Motocicleta pelo Brasil 2012 15 PRAIA DO FORTE – BA

15 PRAIA DO FORTE – BA


A Chapada Diamantina foi até agora local mais fantástico. Saímos para dormir em Feira de Santana. Passamos em Itaberaba, fizemos serviços de banco. Quando parei em frente ao banco veio um motociclista dar boas vindas e ofereceu ajuda. Me convidou para uma reunião do seu moto club e um passeio até um encontro de motos numa cidade próxima.

Fomos para Feira de Santana, por um asfalto bom com vários vilarejos e uma visão de dar dó por culpa da seca. Muitas pontes sem rios, gado magro e sol escaldante.

Em Feira de Santana paramos para comer açaí na tigela, pesquisamos no google e vimos que a Praia do Forte estava a apenas 100 km.  Ainda de dia,  resolvemos seguir viagem. Paramos para comer requeijão, famoso na região mas não muito gostoso.

Depois de Feira de Santana a paisagem mudou radical. Mata verde, plantações, rios correndo em baixo das pontes, outra realidade da natureza.

Chegamos na Praia do Forte ao anoitecer e novamente o estresse de encontrar pouso. Notamos uma cidade rica, com preços altos mas achamos uma compatível com nosso desejo. Até um hostel aqui é caro 130 reais um casal em quarto privativo. Eu pensava que hostel era uma alternativa para viajantes de poucos recursos. O dono do hostel me disse que era um estilo coletivo de hospedar não necessariamente barato.

Conhecemos a rua principal, cheia de lojas e restaurantes muito bonita e não passa carro. Comemos um lanche e fomos dormir cansados da viagem.

Fomos rumo a praia até uma simpática igreja antiga e entramos à direita caminhando pela praia. São vários os condomínios nesta região. São casas e apartamentos luxuosos, sempre bem localizados.

 

 

 

Um hotel spa enorme com gente por todo lado seguranças e muitos hóspedes, numa estrutura bem cuidada, bonito de se ver e melhor ainda de estar e aproveitar suas opções.

 

Caminhando, chegamos em um rio com águas douradas e limpas com a correntes da maré alta correndo para dentro do continente.  Caminhavamos 100 metro rumo ao mar, entrava no rio e deixava a correnteza nos levar.  Ficar parado contra a força da corrente proporciona uma massagem sem igual.

 

 

 

 

Esquecemos de levar água e não tinha barracas de praia. Tentei comprar uma no spa e eles não podiam me vender.  Depois de eu insistir que precisavamos de uma água,  um garçon olhou para o outro e disse “posso dar?”.  O outro pensou um pouco e disse: “tira o rótulo” e então e me deram a água de graça dizendo que não podiam vender. A irregularidade tinha que ser decisão dos dois.  Muito calor, paisagens de deserto e poucos espaços de sombra.

 

 

A noite fomos comer carne de sol com purê de batatas salsa e feijão, demorada e de médio sabor. O preço foi alto. A cidade tem um calçadão onde convivem lojas de marcas e requintados restaurantes, com casas simples de quem já morava no local antes da fama chegar. Em muitos casos ainda a riqueza não tomou conta é o pobre e o rico convivem no mesmo espaço. A colônia dos pescadores, a escola, a casa simples, a lanchonete feita na sala das pequenas casas servem no mesmo espaço.

 

 

 

 

 

Fomos para lado esquerdo, pela praia e passamos pelo rico projeto Tamar. Eu acho que seria legal cuidarmos das tartarugas com tamanha desenvoltura, somente depois que todas as crianças tivessem suas necessidades atendidas. Penso que primeiro o ser humano deveria cuidar de sua espécie a atender suas necessidades básicas de sobrevivência digna.  Se sobrar recursos e tempo, cuidar de outros animais, como tartarugas, ararinha azul, baleia jubarte, sem contar elefantes, rinocerontes e tantos outros projetos que consomem muitos recursos, enquanto crianças pelo mundo ainda vivem sem uma vida digna. Nada contra os animais, mas fico me perguntando: para que serve uma ararinha azul?

 

 

 

 

Tentei tirar uma foto de um garoto rastafare e ele fugiu todas as vezes que eu tentei. Falei com ele que disse que não gostava de tirar foto e parecia muito feliz ao lado do pai, também rastafari. É uma pena que vocês não vão ver. Ele é muito lindo.

Um rapaz ao tirar o cigarro do bolso deixou cair algo. No meio de tanta gente passeando no calçadão, ninguém percebeu.  Eu estava sentado em frente a uma loja esperando a Ade ví quando algo caiu. Esperei um pouco, várias pessoas passaram por cima e resolvi apanhar. Era 50 reais. Peguei e vi o dono voltando desesperado, olhando para o chão,  parei ele e perguntei  “tá procurando alguma coisa?” e ele com os olhos arregalados disse que havia perdido seu dinheiro. Devolvi a ele e ele não sabia o que fazer para agradecer.  Perguntava o que poderia fazer para me recompensar, agradecia muito e pegou na minha mão 3 vezes antes de partir todo feliz. Achar 50 reais é muito bom, devolver para o dono não tem preço.

A noite vimos maculelê e capoeira no calçadão, passamos pelas lojas, encontramos um uruguaio que mora aqui e odeia argentinos.  Disse que não faz questão de vender para argentinos.

 

Aqui não tem guias e muitos ganham dinheiro com os carrinhos de taxi que levam turistas e moradores por várias partes da cidade e até para as praias mais distantes.

Saímos da Praia do Forte, que apesar de muito bonita, não estava muito legal. Já estamos cançados da Bahia e estamos agora ansiosos por Sergipe.

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