Durante uma expedição de longa duração, sempre bate uma vontade louca de voltar para rever as pessoas que amamos. Dois em especial, nos chamam de volta, quase sempre. São os nossos netos Sophia (7) e João Mauricio (3). Para acabar com a saudade, nada melhor do que as férias escolares.
Sophia estava ansiosa para chegar o dia da partida. Os armários da Caca foram reorganizados para acondicionar as roupas, brinquedos e acessórios dos dois desejados passageiros. Pena que não deu para levar todos.
Antes da partida, uma passadinha no supermercado para adequar a dispensa aos gostos dos convidados.
Caca abastecida, partimos para a primeira parada. A casa da Tia Luiza, em Santo Antônio da Platina, mais precisamente na Platina, um pequeno povoado, criado 1.850, por imigrantes mineiros, paulistas, portugueses, italianos e espanhóis. Chegavam em busca de novas terras para desmatar e trabalhar na agricultura. A região é conhecida como norte pioneiro, cercada por rios que fazem a terra de boa qualidade.
A casa da Tia Luiza é ao lado da igreja, típica da zona rural, com os atrativos do sítio, dentro da cidade. Tia Luiza fez porco no tacho, frango caipira no fogão a lenha e, pela manhã, café com pão feito em casa.
Na casa da Tia Luiza tudo dá certo. Apanhei uma bacia de urucum e tirei as sementes para fazer o tempero coloral. Com ajuda dos primos, as sementes foram peneiradas e socadas no pilão, com fubá e óleo de cozinha para extrair a cor e o sabor das sementes do urucum. Depois peneira, embala e cada um leva um saquinho para usar no tempero das carnes de galinha.
Primos reunidos, sempre tem alguém lembrando de uma brincadeira. Brincamos de esconde-esconde, pic-salva, queimada, guerra de mamona, guerra de bexigas com água, chutar bola, pega-pega, brincadeiras que ainda são lembradas nos pequenos povoados.
Que bons dias passamos na casa da Tia Luiza. Mesmo com gostinho de querer ficar, partimos rumo a Araçatuba, no Parque x de Água Termais.
Par nosso deleite, o parque aquático criou uma área exclusiva para motorhome, dentro das instalações do complexo. Como o Parque só abre de quinta a domingo, segunda, terça e quarta-feira, fica exclusivo para os caravanistas.
Muitas das piscinas termais que existem entre os Estados de Goiás e Rio Grande do Sul, foram descobertas por empresas que perfuravam a terra em busca de petróleo e encontravam água quente. Depois chegaram os empreendedores do turismo e criaram complexos de águas termais para diversão das pessoas. As águas quentes escoam da terra a temperaturas que passam dos 50 graus na fonte.
Depois de 4 dias seguimos para a cidade de Fernandópolis, onde ficamos hospedados no Hotel x , que disponibiliza o estacionamento, reservado para motorhome. Lá ficamos alguns dias, desfrutando das piscinas com água quentes e de todos infraestrutura do hotel.
Um dia o João mostrou o pé e disse: “vovô, meu pé tá lalanza”, espantado com a nova cor da pele depois de andar descalço o dia todo.
Ao final de cada dia a canseira batia e todas as regras escritas por Sophia, antes da viagem, se tornavam impossíveis de serem aplicadas.
Sophia definiu, escreveu e fixou na geladeira, as regras a serem obedecidas por todos os ocupantes da Caca, durante a viagem de férias com os avós.
E ainda desenhou nosso cartão como assinatura.
Seguindo o rumo das águas termais, fomos parar na cidade de Olímpia, no Hotel Fazenda dos Ypês, com apartamentos, chalés e algumas vagas exclusivas para motorhome, com água energia e esgoto individual.
Tem um típico café da manhã, jantar todos os dias e os atrativos de uma fazenda, como galinha, tartaruga, cavalo, boi, pássaro, pavão, carneiro, vaquinha de leite, pônei, piscina e brinquedos para crianças.
Levantamos cedo na Fazenda dos Ypês, um reforçado café da manhã e partimos para o Parque Aquático Thermas dos Laranjais, o maior da América Latina, com mais de 50 atrações com águas quentes.
Além das piscinas e brinquedos radicais, o parque tem um zoológico interativo, onde você convive com os animais soltos, circulando entre as pessoas.
Já na entrada, Sophia e João identificaram os atrativos do Parque.
Muita gente nas férias escolares poucos socorristas para casos de emergências O perigo maior não é o afogamento mas sim os próprios brinquedos. Um pequeno descuido e a alegria pode se transformar em tragédia. Eu conheci um senhor que trocou duas vértebras e estava usando suporte de imobilização para de pescoço. Ele escorregou em um brinquedo e bateu com a cabeça no fundo da piscina. Poderia ser pior as consequências.
Iniciamos o caminho de volta, parando em alguns dos atrativos da estrada.
Após 15 dias de viagem, nossos convidados começaram a demonstrar saudade dos pais e foi a hora de voltar. Não sem antes parar novamente na Casa da Tia Luiza, para comemorar o aniversário de 3 anos do João Maurício. Na festa estiveram presentes os parentes e conhecidos da Tia Luiza.
O homem Aranha foi o tema da festa e todos comeram e se divertiram no aniversário do pequeno João, que poucos conheciam e que também não conhecia os convidados.
Final de festa. Rumo a Curitiba, satisfeitos com os últimos dias onde nossa vida a dois, foi vivida a quatro, num retrato perfeito da felicidade. Obrigado aos nossos passageiros felizes, que muito nos encantaram. Vai ter próximas.
Os netos adoraran relembrar as férias de julho! Com certeza eles jamais irão esquecer. Vovô e vovó, te amamos!
Uhuuul
Q legal isso Maurício e Ade.
Parabéns!!!
Mas que delícia de relato!
Nada melhor do que ser vovo…abcs Amigo Rocco. Parabens pelos relatos. Felicidades para Todos!