Carro pela Europa 2014 64 – PRAGA – REPÚBLICA THECA

64 – PRAGA – REPÚBLICA THECA


 

 

Agora nossa aventura continua na República Tcheca, na cidade de Praga, na Europa Oriental, colonizada sobre colinas há milhares de anos a.C., hoje habitada por mais de 1,2 milhões de pessoas.

Viena, descrita no post anterior, foi até agora a mais bela cidade que passamos. Vamos agora conferir Praga, também muito recomendada. 

Saímos da Áustria, ainda admirados com tanta beleza daquele país, da cidade aos belos campos de agricultura, muito bem organizados.

 

 

 

O tempo mudou e trafegamos com muita neblina, sempre com boa sinalização, apreciando as pacatas cidades e parando no asfalto quando as cancelas se abaixavam para que os trens passassem em alta velocidade, sem aqueles incômodos apitos.

 

 

 

 

Quando entramos na República Tcheca, logo após a  divisa, paramos para admirar um pouco um belo parque às margens da rodovia. Ali fizemos um lanche e passeamos pelas dezenas de lojas com produtos variados e restaurantes.

 

 

 

 

 

 

 

Seguimos viagem, apreciando pequenas cidades cortadas pelas estradas, até que chegamos em Praga, nossa nova morada.

 

 

 

 

 

Sem GPS novamente, por que o nosso GPS não reconhece a República Tcheca, mas contando com a eficácia do Google Maps pelo telefone, que nos guiou até o novo lar.

Fomos recepcionados por um rapaz que fala quase todos os idiomas, inclusive o português e muito bem. Ele facilitou nossa vida com algumas dicas para o dia seguinte.

 

 

Da sacada do apartamento no primeiro andar, dava para admirar uma bela torre de igreja e prédios antigos, sem manutenção na aparência, perfeito para observar a vida como ela é, estampada na sacada dos outros prédios.

 

 

Descansamos, ainda sorrindo atoa por que soubemos hoje que vamos ser avós novamente. A Bruna está grávida e Sophia vai ter irmãozinho(a). Muito boa a sensação de sermos avós novamente. Brindamos e fomos dormir.

Dia seguinte no café da manhã uma impressão não muito boa. Apesar de tudo muito limpo e arrumado, o local do pequeno almoço é em um porão e daí a imaginação começa a navegar tentando descobrir tudo que ocorria dentro de uns buracos como aquele, com paredes de um metro de largura, sem janelas, no tempo da guerra fria e do comunismo, onde certamente as pessoas se escondiam quando ouviam as sirenes anunciando ataques inimigos.

Conversando com uma senhora que trabalha no hotel, que já viveu no Brasil fugindo das torturas comunistas, ficamos ainda mais tensos, continuando imaginar as barbáries que aquele povo foi submetido.

 

 

 

 

Saímos a pé, passamos por algumas belas construções históricas, até encontrarmos o Rio Moldava, com sua belas pontes que interligam a cidade nova com a cidade velha.

 

 

 

Seguimos rumo a Ponte Carlos, construída no século 14, um dos símbolos da cidade. Um museu na entrada da ponte e uma verdadeira galeria de arte a céu aberto de um lado a outro do rio.

 

A ponte mais famosa da cidade, com 516 metros e apoiada por 16 arcos, é decorada por 30 estátuas, atravessando o Rio Moldava.

Algumas esculturas em bronze oferecem a sorte para quem as tocam e aumentam a fé naqueles que crêem. Outras prometem que quem as tocam, irá retornar um dia na cidade.

 

 

Da ponte, belas visões do rio com centenas de aves a espera de alimentos jogados pelos turistas e algumas ruas de águas, que lembram Veneza.

 

 

 

 

 

 

Atravessamos a ponte, mas retornamos para conhecer a cidade velha, denominada de Staré Mesto.

 

 

 

 

Passamos por edifícios com fachadas ricamente ornamentadas, muitas lojas de cristais e restaurantes.

 

 

 

 

Em frente a antiga prefeitura, todas as horas, muita gente se acumula na frente do relógio astronômico para ver as figuras alegóricas de Cristo e dos Apóstolos passarem nas duas janelinhas.

 

 

O relógio está em uma torre com 70 metros de altura e foi construído no século XV, com duas esferas. A esfera de cima indica o tempo da Europa Central com números romanos, o pôr do sol com os números góticos e o horário babilônico, único do mundo a marcar este tempo.

A esfera de baixo é o tempo astral, com um calendário que indica o dia, a semana e o ano, com seus respectivos signos do zodíaco.

