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5 A emoção de ver onde o Velho Chico nasce


 

 

Nossa sede por aventura nos levou a um desafio: encontrar um camping à beira de um rio com cachoeiras, um cenário que prometia paz e beleza. Enfrentamos 3 km de uma estrada de terra castigada, com subidas íngremes e descidas que testavam a cada instante a suspensão da nossa Caca. O caminho era um verdadeiro convite à superação.

Chegamos ao camping, mas a realidade nos bateu forte: não havia nenhum campista acampado, apenas um zelador e o zumbido insistente de mosquitos famintos, sem contar a desolação de estar longe de qualquer civilização. O instinto da estrada falou mais alto: era hora de redefinir a rota. A aventura é isso, saber a hora de mudar o plano e seguir em frente.

Fomos dormir em Capitólio por uma noite, já que nosso objetivo era visitar a Serra da Canastra. Antes de partir, passamos pelo centro da cidade para comprar um dos melhores biscoitos de polvilho que já provamos.

 

 

Nossa aventura nos levou ao coração de Minas Gerais, direto para a icônica Serra da Canastra, um paraíso para os amantes da natureza e, claro, da gastronomia. Nosso destino era Vargem Bonita, uma cidadezinha que nos foi recomendada como o melhor lugar para saborear e comprar os autênticos queijos da Canastra.

Ao chegarmos, a primeira coisa que nos chamou atenção foi a modéstia, mas a certeza, com que a própria cidade classifica seu tesouro. O letreiro de Vargem Bonita, com uma humildade que só o interior mineiro tem, declara abertamente a excelência do seu queijo. E a gente pode garantir: eles não estão exagerando!

Cada pedaço de queijo que provamos era uma explosão de sabor, uma verdadeira viagem pelas tradições e pela paixão dos produtores locais. Daqueles queijos mais curados, com um sabor intenso e marcante, aos mais frescos e suaves, a variedade é um convite a explorar. A gente se abasteceu com o queijo mais famoso do Brasil, e a cada mordida, a certeza de que a aventura tem um sabor especial na Canastra!

 

 

Sem querer confundir, existem dois tipo de queijos oficiais e regulamentados que são produzidos na Serra da Canastra, o QMA e o QAM.

O QMA – Queijo Minas Artesanal, tem regulamentação própria, com regras precisas. Produzido com leite cru, uso de pingo (soro obtido na produção de dias anteriores), receita específica, salgado a seco, período mínimo de maturação e carrega um saber-fazer reconhecido e registrado como patrimônio. Não se trata apenas de um único queijo. Trata-se de um padrão, um modo de fazer específico.

O QAM – Queijo Artesanal de Minas, também é regulamentado, mas cada um pode ser feito com características próprias de quem fabrica. A receita, as técnicas e os processos, como cozimento, fusão ou filagem da massa é próprio de cada queijeiro.  São queijos distintos, produzidos de forma artesanal, ligados ao território e à tradição de abrangência da Serra da Canastra, cada um com tecnologias de fabricação próprias.

Enquanto o QMA segue uma única receita, o QAM abriga várias. Antes de escolher o queijo na prateleira você pode perguntar se é um QMA ou QAM, mas eu ainda acho que é provando que você escolhe o sabor que mais lhe agrada, escolha difícil, pois todos são saborosos.

 

 

 

Em Vargem Bonita, no coração da Serra da Canastra, uma queijaria nos acolheu com os aromas e sabores da terra. O dono, um verdadeiro embaixador da Canastra, nos presenteou com uma dica preciosa: um camping aos pés da Cachoeira Casca D’Anta, a joia mais famosa da serra.

A paixão dele pelo lugar era tão grande que até uma tela pintada da casa da Neusa, a dona do camping, adornava o espaço. A imagem, simples e encantadora, era um prenúncio do paraíso que nos aguardava. A cada palavra do dono da queijaria, a expectativa crescia e a única duvida que pairava era que a caminho era sem pavimento asfáltico. A aventura nos chamava, e a gente, com o coração pulsando forte, sabia que estávamos prestes a viver momentos inesquecíveis.

