Sul do Brasil, Argentina e Uruguai 2023 6 De volta na querida Mendoza, uma cidade que eu moraria.

6 De volta na querida Mendoza, uma cidade que eu moraria.


 

 

Saímos viajando rumo ao sul da Argentina, trafegando por estradas retas e onduladas, quase sem postos de combustíveis ou lugar para comer.

Já preocupado com o combustível que estava para acabar, surge um posto que ofertou não somente o diesel como também um bom lanche e garrafas de azeite e azeitonas para comprar.

 

 

Já havíamos visitado a região por outras estradas. Era por aqui que viviam os dinossauros há mais de 90 milhões de anos.

Quando o combustível já estava para acabar novamente, chegamos no pequeno povoado de San Agustin de Valle Fértil, que também explora o turismo em torno dos dinossauros por estar dentro do Parque Provincial Ichigualasto, onde estão muitos fósseis dos dinossauros e formações rochosas exclusivas. Muito bonito e histórico.

 

 

 

Nós disse a guia turística que a cidade de Valle Fértil tem esse nome porque somente naquele pedaço de terra se pode plantar e colher. O restante da região parece mais com um deserto e há muita pobreza espalhadas nas vilas e zona rural por onde a rodovia passa.

 

 

Fomos dormir no Camping Municipal e encontramos um casal que também viajam numa Sprinter e moram no interior do Estado de São Paulo.

Eles nos contaram o pavor que passaram, quando na estrada uma barra de ferro que se soltou de outro veículo que trafegava no sentido contrário, os atingiu. Por sorte a barra de ferro bateu atravessada, quebrou o pára-brisa e amassou a lata. Se viesse de ponta seria ainda mais trágico. Ninguém se feriu e de ruim mesmo foi o susto, o prejuízo é a demora para fazer os reparos.

Ao entardecer fizemos uma fogueira, convidamos os vizinhos e conversamos por horas tomando vinho, com queijos e azeitonas da Argentina.

 

 

Agora novamente em Mendoza, cidade famosa pelos vinhos, azeites e beleza urbana.

Para dormir, seguindo mais uma vez a sugestão do aplicativo de viagens que nós indicou um estacionamento bem no centro da cidade.

Além da segurança 24 horas, ainda nos cedeu e água e eletricidade. Pernoitar num estacionamento é uma opção interessante para quem viaja de motorhome. É seguro e sempre bem localizado.

 

 

Saímos a passear pelo centro, na rua pedonal de Mendoza. Como turistas clássicos, seguimos olhando tudo, perguntando preços, experimentando sabores, passando um tempo comendo e bebendo nos bares com mesas nas ruas.

Depois do sorvete e de algumas fotos, voltamos para dormir em casa.

 

 

 

 

A cidade tem muitas praças e muitas fontes ornamentais de água. Fomos com a Caca no maior parque da cidade, com feira de produtos artesanais muita gente passeando ou fazendo exercícios. Mais fontes de água.

Apesar do histórico de que não chove em Mendoza,  a água aqui é abundante.

 

 

Compramos vinhos e queijos na cidade mesmo e, desta vez, nossa preferencia foi visitar olivícolas.

A olivicola que visitamos primeiro já foi reconhecida como a número 1 num concurso mundial.  A segunda que visitamos já ficou em segundo lugar no concurso mundial que acontece todos os anos.

 

 

A primeira surgiu há mais de 100 anos, quando um francês chegou na região e trouxe mudas de oliveiras e começou a produzir azeite de forma artesanal, somente para consumo da família. Com o tempo foi dominando o processo e passou a fabricar de forma comercial, ainda com equipamentos rudimentares.

No inicio as azeitonas eram fermentadas em barris, depois estraçalhados numa moenda de pedra e o bagaço que saia era colocado em bases metálicas que, quando prensadas, extraíram um caldo grosso. Depois o caldo era centrífugado para separar a água do azeite.

 

 

 

 

 

Hoje com máquinas modernas, o azeite é processado em menos tempo, mesmo assim, demora meses para extrair o melhor azeite.

O azeite extraído da azeitona serve especialmente como condimentos, mas também já foi usado como combustível na queima de lamparinas e alguns acreditam que serve como remédio.

O azeite é extraído pelos humanos há milhares de anos. No começo era espremido em tecidos, depois vieram as moendas e agora são máquinas que trituram. O azeite é o mesmo, o que evoluiu foi o processo de extração. Uma árvore de oliveira que produz a azeitona, pode durar milênios.

 

 

Como nas vinícolas, as  olivícolas também promovem visitas guiadas, com horário marcado. As principais olivícolas ficam em Maipú, região metropolitana de Mendoza, famosa no mundo todo pelos azeites de qualidade que produz.

Muitos dos descendentes europeus que moram na região, ainda preservam seus hábitos e costumes que perduram por gerações,  gerenciando empresas com esforço e paixão, conservando as tradições familiares.

Nas duas visitas passeamos pelo plantio, conhecemos a história secular das famílias e provamos diversos sabores.

 

 

 

Além do azeite das olivas, algumas olivícolas produzem também o azeite balsâmico, extraídos da uva. A produção do balsâmico é ainda mais demorada, dura décadas. Fica um ano em cada barrica de madeira nobre com tamanhos diferentes, até que se consegue um caldo preto, considerado uma bebida dos deuses.

O balsâmico já foi usado como remédio na cura de diversos males.  Acreditavam também que era bom para as grávidas fortificarem seus filhos e até como dote dos pais aos genros que se casasse com suas filhas. No modo antigo o néctar balsâmico demorava até 20 anos para ficar pronto. 

Na visita, depois de conhecer a história e o processo de fabricação dos azeites de  oliveiras e parreiras, chega a hora da degustação. Com mais explicações da guia, provamos diversos sabores de azeitonas e de azeites, uma bebida milenar.

 

 

 

 

A Argentina é referencia mundial na produção do azeite, assim como Portugal, Espanha e Grécia, onde dizem que estão os melhores.

 

 

O Brasil começou a produção de azeites somente em 2008, no Sul de Minas Gerais, com a extração de apenas 40 litros na primeira safra. Hoje já são diversas olivicolas, especialmente em Minas Gerais e no Rio Grande do Sul. Em 2022 o Brasil produziu 120 mil litros e já começa a ter reconhecimento mundial pela qualidade do nosso terroá.

 

 

Saímos de Mendoza e começamos o caminho de volta para casa fixa, mas ainda com muitas paragens programadas.

Paramos em Córdoba para comprar doce de leite, outro produto argentino de grande interesse de turistas e moradores. Depois passamos pelas belas pontes de Rosário e seguimos rumo ao Uruguai, com aduana tranquila, com vistoria pro forme, sem retirar nada e muitos elogios para a Caça.

 

 

 

 

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Related Post