Fomos conhecer o Parque Nacional das Sete Cidades, entre as cidade de Piripiri e Piracuruca, no Piauí. O Parque protege uma formação geológica e pinturas rupestres com datações pré-históricas.
A lenda das sete cidades vem da idade média onde exploradores buscavam e ainda hoje historiadores procuram um lugar mágico que dizem que existe, rico em ouro, mas que nunca foi encontrado.
Como nunca se definiu exatamente onde ficam as sete cidades, os colonizadores desta região no Piauí acreditaram e batizaram as formações rochosas com o nome do lugar sagrado que ainda não foi encontrado. Seria ali no Piauí?
Tem historiadores e caçadores de relíquias que dizem que as sete cidades fica na Ilha dos Açores, outro afirmam que é no México. Por que não no Piauí?
Penso que, como ninguém sabe ainda onde fica e que todas elas merecem reconhecimento como lugares sagrados, não por serem as sete cidades procuradas, mas pela singularidade e raridade das suas formações naturais.
No Parque tem sete ou mais agrupamentos com cavernas e rochas com formações geométricas, muitas assimétricas, que lembram a figura de pessoas, animais e o que mais a imaginação permitir.
Entramos pelo portão norte do Parque e depois da identificação na portaria, seguimos de carro já observando as vária formações singulares das rochas. No Centro de Visitantes é possível contratar um guia, mas a visita pode ser feito de carro, sem eles. Os caminhos são de terra bem conservados e bem sinalizados. É possível chegar em cada cidade, fazendo pequenas caminhadas.
A cada 200 ou 500 metros tem uma das cidades.
Entramos em quase todas, cada uma com pedras e inscrições diferentes. Certamente ali viviam famílias que ficavam abrigadas nas pedras e cavernas. Mas como a natureza esculpiu aquelas formações é inexplicável. Dizem que pode ter sido a chuva, o mar e até os fortes ventos da região. Eu aceito as teorias da origem, mas ainda assim fica a exclamação quanto a perfeição das ranhuras nas rochas.
Aqui algumas pedras que parecem ter escamas ou recortes como o casco de uma tartaruga. Outras com buracos enormes apropriados para uma boa fotografia e tem também vãos livres nas rochas que causa surpresas até para arquitetos.
Para complicar ainda mais a vida dos historiadores, cada cidade tem desenhos nas paredes feitos pelos antigos habitantes, pinturas rupestres, que não explica nada e ainda ajuda a confundir. Tem mãos com seis dedos, algo que parece com avião, escadas, peixes, carimbo das mãos e riscos feitos com tintas extraídas das plantas ou talvez sangue, não sei.
Seriam adultos que queriam deixar mensagens para o futuro? ou são simplesmente rabiscos (me desculpe os historiadores) feitos por crianças travessas riscando as paredes na casa dos avós?.
A história quando apreciada onde os fatos aconteceram é sempre mais emocionante. Apesar dos desencontros nos registros históricos, estar lá, andar pelos caminhos e ver de perto os costumes de nossos antepassados enriquece nossa alma e clareia um pouco mais nossa inteligência, por conta da emoção incontível.
Depois de quase 20km rodando dentro do Parque, visitando as sete cidades ainda perdidas, decidimos seguir para Jijoca de Jericoacoara.