Carro pela Europa 2014 86 – SINTRA – PORTUGAL

86 – SINTRA – PORTUGAL


 

Dia de sol, saímos para ver a neblina na Serra de Sintra e visitar mais dois castelos, que ainda não conhecíamos.  Na cidade existem vários castelos e mansões de famílias nobres do passado que os construíam para passar férias. Enquanto as mulheres engordavam com guloseimas, os homens iam à caça.

Sintra é sempre tomada por turistas, não somente pelos seus castelos e palácios, mas também pela seus sabores, especialmente os doces, azeites e os vinhos.




PALÁCIO DA PENA

O principal é o colorido Palácio da Pena, que já visitamos na primavera passada e já foi tema de um dos primeiros posts deste blog.

 

 

 

 

PALÁCIO QUINTA DA REGALEIRA


O castelo, ou Palácio, Quinta da Regaleira foi construído, ampliado e reformado durante 4 séculos, já pertenceu a vários nobres, empresas particulares e órgãos governamentais. Dizem que também já pertenceu a um milionário brasileiro.

 

 

 

Entramos no prédio principal para conhecer a exuberante decoração, que envolveu renomados escultores em madeiras, em metais forjados e em cantarias, que é a arte de talhar rochas.

 

 

 

 

 

 

Nada é assustador nas dezenas de obras de artes deixadas pelos artistas, mas conhecendo a história da concepção do complexo, descobrimos que as construções, os jardins, as esculturas, as torres, os lagos, as grutas, os túneis, os poços e até as árvores, são cheios de símbolos ocultos.

 

 

 

 

 

 

Luigi Manini, um coreógrafo italiano, foi o responsável por esta bela obra de arte e arquitetura. Luigi já havia trabalhado em vários outros palácio na Itália e Portugal e, para cada um deles, elaborava centenas de desenhos e maquetes até que sua concepção ficasse ao seu gosto.

Luigi participou de vários projetos na Serra de Sintra, construindo mansões e chalés em quintas, onde a aristocracia se abrigavam no verão. As quintas são como chácaras ou sítios, terrenos grandes, que ainda hoje é morada somente para ricos.

 

 

A morada da Quinta da Regaleira, não ficou somente do solo para cima. Túneis estão por toda parte. 

O Túnel da Capela é como se fosse uma varanda cravada na rocha. Dali saem vários túneis para quem quer se aventurar nos labirintos escuros e sem mapas. 


Os túneis são estreitos, escuros, úmidos, bifurcam ou terminam em uma parede de rocha.

Entramos em alguns, mas logo voltamos por não enxergarmos qualquer luz no fim do túnel.

 

Eles interligam toda a propriedade e, para o turista, é sempre um mistério saber qual deles escolher e onde ele irá chegar. O final de cada túnel é sempre uma surpresa.

 

 

 

 

Um dos túneis leva até o ponto mais enigmático do passeio pela propriedade, que é o Poço Iniciático.

 

 


O poço é na verdade uma torre invertida, que aprofunda 27 metros para dentro da terra, de onde saem túneis que levam à Capela, ao poço da Regaleira e ao lago da cascata.

 

 

Conta a lenda, uma delas, que o proprietário mandou construir a torre invertida para usar como iniciação dos novos membros de seus rituais. Existem escritas de que se tratava da Maçonaria, da Rosa Cruz, ou dos Cavaleiros Templários. Outros analistas a comparam com a “Divina Comédia”, escrita por Dante Alighieri, poema que narra uma odisseia pelo inferno, purgatório e paraíso. 
 

 

Voltamos para o caminho a céu aberto e nos deparamos com uma pequena Capela, toda entalhada, com fabulosos vitrais, pinturas e esculturas, com cenas da Anunciação e da Coroação de Maria. 

A Ordem de Cristo, herdeira da Missão Templário também está simbolizada na decoração da Capela.

 

 

 

 

 

Nos jardins, a cada passo uma nova surpresa. Além das várias torres, existem muitos bancos talhados na rocha e muitas fontes, que antes forneciam água potável. As águas vem de longe, por túneis cavados nas rochas.

 

 

 

Passamos pela Gruta da Virgem, toda fechada, dentro de uma rocha onde, provavelmente, as moças entram virgens e saiam senhoras. 

Ade e Isa chegaram até a entrada, tentaram uma pose de virgem, pensaram bem e concluíram que esta gruta não mais lhes pertencem.

 

Quem beber a água na Fonte da Abundância, que hoje não é mais potável, não mais terá problemas com finanças. A fonte fica em um portal todo coberto com pequenas pedras coloridas em forma de mosaico, uma obra de arte, sentamos para apreciar.

 

 


Outros belos espaços foram criados nos jardins para deleite dos nobres, que na época, financiavam caravelas para novas descobertas e recebiam metais e madeiras que aumentavam suas posses e enfeitavam suas moradas de veraneios. 

 

Depois passamos pela Alameda dos Deuses, com estátuas das divindades alinhadas e, uma última e bela vista do Palácio Quinta da Regaleiras, que bem poderia ser chamado também de quintas das regalias.

 

 

Voltamos para o centro histórico da cidade, perguntamos a um taxista que nos indicou um restaurante que nos serviu o bacalhau com natas, uma das delícias culinárias da cidade.





CASTELO DOS MOUROS

 

Depois de um breve passeio, vagarosamente andando pelo centro histórico, subimos mais uma vez a serra para visitar o Castelo dos Mouros, construído ou tomados pelos muçulmanos que ocuparam a Península Ibérica, durante parte da Idade Média.

 

 

 

O Castelo foi todo edificado em pedras, extraídas do próprio local, cortadas na pura mão de obra com ferramentas rudimentares.  Estacas de madeira eram colocadas em furos feitos na rocha e eram embebidas com água até inchar e partir a rocha do tamanho que eles precisavam.

 

 

Era um fortaleza militar de onde se podia avistar ao longe e identificar a chegada dos inimigos. Se bem que, os inimigos eram quase sempre eles.

 

 

 

Os Mouros eram nômades e moravam em tendas, por isso nada restou de suas habitações.
 
Os indícios de civilização ficam por conta das áreas onde os mortos eram enterrado, onde ainda existem escavações arqueológicas, com ossadas e vestígios de ocupação, de séculos a.C..

 

 

 

Os  silos onde guardavam alimentos, ainda hoje cheira cereal. Esta técnica de guardar alimentos em buracos escavados na rocha era uma especialidade dos árabes.
 
A cisterna, toda recoberta em granito, guardava a água para consumo dos moradores. Conta a lenda que esta fonte de água nunca secou e que abaixo do piso, está enterrado um importante rei mouro.

 

 

Esta é a bandeira desenhada para simbolizar a origem do castelo, hasteada sobre a saída de emergência, por onde eles fugiam quando eram atacados e o Castelo invadido.

 

 

Do alto da torre real é possível avistar o Palácio da Pena, inimigos naturais, da corte real portuguesa. Um vigiava o outro e o outro vigiava o um.

 

 

 

A visita ao Castelo dos Mouros foi bem legal mas é preciso ter boa disposição para caminhar pelas pedras irregulares. 

Os mouros foram expulsos de vários pontos da Europa e ainda hoje, muçulmanos radicais alertam para uma retomada. Eles tem até cronograma e dizem que Portugal será retomado logo após o ano 2020

 

 

Foi uma visita ao passado, às historias que construíram Portugal e que Portugal muito bem preserva. Com minhas modelos Ade e Isa, a beleza da paisagem, da arte e da arquitetura, ficaram ainda mais encantadora.

 

 

 

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