 

 

A sugestão do dono da queijaria ecoava em nossas mentes: “22 km de estrada de terra”. Um arrepio percorreu a espinha. Nossa “Caca”, nossa casa sobre rodas, já havia enfrentado muitos desafios, mas estradas de terra longas e desconhecidas sempre traziam uma dose extra de apreensão. A poeira, os solavancos, a incerteza de cada buraco… não é o nosso tipo de diversão.

Mas ele garantiu: “É uma estrada municipal, com muito movimento, até caminhões e ônibus passam por lá”. A curiosidade e a promessa da Casca D’Anta foram mais fortes que o medo. “Vamos encarar”, decidimos, com um misto de coragem e uma pontinha de teimosia.

Cada quilômetro percorrido era uma batalha contra a dúvida. O motorhome rangia, a poeira entrava por cada fresta, e a visibilidade diminuía a cada nuvem de terra levantada. “Será que fizemos a escolha certa?”, a pergunta ecoava em nossas cabeças a cada solavanco mais forte. A vontade de desistir era quase palpável, um impulso forte para dar meia-volta e buscar a segurança do asfalto.

Mas a paisagem, mesmo empoeirada, nos empurrava adiante. As árvores retorcidas, as montanhas ao longe, a sensação de estar desbravando um território selvagem. Quando passamos da metade do caminho, a torcida era uma só a de chegar. A cada buraco, a cada vibração, a curiosidade se misturava ao alívio de saber que estávamos mais perto do nosso destino. O medo ainda nos acompanhava, mas a adrenalina de estar no meio daquela estrada, em busca de um paraíso escondido, nos mantinha firmes.

Será que a beleza da Casca D’Anta valeria todo esse sacrifício? A ansiedade só aumentava.

 

 

A estrada de terra se estendia à nossa frente, mas o que realmente nos tirava o fôlego eram as pontes, ou melhor, as pinguelas. A cada uma, o coração disparava. A pergunta ecoava: “Será que ela aguenta as quatro toneladas da Caca?”  Não era pouca coisa.  Prevíamos o pior, prendíamos a respiração, e só voltávamos a respirar aliviados quando as rodas da Caca tocavam novamente o solo firme do outro lado. Cada travessia era uma pequena vitória, um suspiro de alívio que nos impulsionava a seguir em frente, rumo ao desconhecido, mas com a certeza de que a aventura, por mais assustadora que fosse, nos levava a lugares incríveis.

 

 

Finalmente, chegamos! Depois daquela jornada de terra e pontes que pareciam desafiar a gravidade, a recompensa se revelou diante dos nossos olhos: um camping com uma paisagem fantástica, digna de cartão-postal. Montamos nosso acampamento sob um céu que parecia pintado, a cachoeira ao longe prometendo a tranquilidade que buscávamos.

Mas, mesmo com a beleza nos abraçando, uma certeza velada pairava no ar: teríamos que retornar. O alívio da chegada se misturava com a perspectiva de refazer os mesmos 22 quilômetros de terra, buracos e aquelas pinguelas que testavam nosso coração. O verdadeiro suspiro de paz só viria quando as rodas da “Caca” tocassem novamente o asfalto firme. Por agora, a gente se permite absorver cada pedacinho desse paraíso, mas com um olho na beleza e o outro na estrada que nos espera.

A aventura tem dessas coisas. A emoção da descoberta vem com o desafio da jornada.

 

 

Acampar no quintal da Neusa, aos pés da Casca D’Anta, foi como entrar em uma pintura, mas uma pintura que o tempo transformou. A imagem que tínhamos da tela do artista se desfez diante da realidade, revelando uma beleza ainda mais profunda. A casa estava ali, um pouco modificada, com as marcas visíveis de uma existência mais antiga, mais vivida.

As paredes pareciam sussurrar histórias de campistas e de manhãs iluminadas pela luz da Serra. Era como se a própria casa, assim como a natureza ao redor, tivesse sua própria narrativa de resiliência e acolhimento. Um convite mudo para nos conectarmos com a simplicidade e a beleza que só o tempo e a natureza podem esculpir.

É fascinante como alguns lugares ganham ainda mais alma com o passar dos anos.

