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26. Quebec City, a capital dos franceses no Canadá


 

No caminho para Quebec City, saímos da rodovia principal para visitar vinícolas de influencias francesas na região. Paramos na primeira vinícola e o dono nos disse que antes ele vendia o vinho e fazia degustação. Depois o governo começou a cobrar altos impostos obrigando ele a vender toda produção para o estado. Não conseguimos degustar e nem comprar, mas fomos muito bem recebidos.

 

 

Fomos na segunda vinícola e o dono, um enólogo francês, nos disse que criou um espaço para eventos, onde acontecem casamentos e aniversários. Como salão de eventos, o governo ainda permite que ele ofereça a degustação e a venda de garrafas dos vinhos que ele fábrica.

 

 

Ele contou sua história, desde que ele e a esposa deixaram a França para se dedicar no plantio de uvas e na fabricação de vinhos de qualidade no Canadá.  Ele tem seis vinhos especiais, cada um com o nome das filhas.

 

 

Na degustação, ofereceu 4 tipos de vinho para provar. Ade, Paula e Igor fizeram a degustação e eu fiquei só na vontade, exclusivamente como motorista. Na estrada, enquanto eles dormiam sob o efeito dos deliciosos vinhos, eu atento dirigia tentando reconhecer as placas de sinalização escritas somente em francês, sem tradução para o inglês.

Interessante o bairrismo do lado frances. Do lado inglês do Canadá, quase tudo é traduzido para o francês. Do lado francês, quase nada é traduzido. Nosso desfio é tentar agora falar e entender o francês, obrigatoriamente.

 

 

 

Nos caminhos até as vinícolas passamos por várias pequenas vilas com casas lindas, igrejas e pequenas fazendas nas margens do Rio Saint Lawrence.

 

 

 

 

Seguindo pela estrada, ora com chuva e ora sem chuva, com o GPS avisando que poderíamos passar por inundação de marés no caminho. Sem saber ao certo o que significava, seguimos em frente e não vimos inundações.

Chegamos seguros na nossa nova casa no alto de uma colina, com vistas para o belo Rio Saint Lawrence.

 

 

 

O cachorro Dimas que eu sempre digo que parece gente, as vezes exagera. Quando fomos dormir, acreditem, ele foi na nossa cama e estendeu a patinha como se fosse um cumprimento de boa noite. No dia seguinte pela manhã, lá estava ele novamente com uma carinha de bom dia.

 

 

Depois da surpresa do Dimas veio a surpresa da Paula, já quase adaptada com os costumes canadenses, nos brindou com um belo café da manhã (como ela faz todos os dias) ao mais puro sabor herdado da Europa. Café, pão, ovos, tomates, bacon, espinafre e feijão doce. Delicias de Paulinha.

 

 

Depois do belo café da manhã, ficamos um bom tempo esperando a chuva passar. Quando deu uma trégua, saímos para conhecer a famosa Quebec City, um pedaço da França incrustado na cultura da Inglaterra que impera no Canadá.

 

 

 

O Canadá tem fortes influencias da Europa, especialmente da França e da Inglaterra. No período de exploração, ou invasão do continente americano pelos europeus, franceses e ingleses travaram fortes batalhas para decidir com quem ficariam as ricas terras mais ao norte das Américas.

Quebec City fundada em 1608, foi palco de sangrentas disputas, por ser uma cidade portuária, de localização privilegiada. Como era rica e forte a influencia inglesa na região, a coroa britânica mandou construir no alto de uma colina uma cidade muralhada, para ser a residência oficial do monarca quando visitava a cidade, que foi batizada de Citadelle. Hoje a cidade cresceu no entorno mas a Citadelle ainda guarda a residência da monarquia inglesa e residência oficial do governo canadense, além de ser um dos principais pontos turísticos de Quebec City.

 

 

Como ninguém ganhou a guerra na conquista do Canadá, dividiram o País em dez províncias na canetada. De forma proporcional ao poderio de cada nação invasora, os anglofônicos ficaram com nove e os francofônicos com apenas uma das províncias, batizada como Quebec, no nordeste do País.

Apesar de idiomas diferentes, o Canadá convive muito bem com as duas culturas bem distintas e ainda abriga com muito carinho, gente de todo mundo que chega para visitar e fica ou vem decidido a ficar. O Canadá abraça a multicultura e muitos brasileiros já aceitaram as ofertas e oportunidades que o Canadá oferece para novos moradores.

Em 2022 o governo canadense divulgou um relatório sobre os imigrantes autorizados no País. Em primeiro lugar ficou imigrante vindos da Ásia, com mais de 3,5 milhões de pessoas, depois Europa com mais de 2 milhões e do restante das Américas um pouco mais de 1,1 milhões de imigrantes legais, sendo quase 320 mil da América do Sul e 133 mil vindos do Brasil.

Ao todo, quase 1/4 da população do Canadá, são imigrantes, todos bem recebidos, conforme eu vi, ouvi e li relatos.