Conta a lenda que as autoridades da época, mandaram cegar o construtor do relógio para impedir que ele fizesse outro igual.

 

 

 

Ao lado dos ponteiros, pequenas estátuas de anjos e nobres, com a morte e a vaidade a os espreitar.   

O galo dourado dá seu grito no final no espetáculo, enquanto os sinos tocam. Ficamos ao lado de uma guia alemã que nos ensinou algo importante: não ficar perto dela, por que ela “falava mais que o homem da cobra”.

 

 

 

A praça da cidade velha é onde acontecem eventos importantes, rodeada de palácios e igrejas. É o coração da cidade, onde várias barraquinhas oferecem comidas tradicionais.

 

 

 

 

 

 

Passamos pelo torre preta, “The Powder Tower”, a torre da pólvora. Está é a única das treze torres defensivas do Castelo de Praga que ainda permanece em pé. Foi no reinado de Maria Teresa de Áustria que a torre defensiva passou a ser usada como depósito de pólvoras, daí o nome atual. Ela também foi danificada pela guerra mais foi a única a ser reconstruída

 

 

Depois subimos pelas ruas centrais, onde estão as lojas mais procuradas pelos turista.

 

 

 

 

 

Paramos para o almoço, quase toda comida é a base de porco, e seguimos até a Praça Venceslau com a bela vista do Museu Nacional, cuja fachada ainda guarda marcas das balas atiradas durante a tomada da cidade pelos soviéticos em 1968. 

A praça é onde acontecem as manifestações políticas da cidade, cujo evento mais lembrado foi a queda do comunismo em 1989.

 

 

 

 

Entramos por ruas pouco conservadas, por trás do Museu Nacional, para encontrarmos uma fábrica de cristais recomendada pela recepcionista do hotel. Encontramos a loja com belas peças e preços que dá vontade de levar tudo.

 

 

Seguindo um pouco mais encontramos a Igreja “Kostel Sv. Ludmily”, onde havia mais uma feira de produtos regionais, aconchegante mais nada comparada às maravilhas artesanais que vimos em Viena.

 

 

 

Descemos novamente pela avenida e Ade entrava em quase todas as lojas de cristais, fazendo tomada de preços e cálculos de conversão em sua calculadora e parando em todas as feiras de rua. Foram várias.

 

 

Assim passou o dia, que aqui termina às 4 da tarde, quando já começa a escurecer. Já cansados e escuro, voltamos para casa no labirinto de ruas, guiados pelo mapa do telefone.

 

 

Saímos cedo já sabendo que a temperatura do dia seria em torno de 2 graus. Apesar de bem agasalhadas, o frio incomodou muito, principalmente quando o vento batia.

Passamos novamente pela Ponte Carlos e pelo portal da cidade nova, aos pés do Castelo, denominada de Nove Mesto, onde também fica a Mala Strana, cidade pequena.

 

 

Chegarmos na Igreja da Nossa Senhora da Vitória, simples por fora e rica por dentro, que abriga uma pequena escultura do Menino Jesus de Praga.

 

 

Uma das lendas conta que esta pequena estátua foi presente do rei da Espanha para a rainha que estava doente. A rainha se curou e, depois deste, outros vários milagres foram atribuídos ao Pequeno Jesus. 

Outra lenda conta que a estatueta com 47 centímetros foi herança, repassadas para recém casados da monarquia, até que, com a Guerra dos Trinta Anos, quando as devoções foram suspensas, a imagem ficou jogada junto com entulhos atrás do altar. Foi reencontrada quase 40 anos depois, com os braços quebrados e, depois do restauro, voltou a receber a devoção dos fiéis.

A igreja é destino de milhares de peregrinos que passam pela cidade todos os anos.

 

 

 

As lojas de souvenires pela cidade toda, vendem a imagem do pequeno Jesus milagreiro.

 

 

Entramos por ruas estreitas procurando um dos atrativos da cidade, que poucos turistas encontram. Perguntando, chegamos no Muro de Lennon. O muro simples, todo pichado, que foi um desejo expressado por jovens na esperança de um mundo melhor. Lennon, com suas ideias maravilhosas de um novo estilo de vida no planeta é o homenageado.

 

 

 

Fomos visitar a Igreja de São Nicolau, concluída no século XVIII, onde estão vitrais fantásticos, belas pinturas no teto e um órgão com 2500 tubos, orgulho da igreja e da cidade, por que já foi tocado por Mozart.

 

 

 

 

 

 

Caminhamos pelas ladeiras da cidade velha, encontrando igrejas, belos edifícios e muitas lojas de presentes. O boneco de controle por barbantes, marionete, é um dos mais procurados pelos turistas.