 

 

A cachoeira Casca D’Antas, com 186 metros de queda é uma das mais famosas e procuradas por amantes da natureza de todo Brasil. Ela fica dentro do Parque Estadual da Canastra. A cachoeira é o primeiro grande suspiro do Rio São Francisco, o Velho Chico, que nasce majestoso no topo da Serra e inicia ali sua longa jornada pelo Brasil. Sua beleza é colossal, um espetáculo que te faz sentir a força bruta e a delicadeza da criação em um só lugar.

O nome da cachoeira se deu por conta da existência de uma grande árvore que fica no topo da queda d’água. Conta a lenda que as antas que habitam a região, quando se ferem, raspam e esfregam o ferimento na casca da árvore para se curar, por isso, casca da anta.

Visitar a Casca D’Anta é mergulhar em um cenário de tirar o fôlego e se conectar com as raízes da terra e suas histórias.

 

 

 

Além da majestosa Casca D’Anta e suas lendas, descobrimos outra árvore incrivelmente curiosa: a Amescla. À primeira vista, ela chama atenção pelas manchas brancas que parecem “explodir” em seu tronco, como se a própria casca estivesse liberando um segredo.

Mas a verdadeira mágica acontece quando a gente se aproxima. Se esfregar com força essas manchas brancas com as mãos, um cheiro inconfundível se espalha no ar: o de repelente! É a natureza nos mostrando sua inteligência, oferecendo uma solução natural contra os insetos. É fascinante ver como a flora da Canastra não só embeleza a paisagem, mas também guarda segredos práticos e curiosos. Uma verdadeira farmácia a céu aberto!

 

 

Bem ali, ao lado da charmosa casa da Neusa, onde a natureza e o tempo se encontram, um pequeno rio serpenteia, um afluente discreto que logo em seguida deságua no majestoso Rio São Francisco. E nesse trajeto sinuoso, ele forma um verdadeiro convite à natureza: pequenas cachoeiras e várias piscinas naturais de águas cristalinas.

Ade não resiste a uma cachoeira, por menor que seja. Para ela, a promessa de um banho gelado nessas águas límpidas é uma tentação irresistível. Não importa a temperatura, a pureza e a energia é um chamado que ela atende com um sorriso, mergulhando de cabeça nessa experiência revigorante. É a aventura do corpo e da alma se conectando com a força gélida e purificadora da natureza.

 

 

Com a alma renovada e o corpo ainda sentindo o frescor da Casca D’Anta, iniciamos o caminho de volta. A estrada de terra, antes um desafio, agora parecia menos hostil, a poeira que se levantava era apenas um lembrete de que a aventura tinha valido cada sacolejo. O coração estava leve, transbordando de alegria pelas paisagens e pelas emoções vividas.

Chegamos a Vargem Bonita, e a praça da cidade nos acolheu para a noite. A tranquilidade pairava no ar, mas a cautela do viajante sempre fala mais alto. Ao perguntar ao policial sobre a segurança de pernoitar ali, a resposta foi um convite à paz: “Fique tranquilo”, ele disse, e bastou para dissolver qualquer resquício de preocupação.

E como se o universo conspirasse a nosso favor, o padre da paróquia chegou para celebrar a missa. Sua presença trouxe uma energia ainda mais acolhedora. Ele se aproximou, não apenas para cumprimentar, mas para oferecer mais do que hospitalidade: mostrou-nos onde encontrar uma torneira para água e uma tomada de energia, caso precisássemos, e ainda nos ofereceu o banheiro da igreja!

Foi um gesto de pura generosidade, um lembrete de que a verdadeira riqueza de Minas Gerais está na sua gente. Dormimos uma noite tranquila na praça, embalados pela brisa suave e pela certeza de que, em cada canto do Brasil, a bondade e a hospitalidade transformam a jornada em uma experiência inesquecível.

 

 

O sol mal havia despontado em Vargem Bonita, e a busca por um guia para nos levar à parte alta da Serra da Canastra já se anunciava como uma nova aventura. Era final de semana, e como esperado, a maioria dos guias estava com a agenda lotada. Um deles formou uma rede de solidariedade entre os próprios guias e a mágica aconteceu. Telefone para lá, telefonema para cá, e a notícia tão esperada: um espaço se abriu! Saímos de Vargem Bonita e percorremos 30 km até São Roque de Minas para o tão aguardado encontro com nosso condutor para o alto da Serra.

