Para chegarmos em mais uma atração imperdível na Patagônia, deixamos novamente o Chile e voltamos para a Argentina, para visitar o Parque Nacional Los Glaciares. No portal da cidade paramos para uma foto e o policial veio conversar e ali ficamos por um bom tempo. Depois ele mesmo foi nosso fotógrafo e pousou para foto.
A cidade de El Calafate é a porta de acesso para visitar o parque, que abriga vários campos de gelo, como o Glaciar Upsala, Spegazzini, Onelli, Seco e, o mais famoso,
Glaciar Perito Moreno.
O nome El Calafate deriva de uma planta que já foi muito utilizada para calafetar barcos antigamente. É um arbusto cheio de espinhos que produz uma pequena vagem de cor azul escuro, flores amarelas e estão por todos os lados.
Diz a lenda quem comer o fruto da calafate, voltará para a Patagônia.
Nos hospedamos no camping e logo fomos passear pela cidade, bonita, cheia de bares, restaurantes e lojas de marca para todos os gostos, com preços exclusivos para quem tem bastante dinheiro.
Lojas e feiras de artesanato estão por todo lado, com a maioria dos produtos feitos na própria região, enaltecendo valores regionais.
A cidade é pequena e algumas horas é suficiente para conhecer a principal avenida onde fica a maior concentração de turistas. Na avenida também estão várias agencias de turismo que vendem pacotes para os passeios da região.
Tentamos por email fazer uma parceria com a agencia de turismo e não conseguimos fazer um passeio de graça e não ficou barato. Caminhar sobre o glaciar custa 2.700,00 pesos e a entrada no Parque mais 500 pesos, um pouco mais de 500 reais por um dia de passeio, por pessoa.
Entramos em várias agencias, escolhemos uma que detém a exclusividade do Mini Trekking, passeio que nós escolhemos fazer. Compramos o passaporte e logo pela manhã do dia seguinte, saímos rumo ao Parque Nacional Los Glaciares.
Com mais de 300 quilômetros de extensão, os gelos glaciares ficam depositados entre montanhas do Chile e da Argentina. Como as nuvens ficam permanentemente sobre as montanhas, os índios chamavam a região de chaltén, que significa montanhas fumadoras.
Perito Moreno é a geleira que recebe o maior número de visitantes, considerada Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco. Fica aberta durante 10 meses do ano. Só fecha nos meses de junho e julho. Está a 80km da cidade de El Calafate.
Chegamos até o porto de embarque com a Caca, estacionamos, embarcamos e seguimos para nossa primeira experiencia de caminhar sobre um glaciar, bem agasalhados por conta de muito frio embarcado.
A emoção vai crescendo enquanto vamos aproximando do paredão de gelo. São aproximadamente 70 metros de altura e a todo momentos se ouvem estrondos dos gelos que se desprendem. Alguns estrondos assustam.
No caminho deu para observar o rompimento da geleira que ocorreu há 10 anos, provocando grandes transtornos para moradores e turistas em uma vasta região. Quando rompeu, as águas se espalharam com grande violência.
Desembarcamos na base ao lado da geleira, os guias chegaram para nos receber, nos levaram para uma sala para as primeiras explicações e partimos para o solo branco.
Uma pausa para fotos, mais explicações e colocar os granpões, sem eles, nada feito, impossível ficar em pé.
Mais explicações sobre como pisar no gelo e lá fomos nós para mais uma experiência inesquecível em nossas vidas. Os granpões são pesados mas dá muita segurança ao caminhar.
No caminho seguimos um guia e outro guia segue paralelo. Eles são sempre atentos e atenciosos.
Paramos para ver um sumidouro, por onde a água se esvai para o fundo da geleira. Nem pensar em escorregar neste local. É muito fundo, muito azul e morte na certa.
A caminhada dura aproximadamente 3 horas, um pouco mais de 2 km. No caminho paramos para fotos, para comer gelo, para beber água glaciar, passando por caminhos que as vezes parecem frágeis e vai desabar.
Ao final da trilha branca, uma pausa para um chocolate e para tomar um bom uísque, com gelo do quintal.
As surpresas não acabaram. Talvez o lugar mais encantador ficou para o final do mini trekking. Há três meses uma caverna se formou la lateral da geleira, um lugar maravilhoso, lindo, emocionante. Terra no piso, gelo nas laterais e no teto e um riacho que corre como se fosse uma paisagem comum.
Saímos do caminho branco, seguimos pela mata até o refúgio, onde tinha um café morno e uma lareira para aquecer um pouco e trocar experiências com outros viajantes.
Embarcamos e navegamos até o porto de partida, observando os iceberg espalhados pelo lago, trazendo à memória a catástrofe do Titanic, respeitada as proporções, é claro.
Entramos na Caca, ligamos o ar quente e nos aquecemos até que a sopa da Ade ficasse no ponto de ser saboreado com um bom vinho.
Seguimos para as passarelas de madeira do Parque, de onde também se pode ver as geleiras bem de perto em dezenas de ângulos diferentes. São vários miradouros, apropriados para fotografar e observar tamanha façanha da natureza.
Como bons brasileiros em dias de expedição, também registramos nossa presença, ostentando nossa amada Bandeira verde, amarela, azul e branca. Pagamos caro, mais valeu cada centavo.
Thanks, it is quite informative
Se eu contasse minhas histórias com esses detalhes e fluidez já tinha mudado de trabalho. Além de uma aula sobre cada lugar esses relatos são um guia inédito de como não entrar em furada na América do Sul. Tenho orgulho da aventura de vocês.
Ótimo material para sala de aula. Continue nos proporcionando esses momentos “deliciosos” de conhecimento. Grande abraço, meu amigo!
Muito bom, Maurício! “Encantada” com as aventuras de vcs. ??
Bela experiência, confesso que fiquei com um certo receio quanto a esse passeio na geleira, cenas parecidas com o do filme Everest…
Que passeio maravilhoso! Mas eu teria medo hahaha vocês levaram os agasalhos na caca ou compraram lá?
Oi Tereza, nossa Caca esta bem equipada. É pequena mas cabe de tudo. Algumas coisas compramos pelo caminho. Um abraço