Dia seguinte fomos visitar a ruínas deixadas pelo vulcão, escavada em parte pelo homem. Em parte por que certamente ainda existem muitas descobertas encobertas, soterradas pelas lavas.
Visitamos o sítio arqueológico de Ercolano, onde estão desenterradas várias casas, igrejas, tabernas, saunas e uma zona de baixo meretrício.
O local está bem cuidado, tudo muito limpo, pena que muitas portas estão fechadas por culpa dos vândalos que ali estiveram travestidos de turistas e pensam que tem que deixar seu nome escrito com caneta nos monumentos.
As casas ainda preservam restos de tintas que eram usadas para ornamentar as paredes, principalmente o vermelho e o amarelo. Quando uma casa tinha a tinta preta, ali morava um nobre. A tinta preta era rara e somente os ricos poderiam adquiri-la.
Um acervo de estatuas e vasos, foram encontrados nas casas dos ricos.
Em pontos estratégicos da cidade soterrada, haviam tabernas que vendiam bebidas e comidas quentes.
Ali agora desenterradas, estão as casas dos ricos, dos pobres, as igrejas, as tabernas, as saunas – uma feminina e outra masculina, as praças e até uma zona de baixo meretrício, onde os homens bebiam e se divertiam com as mulheres sem dono.
Alguns ficavam presos quando saiam da linha, em pequenos cubículos, sem luz. Os que não pagavam impostos ficavam em cadeias com grades, só para amedrontar.
Muitas casas eram pequenas, quartos apertados, sem janelas. A casa dos ricos eram mais altas, sala ampla e cômodos maiores, em algumas ainda estão pedaços de mosaicos que enfeitavam as paredes.
Neste local, onde guardavam os barcos, ainda estão os ossos de seres humanos soterrados. Achei meio estranho a lava não ter queimado os ossos ainda em boa aparência, tudo bem, se eles falam que era dos moradores, eu acredito.
Andamos pelas várias ruas da vila soterrada no ano 76, imaginando como era a vida naquela época e foi dando uma tristeza em pensar que ali haviam vidas, famílias, alegria, felicidade e tudo se acabou em cinzas.
Eu e Ade não gostamos muito de estar no local onde tamanha catástrofe ocorreu.
Fomos visitar o causador de tamanha catástrofe, que matou mais de 2 mil pessoas e dizimou tudo de vivo que havia na região. Até em Roma o povo se assustou com o estrondo do poderoso Vesúvio.
Fomos com a carrinha até o meio da montanha onde o vulcão adormece, ou como dizem os italianos, até a montanha que prende o vulcão. Chegamos 16h05 e a bilheteria fecha às 16h00, não teve como negociar, falaram não e pronto.
Decidimos voltar no dia seguinte para ver o monstro de perto.
Descemos a montanha pensando em conhecer as Ruínas de Pompéia, mas desistimos, ainda estávamos tristes com as imagens da catástrofe em Ercolano.
Dia seguinte voltamos para encarar a boca do poderoso Vesúvio. Subimos bem agasalhado por que o vento lá em cima é forte e gelado. A fumaça do seu caldo quente vaza em vários pontos. Ainda bem, assim esvazia a pressão.
Subimos até a cota 900 e depois terminamos de subir até a cota 1277, altura da montanha que prende o poderoso.
Vesúvio é o vulcão mais estudado em todo mundo. Sua última erupção aconteceu em 1944, em plena guerra. Hoje quase 600 mil pessoas, em 18 cidades, moram na zona vermelha, ao pé do Vulcão.
Quem monitora o Vulcão não exclui a possibilidade de uma nova erupção devastadora a qualquer momento.
Pela estrada que leva até o pé do Monte Vesúvio, artistas oportunistas esculpiram peças de horror nas própria pedras remodeladas pelo causador de antigas e, provavelmente, futuras catástrofes.