No local combinado, subimos em uma caminhonete, e a partir daí, a adrenalina tomou conta. Foram 38 km por estradas que eram quase intransitáveis, verdadeiros desafios que só veículos 4×4 ousariam enfrentar. Cada buraco, cada aclive, era um lembrete da aventura que estávamos vivendo.

Finalmente, após a portaria que não cobrava ingresso, chegamos ao nosso destino dos sonhos: a nascente do Rio São Francisco! A emoção me invadiu. Desta vez, o destino estava a nosso favor. Realizar este sonho foi algo indescritível. Aquele momento era como um batismo: bebi da água cristalina que brotava da terra e lavei a cabeça, sentindo a energia daquele lugar tão especial e valioso para muita gente no Brasil, que bebe e tira o sustento daquela água.

 

 

 

É ali que a Serra da Canastra guarda a nascentes do Rio São Francisco, carinhosamente apelidado de Velho Chico. Um rio que é muito mais que um curso d’água; é a veia pulsante do Brasil.

Seu leito majestoso percorre mais de 2.800 quilômetros, tecendo uma história que atravessa o coração do nosso país. Ele banha mais de 500 municípios em 5 estados brasileiros, nutrindo terras, culturas e vidas por onde passa. Uma verdadeira odisseia natural que só termina em Piaçabuçu, Alagoas, onde o Velho Chico deságua grandiosamente no Oceano Atlântico.

Nós já tivemos o privilégio de estar em diversos pontos dessa jornada incrível do Velho Chico. Já contemplamos a imensidão de sua foz, onde ele se abraça com o Atlântico e já navegamos por seus imponentes cânions, sentindo a força de suas águas esculpindo a paisagem. E agora, finalmente, presenciamos o momento mágico de seu nascimento, no alto da Serra da Canastra.

Confesso que a emoção foi avassaladora. Ver a pequena nascente que dá origem a um rio de tamanha magnitude, que conecta tantas histórias e lugares, é uma experiência que toca a alma. É como testemunhar o primeiro suspiro de um gigante que molda o nosso Brasil.

 

 

Deixamos a nascente do Velho Chico para trás e seguimos rumo a um mirante que nos prometia uma perspectiva única: o topo da Cachoeira Casca D’Anta. A visão que se descortinou diante de nós era de tirar o fôlego. A imensidão da Serra da Babilônia se estendia no horizonte, com suas formas imponentes e cores vibrantes. Um enorme vale se abria aos nossos pés, um tapete verde salpicado pela sinuosidade do Rio.

De lá de cima, a Casca D’Anta se revelava em toda a sua magnitude. Era possível acompanhar o caminho do Rio após a grande queda, testemunhando a força da água esculpindo a paisagem. E, lá embaixo, bem pequeno em meio àquela vastidão, avistamos o camping da Neusa, um ponto familiar em meio à imensidão, um lembrete da nossa jornada e dos momentos vividos. Aquele mirante era um palco para a grandiosidade da natureza e para a beleza da nossa própria aventura.

 

 

Não há dúvidas: o lugar é de uma beleza que corta a respiração, um cenário digno dos mais belos postais. No entanto, é impossível ignorar algumas considerações importantes que surgem para quem busca uma aventura com segurança.

A estrada que nos leva a esse paraíso, clama por manutenção. Seus desafios, que testam a resistência de qualquer veículo, poderiam ser minimizados com intervenções para garantir maior fluidez e menos riscos.

Mais preocupante ainda são as trilhas. A beleza natural das pedras se transforma em um risco quando a segurança é negligenciada. Com trechos perigosos, sem qualquer apoio nas escadarias naturais, sem cordas de apoio que funcionariam como corrimão e sem a proteção de um guarda-corpo, a experiência se torna um verdadeiro teste de equilíbrio e sorte.

A grandiosidade da natureza é inegável, mas a responsabilidade de protegê-la e, sobretudo, de garantir a segurança de quem a visita, é um ponto crucial.

