Seguindo viagem, paramos em Piaçabuçu, onde o Rio São Francisco deságua no mar. A única cidade que tem dois cedilhas no nome. A terra dos coqueirais.
Fomos até o Porto para comprar peixe e apareceu o Alexandre, que nos levou nas peixarias em busca de camarões frescos. Encontramos, compramos e o Alexandre disse que poderia limpar eles pra gente. Topamos e ele nos levou até o rio e começou a limpar ali mesmo. Ade não resistiu e entrou no rio pra limpar também.
Alexandre, que é pescador, também foi me mostrar um belo lugar, ao lado da igreja matriz e da prefeitura, onde poderíamos dormir. Topamos novamente. Estacionei, tendo no quintal o fantástico Rio São Francisco.
Ao anoitecer desfrutamos do belo pôr do sol na divisa de Alagoas com Sergipe.
A noite participamos de uma festa na prefeitura. A tarde um carro de som anunciou para toda cidade que hoje tinha festa, enaltecendo a saúde da mulher, com palestras, massagens, acupuntura, distribuição de kit de higiene bucal, exercícios coletivos e frutas para todos no final, tudo com música ao vivo.
Emocionante ouvir as autoridades falarem sobre os doentes da cidade e como são tratados pelas áreas de saúde da prefeitura e associações.
O show teve que parar às 21 horas em respeito a chegada de uma procissão em homenagem a Nossa Senhora. Cidade agitada em plena segunda-feira, na praça central, toda bonita, bem iluminada, limpa e ainda tem uma verdadeira casa na árvore.
Conhecemos o Wellington que é o guarda praça da prefeitura, tem uma agência de turismo e um barco de passeio. Ele nos ofereceu o passeio. Ele disse que o passeio sairia por 400 reais. Conversamos com ele várias vezes, quando chegamos, a tarde e a noite na festa. Wellington disse que pegou gosto por nós e ofereceu o passeio até a foz do São Francisco pela metade do preço por conta da nova amizade. Ainda levamos o outro novo amigo Alexandre para o passeio.
Lá fomos nós a bordo de um barco grande e bem cuidado, rumo ao final do fabuloso Rio São Francisco, 40 minutos de ida e 60 de volta.
Durante a navegação deu tempo para admirar as belas paisagens, ouvir história do Alexandre e do Wellington e ainda ajudar como piloteiro.
Das historias contadas, destaco duas: a da Ilha Criminosa e a da cidade engolida pelo mar.
A ilha da criminosa ganhou este nome por conta de uma história que repercutiu em toda região. Conta que ali morava um fazendeiro sozinho. Um dia decidiu ter uma mulher e foi buscar no sertão. Foi de barco pelo Rio São Francisco e lá conseguiu que um pai vendesse uma garota para ele se esposar. Trouxe a mulher e com ela teve cinco filhos. Depois de anos ele começou a beber e todo dia batia na mulher. Um dia ela se cansou e resolveu assustá-lo. Pegou um facão e o ameacou. Ele sem medo partiu pra cima dela e se espetou no facão, sangrando até morrer por falta de socorro. Em julgamento com muita repercussão, a mulher foi inocentada e a ilha ficou conhecida como A Ilha Criminosa.
A outra história conta sobre o povoado de Cabeço que foi engolido pelo mar. Quase tudo ficou submerso, menos o farol que ainda é visível, mas quase tombando pela corrosão.
As pessoas que moravam no Cabeço, hoje vivem em uma nova comunidade, em terra firme no território sergipano.
Muitos turista visitam a foz do majestoso Rio São Francisco, que morre na praia, mas já alimentou muita gente e muitos sonhos, que já inspirou poetas e atraiu empreendedores, desde a nascente na Serra da Canastra em Minas Gerais até onde deságua no mar entre Alagoas e Sergipe. O rio mais querido do Brasil, após percorrer 2.830 km com águas sagradas, atende mais de 520 cidades e percorre por 5 estados brasileiros.
Pena que fomos muito cedo e as barracas que servem um pequeno peixe frito, estavam fechadas. Voltamos admirando tudo novamente sem cansar com tanta beleza e com tanta emoção.
Logo avistamos a cidade e desembarcamos no nosso quintal temporário, onde a nossa Caca nos aguardava muito bem posicionada, às margens do glorioso.
Ficamos muito gratos e foi um prazer enorme conhecer o Alexandre e o Wellington, que tornaram nossa viagem e nosso vida ainda mais rica.
Antes da partida, tomamos um gratificante e revigorante banho no Rio de águas límpidas e com temperatura agradável. Se quiser, pode beber água direto do rio, eu bebi, como todos que vivem às suas margens o fazem.
Esse também tá na lista com o passeio da Rota Doura +. Será no meio da viagem. Esse anos estivemos na nascendo do SF. Muito bom o posto.
No outro posto errei o meu site. Ele tá parado porque houve muita alteração no Blogspot. O que tem funcionado melhor são Destaques no Instagram.