Chegamos em Portland e, entrando pela cidade não ficamos com boa impressão. Um tanto quanto suja, asfalto ruim e muitos prédios e pontes pichados. É uma cidade portuária, banhada por dois rios, com mais de 2,5 milhões de pessoas vivendo na região. Seu acesso a água proporciona um transporte conveniente de mercadorias, especialmente da indústria da madeira.
Portland tem a reputação de ser uma das cidades portuárias mais perigosas do mundo, centro do crime organizado e da extorsão.
Fomos em busca dos pontos turísticos da cidade, mas o que mais chamou a atenção foi a quantidade de pessoas, jovens e idosos, perambulando pelas ruas como zumbis. Muitos vivem em barracas, aos montes pelas ruas e praças.
Numa das praças que passamos mais parecia um camping de tantas barracas instaladas. Tinha uma com um carro estacionado, outras com motocicleta e várias com bicicletas. Ai fica a dúvida. São pessoas que perderam tudo na vida, nunca tiveram nada, são doentes mentais ou são preguiçosos levando a vida às custas dos outros. Não sei. Só penso que enquanto o estado ou pessoas que pensam ser “de bom coração” continuarem dando de mão beijada, certamente muitos não irão buscar um dia se tornar sustentáveis.
Vi algumas pessoas fazendo foto deste prédio e também fiz a minha versão. Ali funciona uma loja de roupas clássicas de faroeste, desde 1.019 e se tornou um referencia da longevidade de uma empresa familiar, orgulho da cidade, mas falta um trato na fachada.
Era domingo e a loja estava fechada, mas li que nos três andares tem um grande acervo, que até parece um museu de fotos e artigos antigos do vestuário cowboy.
Estacionamos o carro, com receio pela quantidade de andarilhos no local e fomos conhecer a feira de artesanatos, num esforço dos artistas regionais em sobreviver da sua arte, mas nada de tão espetacular. Nem a arte e nem a comida vendida no local.
Talvez por isso não tinha quase ninguém na feira.
O que chamou a atenção na região da feira foi uma loja que vende rosquinhas, danuts, como chamam por aqui. Tinha fila para comprar e um segurança na porta controlando a entrada. Até pensamos em provar, mas a fila esta muito grande. Ou é barato ou muito boa.
Nem tudo é feio na cidade. Subimos uma montanha para conhecer a Mansão Pittock, um castelo no estilo renascentista francês, construído em 1.914 por um editor magnata nascido em Londres e sua esposa, apaixonada por jardinagem.
Na época da construção o Senhor Pittock arrumou um grande inimigo, um vereador da cidade, que contestava sobre o fato do milionário ter usufruído do poder público para levar uma linha de água exclusiva para a mansão. Com o protesto veemente, o vereador teve encerrada a sua carreira política, não sei, será por que?.
Apesar da dona Pittock adorar a jardinagem, foi graças a um exemplar jardineiro que a mansão ganhou a fama de ter um belo jardim. Para compensa-lo, os Pittock deixaram uma bela casa de herança ao trabalhador exemplar.
Por conta do seu belo jardim, dona Pittock promoveu vários eventos de jardinagem na cidade, inspirou muita gente a fazer seu próprio jardim e o esforço dela fez com que a cidade fosse reconhecida como a “cidade das rosas”.
Quando entramos no Estado do Oregon foi só elogios e, com exeção a Portland, que foi só decepção. Poderia ser melhor, mas não é.
Seguimos viagem e, como sempre, parando onde tem algo diferente para conhecer, como este belo lago e uma escola de escultura em madeira, com belas peças.
Próxima parada, Seattle, capital do Estado de Washington, quase no Canadá novamente.