Expedição América do Norte 2024 2 Toronto, um belo modelo do mundo capitalista

2 Toronto, um belo modelo do mundo capitalista


 

Saímos de Curitiba em companhia de nosso filho Hugo, que vai participar de uma feira internacional de cafés especiais em Chicago e também aproveitou para matar a saudade da sua irmã e nossa filha Paula, nosso genro Igor e o adorável Dimas, que moram em Toronto.

Fizemos escalas em São Paulo, New York e chegamos em Toronto, para desfrutar alguns dias em família, no nosso primeiro compromisso desta expedição.

 

 

Localizada às margens de um belo lago no Leste do Canadá, Toronto é uma cidade acolhedora, batizada pelos índios num passado distante, que significa “ponto de encontro”. Ainda hoje, a maior cidade canadense é uma referencia no encontro de culturas, negócios, artes e histórias. É a terceira cidade com maior número de imigrantes do mundo, com quase 50% da população vinda de outros lugares.

 

 

Toronto tem cerca de 1.500 parques pequenos e gigantes. No inverno e outono a vegetação parece seca, com uma cor marrom, mas mesmo assim mostra sua beleza nas trilhas bem cuidadas, com bancos e bebedouros espalhados por todos parques.

 

 

 

Uma das atrações que mais traduzem Toronto é o PATH um dos maiores sistemas de pedestres subterrâneo do planeta com mais de 1.200 lojas das principais marcas, além de restaurantes, 50 torres de escritórios, 20 estacionamentos, 5 estações de metro e um terminal ferroviário.

Especialmente no inverno, o PATH é um paraíso de compras e diversão, onde quase tudo acontece e onde os moradores, artistas e turistas se encontram.

Ao todo são 28 km de vias subterraneas e cada letra de PATH possui uma cor que aponta a direção a seguir:

“P” é vermelho e aponta para o Sul,

“A” é laranja e aponta para o Oeste,

“T” é azul e aponta para o Norte e o

“H” é amarelo e aponta para o Leste.

A rua mais famosa da cidade a Yonge Street, considerada pelo Guinness Book of World Records, a rua mais longa do mundo com seus 1.896 km. Na verdade ela só tem 86 km, mas a crença popular decidiu considerar uma rodovia, a Highway 11, como seguimento da rua.

A gente não se cansa de passear, ainda mais andando por uma cidade com uma estrutura urbana exemplar, com pessoas comprometidas com a qualidade de vida, trânsito calmo, ruas largas e calçadas impecáveis, totalmente apropriadas para o pedestre. A diversidade do comércio e a bela arquitetura encantam e atraem turistas o ano todo.

As pessoas aqui são tão educadas, ou condicionadas, que num momento eu esbarrei em um homem no mercado e ele ainda me pediu desculpas. Em qualquer lugar, se você coloca os pés na rua, todos os veículos param e aguardam pacientemente você passar. Respeito da mais pura qualidade.

 

 

 

 

O centro da cidade abriga o principal monumento, a CN Tower, com 553 metros de altura, uma maravilha da arquitetura que recebe quase 2 milhões de visitantes por ano. O elevador panorâmico leva menos de um minuto para chegar no nível onde ficam as plataformas de vidro com um restaurante giratório de classe mundial e a Adega do Céu, uma das maiores do planeta. Desta vez não subimos por que o tempo estava nublado, mas na volta do nosso tour pela América do Norte, certamente subiremos para ver a cidade de cima, mais perto de céu.

Enquanto passeávamos a neve começou a cair levemente, provavelmente a última deste inverno que está terminando por aqui.

 

 

 

Aos pés da grande torre fica um Aquário, dos mais belos que já visitamos. O Ripley’s Aquarium of Canada abriga diversos animais marinhos, como tubarões, centenas de peixes coloridos de diversos formatos, tartarugas, arraias, moluscos, mariscos, águas vivas e muitos outros. Tem um tanque onde podemos tocar nos peixes e um esteira que percorre túneis de vidro com água por todos os lados, dando a sensação de que estamos dentro da água.

Todas as segundas sextas-feiras de cada mês tem um show de jazz.

 

 

 

 

 

 

 

 

Ainda aos pés da CN Tower tem uma gigante casa do jogos eletrônicos, com bares, restaurantes e uma balada que acontece todos os dias, até 2 horas da manhã. Tem jogos modernos e antigos, como o Pimball, um dos meus preferidos desde os meus tempos de jovem. Claro, não deixei de brincar.

