Motocicleta pelo Brasil 2012 10 ILHEUS – BA

10 ILHEUS – BA


Saímos de Porto Seguro rumo a Ilhéus com tempo bom. Paramos para comer açaí na tigela, com banana que o rapaz foi buscar no pé.

 
 

Chegarmos no Resort Tororomba que é o nome das águas escuras ricas em minerais  do rio que passa pelo hotel e percorre a região.  As águas escuras tem comprovadas propriedades medicinais pela grande quantidade de sais ferrosos e iodados, além de magnésio e sódio.

 
 

Dia nublado, neve em Santa Catarina e vento forte em Ilhéus.

 

Fomos conhecer a igreja, a casa de Jorge Amado, o Bataclan e o bar Vesúvio, agora com o telhado encoberto, onde a Gabriela subiu de vestido para apanhar uma pipa e encantou os homens há 100 anos atrás, tal qual aquela cena imortalizada por Jorge e pela novela.

 

 

 

 

 

 

 

Passamos pela casa do Tunico Bastos, que fica a uns 500 metros da igreja mas bem de frente pra porta. O Bataclan, chamado de “baitaclan” pelos moradores, é agora um restaurante a kilo e preserva suas características de boate.

 
 

Jorge é mesmo amado por aqui. Todos falam bem e sempre falam dele. Atribuem a ele a fama da cidade e são agradecidos. No hotel tem uma placa com um bilhete dele para o dono gravada na madeira e exposta no jardim, a rua principal é o nome dele, o aeroporto, o prêmio de qualidade, a farmácia  e outras várias coisas tem o nome dele.

 
 

Má impressão do hotel. O tempo está nublado com vento forte e todos os hóspedes estão nos apartamentos.  O hotel não ofereceu opções de laser, a comida é media, o valor é alto, a água escura nas torneiras dá impressão de suja, tem cheiro ruim no banheiro, não tem recreação, os aparelhos da sala de jogos estão detonados, a sauna quebrou durante o nosso banho, os detalhes de falta de manutenção são visíveis por toda parte e ainda chamam de resort. Ainda bem que o Ministério do Turísmo vai retomar a classificação de estrelas em hotéis. Este é 4 estrelas, mas deveria ser 2. Nosso apartamento era dos melhores, de palafita em cima do lago.

 
 

A dona me disse que o hotel  é para atender a um desejo do idealizador, seu marido que já morreu e teve suas cinzas jogadas no rio. Ele queria ajudar as pessoas da região dando emprego e pagando os estudos dos empregados que queiram estudar.  Vários que se formaram foram embora. É uma atitude nobre esta forma se ajudar, mas é preciso pensar na estrutura de pessoas que fazem a manutenção do hotel.  Falta amor, carinho, bom relacionamento e principalmente vontade por parte dos empregados. Os empregados não criam raízes e partem na primeira oportunidade. Tentei mostrar isto para a dona que se ela não cuidar do hotel que é o mantenedor, o projeto vai acabar por que os hóspedes não voltam mais e nem indicam o hotel.  Ela justificou de várias maneiras e deixei de lado a conversa.

 
 

Caminhamos 13 km até um balneário mantido pela prefeitura com águas de tororomba.  A água é muito escura e parece suja nas piscinas.

 
 

A praia com areias finas e macias, mar raso, com pedras enormes na areia e siris grandes que espiam e fogem rápido entrando nas tocas. Um deles errou o buraco e nós o acuamos no barranco. Coitado ficou apavorado com dois gigantes em sua frente e sem lugar para fugir. Ele ficou bem. Deixamos ele fugir. Certamente ele não era deste tamanho.

 
 

O hotel tem lugares nas árvores e no chão onde colocam comidas para as aves. O garçom  jogou a comida para duas patas e alguns passarinhos até que chegou a galinha d’angola e expulsou todos e comeu só a melhor parte. Enquanto a angola comia, as patas e os pássaros disputavam as migalhas que conseguiam furtivamente. A angola satisfeita saiu, as patas voltaram e espantaram os passarinhos, igual a angola fez com elas.  Satisfeitas, as patas  saíram e finalmente os passarinhos puderam comer.