 

 

 

Apesar do dinheiro na República Tcheca ainda não ser o Euro é muito fácil fazer saques. Existem caixas eletrônicos em todos os cantos, inclusive nas vitrines, onde podemos sacar a Coroa Tcheca, moeda que ainda se mantem até a entrada do Euro.

 

 

Subimos rumo ao Castelo de Praga, considerado o maior castelo do mundo, sede do poder político e religioso da República Tcheca, desde o século IX. Dentro do castelo existem vários palácios, museus, monumentos, igrejas e jardins. 

Neste Castelo foram coroados todos os Reis do País.

 

 

Uma publicação de 1723, registra que uma das coroações mais lembradas, foi a do Rei Carlos VI, em cujo banquete foram servidos 564 faisões, 708 perdizes, 800 frangos, 560 pombos, 46 carneiros, 40 ovelhas, 50 gansos, 120 perus, 130 patos, 70 galinhas e 108 lebres. Rei posto, 3396 bichos mortos.

 

 

 

 

 

Todos os dias, ao meio dia, muitas pessoas se reúnem em frente ao Castelo para assistir a troca da guarda. Enquanto um batalhão desce a rua de pedras, uma banda toca marchas das janelas de um dos compartimentos do Castelo.

 

 

 

 

Em dias de frio, nos lugares de maior movimento é comum encontrar luvas perdidas. Geralmente só uma, nunca o par. Quem as encontra, coloca-a de forma visível para o dono encontrar.  Eu já perdi duas vezes, voltei e encontrei.

 

 

Andamos mais um pouco, passamos pelo Santuário de Nossa Senhora do Loredo,  importante centro de peregrinação em toda Bohemia, que fica ao lado da Santa Casa, uma réplica do modelo italiano. 

Os destaques do Santuário são as relíquias de um tesouro de arte sacra ali guardado é o seu carrilhão com 30 sinos, que unifica o rotina do cotidiano com suas badaladas.

 

 

Após muitas esquinas, ruas estreitas, subidas e descidas, chegamos até o Convento de Strahov,  que guarda uma das principais bibliotecas barroca e uma rica coleção de pinturas. Quando chegamos as visitas já estavam encerradas e o que vimos do lado de dentro, foi pelas frestas.

 

 

 

O Convento fica em cima de uma colina, de onde se tem a mais bela vista da cidade e de uma réplica do Torre Eiffel de Paris, que serve como observatório.

 

 

 

 

Voltamos para a cidade velha, com a intenção de visitarmos o Bairro Judeu de Praga, onde está registrada a história dos mais de 77 mil judeus que foram executados na região, pela máquina de matar comandada por Hitler. Por conta de muito frio e, já sabendo da tristeza que existe neste local que celebra a morte, mudamos o roteiro e fomos rumo a nossa casa.

Preferimos olhar o rio e as belas construções, seguindo outros caminhos pela “cidade das cem cúpulas”, que tem um dos mais belos e antigos centros urbanos da Europa, famosa pelo seu patrimônio arquitetônico e sua rica vida cultural.

 

 

 

 

 

Um dos destaques da arquitetura, que destoa dos demais, é o “prédio dançante” ou “prédio bêbado”, um edifício moderno em pleno centro histórico da cidade.

 

 

Praga guarda vários museus oficiais e outros tantos particulares que encantam muitos turistas.  Tem museu de artes, de ciências, de músicas, de decoração e religiosos que espelham a cultura e devem mesmo ser preservados. Mas existem também museus de armas, de fantasmas, de sacrifícios, de martírios, da morte e do comunismo, que guardam peças, fatos e fotos de épocas que eles mesmos não querem que volte nunca mais. Na minha opinião, não deveriam existir.

 

 

Praga é uma cidade muito visitada, apesar das atrações turísticas não serem excepcionais, a cidade acolhe muito bem os visitantes. Quem veio talvez não queira voltar mas quem ainda não veio, é interessante incluir no roteiro. Dois dias é suficiente para conhecer a cidade a pé.

Já em nossa casa quentinha, comemoramos com cerveja, provamos várias, todas de boa qualidade e um detalhe que vale o registro.  Uma lata de cerveja é mais barato do que uma garrafa de água.

 

 

Partimos para a Alemanha, com muito frio, trafegando por excelentes rodovias, rumo a uma pequena cidade próxima de Frankfurt, onde começa a Rota Romântica da Alemanha, que vamos visitar.

 

 

 

 

 

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