 

 

O cenário, embora deslumbrante, revelava uma realidade preocupante: a multidão em um ambiente com perigo constante. Era visível que um simples escorregão poderia desencadear um efeito dominó, arrastando várias pessoas para um acidente. A fragilidade das trilhas e a falta de qualquer tipo de proteção eram um convite ao desastre naquele dia.

Preocupado, não hesitei em pedir ao nosso guia que exigisse mais segurança. A resposta dele, porém, trouxe um certo desânimo: “O povo vem de qualquer jeito e o governo não faz nada”. Essa justificativa, embora comum, não podia ser aceita.

Falei para o guia sobre a responsabilidade que eles, como profissionais que cobram e transportam turistas para locais perigosos, teriam caso um acidente ocorresse. É uma questão de dever e ética. Se o governo se omite, cabe àqueles que trabalham diretamente com o turismo tomar a iniciativa. Sugeri que se unissem em um mutirão para implementar as melhorias necessárias, garantindo a segurança dos visitantes.

A esperança surgiu quando ele afirmou que levaria a proposta à associação de guias. Era um domingo, o local fervilhava de gente, mas a ausência de sinalização de proteção e, mais grave ainda, de guarda-vidas, era gritante. A segurança não pode ser uma opção, mas sim uma prioridade inegociável em locais de grande afluxo de pessoas e riscos inerentes.

 

 

 

 

Mal o Velho Chico dá seus primeiros suspiros na nascente, e ele já começa a mostrar toda a sua exuberância. É impressionante como, em questão de poucos metros, a água que brota da terra se transforma, ganhando volume e vida.

Rapidamente, outros afluentes se juntam ao rio recém-nascido, alimentando sua força e moldando a paisagem. Juntos, eles criam pequenas corredeiras, onde a água dança em ritmo acelerado, e esculpem belas piscinas naturais, convites irrecusáveis para um mergulho em águas cristalinas.

A jornada do Velho Chico segue implacável, culminando em seu primeiro grande espetáculo: a água é conduzida por uma fenda natural nas rochas, uma abertura dramática que antecede a sua majestosa queda. E então, com uma força e beleza que tiram o fôlego, o rio despenca os impressionantes 186 metros da Cachoeira Casca D’Anta. É um show da natureza, onde a inocência da nascente dá lugar à grandiosidade de um rio que está apenas começando sua épica jornada pelo Brasil.

 

 

 

 

 

Paramos para admirar o Curral de Pedras, um testemunho de uma época em que a técnica de empilhar pedras era a principal forma de construção. Esse curral foi erguido por escravos de fazendas e servia para conter o gado das tropas de mercadores que transportavam mercadorias no século XVII. Seus muros imponentes, feitos com pedras grandes e pesadas, foram claramente construídos para durar para sempre.

 

 

Nossa próxima parada foi na propriedade de uma simpática queijeira, cuja família preserva a arte de fazer queijos há mais de 200 anos. É um trabalho que exige muita dedicação; cada queijo, por exemplo, é virado manualmente diversas vezes até atingir o ponto ideal de maturação.

Na varanda da casa, um quadro genealógico, algo que eu nunca tinha visto neste formato, demonstra o profundo envolvimento de cada membro da família Faria na produção.

 

 

 

Nossa próxima parada foi a praça da igreja, que estava em festa com uma celebração popular da cidade, cheia de comidas típicas. Nossa casa rodante acabou virando também um foco das atenções, e com prazer abrimos as portas para todos que queriam conhecê-la. Saboreamos um delicioso caldinho de feijão com torresmo e tempero verde, e não resistimos ao macarrão na chapa, que vinha com bastante queijo, legumes, bacon e pedaços de linguiça. A noite foi embalada por um show de samba ao vivo, tornando a experiência ainda mais memorável.

Dormimos ali mesmo, estacionados ao lado da festa.

 

 

 

Para finalizar mais uma etapa da nossa viagem, e antes de pegar a estrada novamente, a Caca ganhou um merecido banho para tirar toda a poeira acumulada. Enquanto lavava, um dos funcionários me revelou uma história curiosa: as terras onde fica a nascente do Rio São Francisco, carinhosamente conhecido como Velho Chico, eram do pai dele. A família foi indenizada quando a área se tornou o Parque Estadual da Canastra.

 

 

 

 

 

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