A força física é o poder dos animais. Dos homens é o argumento. Tanto para os animais como para os humanos, o poder perfeito seria o “ganha-ganha”. A natureza é farta.


Este côco nós ganhamos, brincamos com ele, descascamos, tomamos a água e comemos a castanha, durante a caminhada na praia.

 
 

Dia nublado e o resort não está preparado para coordenar atracões para os hóspedes. A piscina dava impressão de frio mas não estava. Entrei e me diverti ensinando as crianças a nadar. Ensinei uma menina a nadar e mergulhar, ela trouxe outros, depois outros e passamos algumas horas divertidas. Eu amarrava a bóia macarrão neles, ensina o impulso, o movimento dos braços e das pernas e eles aprendiam rapidamente a se locomover pelas águas.  Foi um orgulho para eles e eu também fiquei orgulhoso de ver como aprenderam rapidamente.  Nadavam, mergulhavam e vinham me contar cada novo progresso. Fizemos até competição de natação e mergulho. Os pais deles, em clima de frio, assistiram de longe.

 
 

A noite um lual na praia, meio escuro e as danças sensuais superaram ainda mais o que vimos em Porto Seguro. Dois dançarinos regionais dançavam os passos que afloram a sexualidade e os hospedes procuravam imitar, liberando gestos das pessoas que até pouco tempo atrás era abominável em público.

 
 

Conhecemos um gaúcho,  65 anos que vive no interior da Bahia. Conta que tem uma fazenda, uma chácara, uma padaria e 10 casas de aluguel. Trabalha o tempo todo há vários anos e se orgulha de estar conquistando tudo na vida.


A mulher dele reclama  que não saem de casa e que ele até ficou bravo por que ganhou esta viagem da filha e agora tem que pagar o ônibus e a comida.  Ele estava gostando da viagem mas acho que prefere morrer rico.


Saímos rumo a Itacaré e já no início da viagem encontramos uma manifestação  indígena na rodovia e iriam caminhar ainda 3 km em marcha lenta com uns 200 manifestantes. Pedi ao policial para atravessar no meio e ele me disse “você sabe como são os índios, vá devagar” eu disse “qualquer coisa, atira neles” e ele patrioticamente como um soldado é e como todo cidadão deveria ser , respondeu ” estou aqui para defender os dois lados”.

 

Fui bem devagar cumprimentando,  brincando com um, com outro, a Ade foi tirando foto e os ultrapassamos sem problemas.

 
 

A Estrada de Ilhéus a Itacaré é bonita e tem montanhas próximas do mar que proporciona mirantes maravilhosos. Em um dos mirantes uma moça pediu para tirar uma foto com a moto e eu cuidei até ela  tirar a foto. Fui ver o mirante e quando voltei já tinha mais um em cima da moto tirando fotos e outros esperanto para fotografar com seus celulares.


O motociclista precisa cuidar para evitar que derrubem a moto ou que as pessoas encostem no escapamento e se queimem gravemente.


Fechamos o segundo mês, setembro de 2.012, e o investimento ficou assim distribuído em percentual:

 
 
AGOSTO
SETEMBRO
TOTAL
 
 
TRANSPORTE
   6%
     6%
    6%
EXTRA
 13%
   13%
   13%
ALIMENTAÇÃO
30%
30,0%
30,0%
PERNOITE

km A PÉ
51%

183
51,0%

162
51,0%

345
  • TRANSPORTE (gasolina, pedágio, balsa)
  • EXTRA (correio, presente, farmácia, gorjeta, taxi, loteria, escuna, barco, jipe, ingresso)
  • ALIMENTAÇÃO (restaurante, lanchonete, bebida, mercado)
  • PERNOITE (hotel, pousada, resort, taxa de turísmo)
  • km A PÉ (rua, praia, montanha, pedras beira mar)
 

1 comentário sobre “10 ILHEUS – BA”

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