A caminho de La Paloma, passamos por uma vinícola e resolvemos visitar. Meia volta, voltamos e entramos por um belo portal e uma bem cuidada plantação de uvas e oliveiras. Fomos até a recepção, ninguém. Fomos até o depósito, ninguém. Avistamos ao longe um senhor e fomos perguntar. Ele disse: não sou daqui, só estou fazendo um serviço e não sei dizer. Acho que foi isto que ele falou, não entendi direito e fomos embora sem conhecer a bela vinícola desabitada.
Chegamos em La Paloma já era noite e começamos a rodar a cidade para encontrar um estacionamento de motorhome, bem em frente ao mar e gratuito. Não encontramos e fomos dormir no camping, bem mais afastado da cidade.
Lá conhecemos mais brasileiros.
Um médico do Rio Grande do Sul, com sua esposa e uma filha, que viajam nas férias, com tempo contado e o outro casal, um empresário de São Paulo com sua esposa, um filho bêbe e um cachorro surdo mas que de vez enquanto ouvia. O Carlos de São Paulo é do ramo de confecções, mas está planejando largar tudo e viver viajando. Para isso ele está iniciando e quer seguir a carreira de Youtuber, atualizando seu canal “vivendo100%“. Sucesso ao Carlos.
Dia seguinte fomos procurar novamente o tal espaço gratuíto e encontramos. Lá estavam vários motorhome acampados no pátio da Marinha de La Paloma.
Estacionamos e Ade logo já arrumou amizade com outro casal do Brasil, que alugam sua casa no Balneário de Bombinhas, em Santa Catarina e viajam com motorhome há 30 anos durante o verão, quase sempre para o Uruguai. Ade voltou com várias dicas de onde ficar e como abastecer de água potável, em outros lugares no Uruguai.
No estacionamento tinha motorhome da França, da Alemanha, da Argentina, do Brasil e do Uruguai, donos do pedaço. Este abaixo veio da Dinamarca, tem 4 pneus de estepe e nele vive um casal da melhor idade.
O mar em La Paloma tem história de vários naufrágios. O Farol de Santa Maria foi construído em 1.874, depois de mais uma tragédia com uma embarcação.
Tamanha foi a importância do farol, que as autoridades da época resolveram que o dia da inauguração, 1 de setembro, seria também o da criação do município e mudaram até nome da cidade que era Cabo de Santa Maria e passou a ser La Paloma. O novo nome foi por conta das rochas e das espumas das ondas, similares à silhueta de uma paloma, ave igual ao nosso pombo.
Depois vieram as instalações do porto, que hoje é um dos principais do País.
Em torno do farol estão as edificações mais antigas, muitas ainda do tempo que era Cabo de Santa Maria. Hoje a cidade, com menos de 4 mil habitantes, expandiu e está se modernizando aproveitando seu potencial turístico. No verão chega a receber 30 mil pessoas. Bem abastecida com o comércio, já tem até um edifício de vários andares, mas um só.
O balneário tem 20 km de distintas praias, umas com pedras, outras com areia fina, com águas tranquilas, outras com ondas boas para o surf e para pesca. Ao lado do nosso estacionamento gratuito e vigiado pela marinha, fica a Bahia Grande, com águas do Atlântico, calmas e frias.
Logo depois que estacionamos, chegou o Carlos que também resolveu trocar o camping para ficar na beira do mar.
Caminhamos pela cidade, comemos num restaurante típico, fomos às compras no supermercado lotado, fizemos churrasco, trocamos experiencias, fizemos amizades, caminhamos e tomamos sol na praia.
A praia estava cheia destas bolinhas. As primeiras que vimos pensamos que era água viva, depois vivos pessoas estourando-as com os pés e eu fui mexer nelas. Não sei o que é, mas não machuca, algumas se parecem com uma bola de golfe e outras com um ovo. Você pisa e ela estoura, parece que é de plástico. Se descobrir o que é depois eu conto. Tem milhares na praia.
Uma tarde saímos apressados para chegar do outro lado da cidade, a pé, para assistir o pôr do sol. No caminho ele estava bonito, com todo potencial mas, chegando no local onde já haviam várias pessoas esperando o espetáculo, eis que se não quando, surgiram nuvens intrometidas que inibiram o sol mas que também brilharam deixando, apesar de toda sua imponência, vazar alguns raios do astro rei. As ondas também se apresentaram para o show do final da tarde.
O local é muito agradável, mas numa expedição de longa duração como a nossa, precisamos acostumar com vários novo dia de partida e nós seguimos para a estrada, rumo a Punta del Este, onde já passamos alguns dias atrás.
Ficamos mais um dia em Punta del Este, estacionados ao lado de Los Dedos e seguimos para a encantadora Piriápolis.