Sul e Sudeste do Brasil 2018 2. Impeditivos de sonhos

2. Impeditivos de sonhos


Quando você se propõe a a realizar um sonho é preciso empregar muita dedicação e atitudes certeiras no planejamento.

Um sonho com viagens, como qualquer outro sonho, não deve se apagar enquanto houver condições para ser realizado, mesmo com pouca luz.

Para realizar viagens, especialmente as de longa duração, é preciso considerar os dois impeditivos mais comuns: a saudade e as obrigações.

A saudade é implacável. Antes da viagem ela já se torna uma desculpa para não abandonar a zona de conforto e, durante a viagem, ela lentamente influencia os planos, provocando o desejo de voltar, mesmo querendo ficar.

A saudade de quem amamos pode até ser amenizada com as variadas formas de comunicação, mas o abraço faz muita falta.

O outro impeditivo são as obrigações, que podem adiar ou até cancelar o dia da partida. As obrigações impedem o viajante de ser dono do seu próprio tempo e frustra sonhos. Cada um tem suas obrigações e sempre as terão.

Mas é preciso se livrar delas!

As obrigações se tornam empecilhos, criando uma dificuldade, um obstáculo entre a ação e o objetivo. Até os melhores planos podem ser esmagados pelos empecilhos. Eles aparecem com formas variadas, seja por conta de uma coisa ou uma pessoa.

Ter que vigiar a casa, cuidar dos filhos ou netos, cuidar de animais de estimação, manter vínculos empregatícios, ter empresas para gerenciar, doenças pessoais ou de pessoas próximas e a falta do pingo, são alguns dos empecilhos que mais dificultam a realização dos sonhos com viagens.

Você tem algum?

O pingo na conta bancária é o grande impeditivo dos sonhos com viagens. O pingo é fruto que alimenta as necessidades, apesar de que, já vimos muitos viajantes que não tem um pingo fixo, mas faz pingar durante a viagem com trabalhos esporádicos.

Para evitar o falta do pingo é preciso um plano que se inicia muito antes. Estas são algumas formas para manter um pingo na conta.

É preciso eliminar ou, no mínimo, amenizar tais obrigações ou empecilhos, antes da partida, para evitar o baixo aproveitamento de uma viagem. Certamente aparecem obrigações de rotina durante uma viagem, mas a obrigação fundamental que nunca pode se perder é a obrigação de ser feliz.

A viagem é uma grande promotora de felicidade, mesmo quando o “Plano A” apresenta impeditivos, podemos adotar o “Plano B”, refazendo roteiros e tempos.

Pensando e agindo assim, Ade e eu já alteramos nossos planos por conta de alguns impeditivos, mas nunca abandonamos o gosto pelas viagens. Em nosso Plano A, estaríamos em 2019, seguindo até o Alaska, conhecendo os recanto das três Américas.

Não foi possível!

Adotamos o Plano B e seguimos nossas viagens, por enquanto somente com curta duração, até que não tenhamos mais qualquer impeditivo antes da partida rumo ao Pólo Norte.

Nos últimos meses convivemos com doenças de entes queridos e até a perda de uma pessoa muito especial em nossas vidas. A morte do Miguel, nosso querido Junior, que perdeu a vida para um câncer que parece nunca ser justo ou aceitável, causou muita tristeza.

Fiquei revoltado.

Não entendo como um cara de bom coração, pessoa agradável, prestativo, alegre, que se doou para os outros, pode ser morada de desta implacável doença. Posso estar errado, mas culpo médicos e cientistas que ainda permanecem incompetentes na busca da cura definitiva desta doença.

Fique com Deus meu amigo Junior, parceiro de todas as horas, um dos meus melhores amigos e o melhor churrasqueiro que já conheci. Os anos que passamos juntos foram excelentes.

A vida continua, ainda estamos com alguns impeditivos com doenças de pessoas queridas, mas não abandonamos nosso planejamento original, só estamos postergando. Por enquanto, vamos conhecendo novas praias, visitando parentes e amigos, sem deixar por muito tempo nossa base.

O sonho de viver como nômades temporários continua acontecendo, mesmo com bate-e-volta, estamos convivendo com pessoas que amamos, recordando histórias, voltando nos lugares onde já vivemos, nos divertindo com diferentes opções.

Enquanto ficamos na base, continuamos perfeiçoando nossos planos, cuidando da saúde e buscando novas formas de passar o tempo, com prazer.

Saímos para pescar, fazer experiências culinárias, reencontrar amigos, fazer caminhadas e assistir séries na TV. Compramos até trotinetes para percorrer as calmas ruas e ciclovias de Curitiba aos domingos pela manhã.

Dentro do nossos planos para Depois do Trabalho, já realizamos 74 viagens após a minha aposentadoria, em 2011. Até dezembro de 2.018 foram 208 mil quilômetros rodados, navegados e voados, somando 1.549 dias fora de casa. Dos 87 meses Depois do Trabalho formal, viajamos 52.

É importante administrar os impeditivos e os empecilhos, sem perder a fé, considerando sempre que o tempo passa e depois de tempestades, vem calmarias.

Em 2.019, nosso Plano B para Depois do Trabalho continua vivo, aguardando o melhor momento para retomar o Plano A, com mais viagens de longa duração, nossas preferidas.

 

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