 

 

 

 

A diversidade cultural formada por meio de influencia das diversas nacionalidades que vivem em Quebec City está exposta pelas ruas, em pequenos becos, nas paredes e nos jardins. Os costumes e tradições mais antigas dos ingleses, franceses, estadunidenses e principalmente dos indígenas, se mostram na arte espalhada pela cidade.

São esculturas, jardins, galerias, afrescos pintados nas paredes, sem contar o grande número de pequenas peças de arte vendidas nas lojas de souvenires.

 

 

 

 

 

 

 

As fontes de águas que brotam do piso em algumas praças refrescam quem passa, alegra crianças e adultos e a noite promove um espetáculo de jatos coloridos.

 

 

 

 

Tem algumas estátuas que podemos dizer que são interativas. Basta estar animado e ser criativo para fazer fotos diferentes.

 

 

 

Artistas de rua também fazem parte do espetáculo no palco da cidade. Nas praças e vielas pedonais, sempre tem um músico  solitário tocando seu instrumento e cantando em troca de moedas.

Paramos um pouco para ouvir este senhor de cabelos brancos tocando sua harpa, com músicas de boa qualidade. De todos que paravam para ver, ouvir e tirar fotos ele cobrava pedindo moedas e pedia para que comprassem o CD gravado com sua arte. Como quem diz: Eu toco pra você, mas tem que me pagar.

 

 

 

A arquitetura na centro histórico é outra obra de arte. São várias pequenas vielas com edificações de pedras, sacadas de madeira, enfeites e bancos para descanso. Em vários pontos da cidade tem banheiros públicos bem localizados, limpos e bem equipados. O comércios explorara o turismo com inúmeras lojas e principalmente lugares para comer e beber.

 

 

 

 

 

 

A Basílica de Notre-Dame de Quebec também fica no centro histórico, registrada como Local Histórico Nacional do Canadá.  É o templo católico mais antigo do País. A edificação já passou por várias guerras e foi destruída duas vezes por incêndios criminosos. O templo sagrado foi reconstruído, ampliado e hoje é mais uma da relíquias da cidade.

 

 

 

No centro histórico ainda estão vários prédios que inspiram a visita de turistas para um passeio de admiração e para fazer belas fotos de imponentes obras da arquitetura. Um deles é o lendário Fairmont Le Château Frontenac, um castelo que já foi sede do governo e hoje é o hotel mais fotografado do mundo, com 650 quartos e um vista privilegiada de toda cidade e do Rio Saint Lawrence.

Assim como em vários outros pontos do Canadá, a companhia ferroviária foi a grande responsável pela construção e transformação de castelos em hotéis. O objetivo da companhia era promover o turismo para vender mais passagens de trens. Certamente conseguiram e ainda deixaram um belo legado em várias partes do Canadá.

Mesmo com todo luxo e exclusividades do hotel, fomos muito bem recebidos como visitantes, com porteiros e recepcionistas rigorosamente uniformizados e muito simpáticos. O porteiro que abriu a porta para gente entrar, nos chamou de “messiê” e “madame”, mesmo sabendo que não éramos hospedes ou que iriamos nos hospedar. Foi somente uma visita rápida pelo luxo.

Se a porta dos elevadores são assim, revestidas na cor do ouro, imagine o resto.

 

 

 

São vários prédios histórico bonitos espalhados pela cidade que valem uma parada para admirar e fazer algumas fotos.  O mais imponente é sem dúvidas o Edifício do Parlamento.

 

 

 

 

Quebec tem a parte alta e a parte baixa da cidade e para unir as duas, tem um charmoso funicular às margens do Rio Saint Lawrence, para facilitar o vida dos turistas.

 

 

No alto da colina ainda estão dezenas de canhões apontados para o Rio, usados para proteger a cidade do antigos invasores.

 

 

Achamos Quebec City uma bela cidade, charmosa, cheia de arte, pessoas simpáticas e concentrada em pequeno espaço. Mas nem todos as atrações e belezas ficam na cidade. Um pouco afastado, tem uma bela cachoeira, caudalosa, num parque provincial muito bem cuidado.

A cachoeira tem 83 metros de altura, localizada na foz do Rio Montmorency, quando ele deságua no Rio Saint Lawrence. No Parque existem várias escadas e passarelas de madeira que permitem o acesso até bem próximo da queda d’água. Tem um teleférico, passa um trem por dentro do parque, uma ponte suspensa, vários mirantes, locais para pic-nic, lanchonete e um amplo estacionamento. Ainda é possível pescar e banhar-se nas águas geladas.

No inverno a maior parte da água se solidifica, formando uma massa de gelo que se torna um local popular para escalada no gelo.

 

 

 

 

Nossa passagem pela única cidade murada da América do Norte foi muito encantadora, um banho de cultura, incríveis visões da arte e da arquitetura.

Venha para Quebec. Você também vai se encantar.

 

 

 

 

 

 

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