Nossa próxima parada foi em Pontal do Cururipe, ainda no Estado de Alagoas, onde ficamos acampados numa fazenda de cocos, que também é um camping muito bem estruturado, com “pé na areia” de um mar com águas mornas de cor azul turquesa e praia plana, excelente para caminhadas.
Na chegada já encontramos amigos de outros campings e tudo ficou ainda mais agradável. Somos vários casais seguindo praticamente a mesma rota, vindos do norte para o sul, cada um parando onde mais gostar e, não raras vezes, nos encontramos nas mesmas paradas.
Nossa caminhada de longa distância, foi até o centro da cidade de Pontal do Cururipe, 8,6km, ida e volta. A cidade tem bem próximo, uma barreira de corais, que é como um muro que segura as ondas do mar. Quando a maré está alta as águas passam por cima das barreiras e quando está baixa formam piscinas naturais que encantam a todos.
Outro encanto são as cachoeiras que se formam enquanto as águas tentam transpor as barreiras. Cachoeiras no mar, não é sempre que se tem a oportunidade de apreciar.
Paramos na Associação das Artesãns do Pontal do Cururipe, que fazem um trabalho maravilhoso com palhas de Ouricuri, bordados com afinco, dedicação e criatividade das 80 mulheres que fazem parte da Associação. Elas trabalham em casa e na sede da Assiciação, a beira mar, com uma porta enorme escancarada para a beleza do lugar.
Uma delas até me deixou passar algumas agulhadas da fibra, um linho de muita resistência e de alta qualidade para o artesanato.
O Ouricuri era somente utilizado como alimento para os humanos e para os animais. Depois, com a apoio do governo, mulheres da região receberam treinamentos e apreenderam a fazer artes das folhas das palmeiras que brotam na região semi árida do nordeste do Brasil.
Voltamos antes da maré subir, para um merecido descanso no sítio que estamos hospedados.
Por nossa interferência, conseguimos salvar um belo portal de primavera. O trabalhador, o mesmo que a plantou há quatro anos, estava fazendo uma obra no sítio que teria que sacrificar a bela planta. Ele estava triste mas cumpria a ordem. Conversamos até encontrar outra idéia para a obra, sem cortar a planta. Pronto! Encontramos! Esperamos o proprietário chegar é contamos para ele sobre a nova idéia. Ele pensou, pensou e concordou que realmente ficará melhor e mais barato a solução que encontramos.
Mais tarde, antes de partirmos, o rapaz que plantou a primavera e recebeu ordem para sacrificá-la me disse “se não fosse o senhor eu teria cortado com o meu coração partido”. Por que será que ele não questinou a ordem do dono?
Esta é a primavera, entre os coqueiros, que quase perdeu a vida, antes da obra ser interrompida.
Ade pediu para um dos empregados do sítio trazer cocos verdes. Ele trouxe os 5 que ela pediu e mais 3. Como pedi a ele para cortar as pontas dos cocos para facilitar guardar na geladeira, dei dois reais a mais. Ele disse que não precisava e eu disse que fazia questão que ele pegasse. Então ele me disse “ então eu faço questão que o senhor fique com esses cocos”. Dei dois reais de gorjeta e ganheis seis, um caridoso e bom negócio.
Partimos do Sítio Coqueirais Alagoanos, em busca de um novo paraíso.
Boa coincidência. Nas duas próximas semanas estaremos em Alagoas. Litoral norte e sul. Vou aproveitar a dica da região também.