 

 

A cultura urbana conta com grandes centros de compras, onde em um só lugar é possível ter acesso a um comércio variado, incluindo mercados gigantes, onde vendem produtos também em embalagens gigantes. Além das opções infindáveis de produtos, em cada corredor do mercado tem um produto para degustação.

Nos centros de compras, são muitos pelos arredores da cidade, tem também lojas de roupas e calçados, pets, ferramentas, decoração, móveis e muitas opções de comidas prontas, especialmente sanduíches.

 

 

 

Não só os prédios, as lojas e as embalagens que são gigantes. Algumas frutas e vegetais também seguem os princípios de um povo altamente consumista, que muito preza pela qualidade e exageram na quantidade. Ficamos impressionados com o tamanho da cebola ou da romã, por exemplo.

 

 

Como em todas as nossas aventuras, não deixamos de passear no Mercado Municipal para conhecer a diversidade dos produtos que mais consumidos e produzidos pelos habitantes locais.

Localizado no centro histórico da cidade, o Mercado Lawrence é um centro social, ponto de encontro da população a mais de 200 anos. Além das frutas, verduras, carnes e comidas prontas, também é possível aprender a culinária local em vários espaços destinados a breves treinamentos para quem quer aprender a cozinhar ou fazer artesanatos.


 

 

Visitamos o Distillery District, centro histórico preservado, onde já abrigou dezenas de destilarias de whiskys que já bombou no século 19. Com as constantes polemicas da época de liberar ou proíbir a bebida alcoólica, o local foi sendo abandonado, as destilarias fecharam e hoje se tornou um belo espaço com ruas de paralelepipedos, com restaurantes, bares e lojas alternativas. Tem várias festas durante o anos, sendo principal delas a comemoração do natal ao final de cada ano.

 

 

Numa noite de segunda-feira, fomos até o Rogers Centre, uma arena de beisebol, que também serve de palco para grandes espetáculos artísticos. O Estádio é gigante e estava lotado de pessoas alegres, se divertindo, comendo e bebendo, durante o jogo e nos intervalos. Tudo é muito organizado apesar da multidão.

Como não entendemos as regras do jogo, nos divertimos passeando pelos corredores do estádio e comendo comidas tradicionais. Achamos um pouco chato ficar sentados assistindo ao jogo, que dura quase quatro horas e nem esperamos o final.. Só sei que o jogo era de abertura da temporada entre o Canada e os Estados Unidos. Não importa quem ganhou, valeu pelo evento.

 

 

 

 

No dia 8 de abril, todo leste do Canada parou para assistir o eclipse quando a lua cobriu o sol completamente. Só se falava nisso com muita gente se preparando com assessorias para olhar o sol, muitos viajando para locais onde diziam que a visão seria melhor, até que no meio da tarde o fenômeno aconteceu. Em Toronto, no exato momento, as núvens cobriram o céu e pouco se pode ver, mas tudo escureceu, parecia um inicio de noite. Logo em seguida começou a clarear e, acreditem, o sol voltou a brilhar sem nuvens.

 

 

Vamos voltar a Toronto no final de nossas aventuras pela America do Norte. Para viajar, tentei comprar um carro e vender no final que sairia mais barato, como fizemos na Europa. Não foi possível por que burocracia e o longo tempo de espera para regularização, tornou a compra inviável.

Optamos por alugar um carro para o período, para aproveitar mais o trajeto. Alugar foi fácil, mas viver sob constante vigilância não é muito confortável. O tempo todo é preciso estar atento e não deixar de cumprir as regras de forma absoluta. Já no segundo dia com o carro, fui multado por ter estacionado poucos centímetros fora do que a placa determinava. Tudo bem, regras devem ser cumpridas, mas o policial bem que poderia considerar, afinal, não atrapalhava em nada aquela pequena irregularidade. Os poucos centímetros me custaram 100 dolares.

 

 

Depois de alguns dias passeando por Toronto e curtindo um pouco a Paula, o Igor e o Dimas, saímos rumo aos Estados Unidos, onde o Hugo vai participar de uma feira de cafés e nós vamos conhecer Niagara Falls, a cachoeira que fica na divisa entre Canadá e Estados Unidos.

Vamos voltar a Toronto com prazer, para viver mais algum tempo nesta terra capitalista, onde o dinheiro proporciona facilidades e diversidades, onde as pessoas aprenderam a viver sem preconceitos e, especialmente, praticar o respeito no seu mais alto grau. Talvez falte um pouco mais de abraços.

 

ATÉ BREVE TORONTO

 

 

 

 

 

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