8 anos, depois pára.

Estão voltando pra casa depois de 3 meses na estrada e já programaram a próxima viagem para o nordeste do Brasil. Foi encantador conversar algumas horas com eles. Inspiradores com mais de 8 décadas.

Pela manha, um bom tempo de conversa com os novos amigos que nos inspiraram pela idade e seguimos conhecer o Farol de Santa Marta.

O Farol fica em Laguna e foi projetado pelos franceses em 1891, erguido com pedra, areia, barro e óleo de baleia. Ele é no formato quadrado e suas paredes tem 2 metros de espessura. Com 29 metros de altura, construído em cima de um morro, o Farol orienta embarcações e sua  iluminação é uma das melhores do Brasil com suas lentes hiper=radiantes.

No pátio do Farol tem uma escola municipal e de onde se tem é uma bela visão da cidade, com suas casa coloridas.

Fomos visitar dois queridos amigos, que vivem às margens de um braço de mar, no município de Imaruí. Conhecemos o Ney e a Léia na Festa do Peão de Boiadeiro, na cidade de Barretos, em 2019.

Impossível encontrar palavras para descrever o carinho, a presteza, a alegria e a forma como nos receberem.  Ney e Léia são pessoas adoradas por todos que os conhecem.

Ney e Léia, praticamente, não nos deixaram seguir viagem e fomos dormir na casa deles.

A noite conversamos muito e, pouco antes do jantar chegou o padre. Ai a conversa ficou ainda melhor. Acho que Imaruí é mesmo cidade de gente boa.

Já era tarde da noite quando Ney nos levou para o alto de um morro, de onde se tem um bela visão da cidade. No passeio ele nos contou tudo sobre as formas curiosas de pescar na região

As lâmpadas menores, que parecem uma continuação da cidade, são armadilhas para pescar camarões.

Em volta de cada lâmpada, são instaladas as cocas, uma rede preta que afunila e prende os camarões que são atraídos pela iluminação. Cada pescador tem várias cocas e carreiras exclusivas de lâmpadas.

A maioria dos pescadores tem um galpão exclusivo para guardar o barco e os apetrechos de pesca.

Quando voltam da colheita, ou pescaria, os resultados são quase sempre, satisfatórios. A técnica de pescaria com lâmpadas, parece até história de pescador, mas não é.  Eu vi um pescador trabalhando.

No galpão, onde separam a colheita, sempre tem uma gaivota à espera das sobras da pesca com lâmpadas.

Dia seguinte fomos visitar a igreja e o padre veio nos receber. Nos mostrou e contou sobre a gestão da paróquia, que funciona como uma pequena empresa, cujo padre é o gerente e os antigos voluntários agora são empregado registrados.

O padre nos mostrou a igreja e os trabalhos que tem e ainda nos deu um presente exclusivo. Quando eu falei que gostava do som do sino, ele foi até os controles eletrônicos e fez o sino tocar, mesmo fora do horário.

Um senhor que passava, veio saber o motivo do sino tocar antes do horário. Pela primeira vez, ouvimos um sino tocar só pra nós.

Passamos por Brusque comprar pijamas e voltamos a Pomerode para comprar conservas. Como já estava tarde, fomos dormir novamente no Parque da Malwe, em Jaraguá do Sul.

Lá encontramos um casal de amigos que após algum tempo parados com viagens, resolveram voltar para a estrada. Ele com 74 anos e ela com um pouco menos.

Ficamos felizes com o encontro e preparamos uma noite com queijos e vinhos para colocarmos conversa em dia. Antes de partir, combinamos novos encontros.

Ficamos mais alguns dias em Curitiba, onde passeamos e curtimos com nossos filhos e netos.

Antes da chegada em nossa casa fixa, paramos em Maringá para fazer compras e reabastecer nosso lar-doce-lar, na beira do rio.

Nossa viagem pelo Sul do Brasil, Argentina e Uruguai durou 58 dias com 9.235 quilômetros rodados por boas estradas em sua maioria.

Agora vamos ficar na nossa casa fixa e inventar mais coisas gostosas para fazer, até concluir o roteiro da próxima expedição.