No meio das montanhas geladas no parque nacional mais antigo do Canadá, paramos em Banff, uma graça de cidade com os arredores mais lindos de toda a cordilheira do lado oeste do País.
Banff nos lembrou Gramado, no Rio Grande do Sul, clima de inverno o ano todo, arquitetura no estilo bechamel e muito agradável para um passeio a pé pelas ruas do centrinho, com muita comida e lembrancinhas para comprar. Muita gente turistando.
A região lembrou muito a serra gaucha, como se Banff fosse Gramado e Canmore, uma cidade vizinha, fosse Canela. Boas lembranças, duas regiões lindas.
O Parque Nacional de Banff foi o primeiro estabelecido no Canadá a ser declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO. A região de cordilheira com montanhas gigantes, guarda inúmeras geleiras, campos de gelo, densas florestas e paisagem alpina.
Por entre as montanhas de rocha serpenteiam estradas com pavimentação impecável, lagos deslumbrantes e o caudaloso Rio Bow de 623 quilômetros, transportando água potável, irrigando a plantação e contribuindo na geração de eletricidade.
Toda as belezas espalhadas pelos quase 7 mil quilômetros quadrados do Parque, chamou a atenção do turismo e hoje a região recebe mais de 5 milhões de pessoas todos os anos.
O turismo foi alavancado primeiro com a construção da ferrovia da Canadian Pacific Railway, que ligou o leste com o oeste do Canadá, cortando a cordilheira. Depois veio Rodovia Trans-Canadá que também corta o Parque Nacional e ramifica estradas por toda sua extensão.
Estratégicamente, a companhia de trens construiu dois grandes hotéis nas montanhas rochosas para atrair turistas e aumentar a venda de passagens, um em Banff e outro em um belo lago a 50 km de Banff.
A idéia da construção dos hotéis foi do engenheiro estadunidense, William Cornelius, então presidente da companhia de trens do Canadá, após descobrir que na região de rara beleza, haviam também fontes de águas termais que poderiam atrair turistas e aumentar a venda de passagens de trem. Numa pequena praça em frente ao hotel em Banff, tem uma estátua em homenagem ao grande empreendedor, apontando para o futuro.
Ainda hoje as fontes de águas termais são exploradas nas montanhas geladas e, quem tiver coragem, pode se banhar nas águas quentes o ano todo em um ambiente de muito frio, especialmente no inverno. Acho que entrar nas piscinas com águas quentes em meio a um ambiente gelado é mais um desafio do que um prazer.
Os vários lagos que formaram na região por conta do derretimento das geleiras, ainda na era glacial, se mostram com cores diferente conforme a estação do ano e a luminosidade do sol. No inverno alguns deles congelam e viram pistas de patinação. No verão encantam os olhos com o colorido das águas que permanecem geladas.
Existem lagos muito famosos e outros menos famosos. O que não existe são lagos feios. Todos são lindos e valem a pena visitar.
O Parque nacional de Banff é um dos principais pontos turísticos do Canadá e merece todo credito atribuído. Nós visitamos no final da primavera, imagino conhecer toda esta beleza em pleno inverno, com muita neve. Deve ser lindo. Talvez a gente ainda volta para ver tudo isso branquinho.