Ficamos em Toronto por um tempo, passeando todos os dias pela bela, confortável e segura cidade. Com Paula, Igor e Dimas fica ainda mais agradável visitar os pontos turísticos, shoppings, fazer pic-nic na praia de lago com novos amigos ou simplesmente passear pelas ruas garimpando curiosidades e comidas diferentes.
Logo as malas estavam novamente arrumadas para uma nova aventura, agora com a boa companhia de Paula, Igor e o cachorro Dimas, que parece gente. Fomos conhecer a Província de Quebec e Ottawa, a capital administrativa do Canadá.
Pela estrada afora seguimos admirando belas paisagens e numa delas paramos para descansar e conhecer um belo lago com cabanas para alugar. Fomos entrando e vasculhando o belo lugar, até que o dono apareceu, deu boas vindas e contou a história do lugar. Ele nos deu até dicas de pescaria e disse que com um pouco de sorte poderemos até pescar um salmão nesta época.
Para dormir escolhemos Carleton Place, região metropolitana de Ottawa. Carleton é um pequena cidade onde várias vezes repetimos: “Mais que cidade bonita”. Chegamos ao entardecer e logo saímos para conhecer a região por perto de nossa nova morada.
Caminhamos pela rua central sempre repetindo: “Mais que cidade bonita”. Fomos até a ponte sobre o Rio Mississipi, xará daquele grandão que corre nos Estados Unidos, admirando a bela arquitetura.
Voltamos para um belo jantar e uma confortável noite de sono. Carleton é uma cidade canadense que foi colonizada pelos ingleses e, por sorte nossa, bem em frente a casa que ficamos, tem uma padaria que trabalha com a culinária alemã. Fui comprar o café da manhã e o padeiro era um mexicano. Eu brasileiro, fiz meu pedido em espanhol e me despedi em português.
Foi divertido fazer uma compra multicultural. Sete etnias lembradas numa padaria, na simples compra de pão, salame e cuca. O mundo está mesmo globalizado!
Pela manhã passeamos novamente por Carleton, sempre repetindo, “Mais que cidade bonita”. Entramos em lojas e tiramos fotos da arquitetura que remonta do final do século XIX, patrimônio da cidade.
Deixamos a pequena Carleton e fomos passear em Ottawa, batizada com o mesmo nome do Rio Ottawa, derivado da palavra indígena Odawa, que significa “trocar”.
Ottawa é a capital do governo canadense, linda, agradável, sem muito trânsito com uma arquitetura vitoriana misturada com os modernos edifícios de vidros coloridos.
Passeamos pelos 4 edifícios principais que compõem a sede administrativa do governo do Canadá, no mais puro estilo gótico, imponentes, construídos no alto de uma colina.
A sede do parlamento demorou 17 anos para ser construída e foi inaugurada em 1.876. Neste momento a sede está em reforma e as visitas por dentro dos palácios estão suspensas.
Antes de ser decretada a capital nacional, houveram muitas discussões sobre onde seria a sede, até que a Rainha Vitória da Inglaterra, intercedeu e definiu que o parlamento ficaria em Ottawa. Ordens da Rainha não se discute, cumpre-se.
Ela justificou a escolha de forma inteligente. Disse que primeiro Ottawa estava relativamente mis seguro, um pouco mais distante dos Estados Unidos, que viviam invadindo para tomar posse do território canadense. Segundo, foi para diminuir as tensões na região do Alto Canadá e do Baixo Canadá, entre os colonizadores ingleses e franceses. A terceira justificativa para a escolha da Rainha foi a beleza da região, numa colina com vista para uma planície, banhada por um rio caudaloso.
No meio da praça, entre os edifícios fica a Centennial Flame, uma chama que nunca se apaga. O monumento foi construído para comemorar o 100º aniversário da Confederação Canadense, acesa pela primeira vez em 1.967.
A chama alimentada por gás natural, fica numa fonte com os escudos de cada uma das províncias e territórios do Canadá. Muitos visitantes jogam moedas na fonte para dar sorte. Periodicamente o governo retira as moedas e deposita numa conta bancária, usadas para entregar ao vencedor do Prêmio Centennial Flame Research, criado para reconhecer as melhores práticas de ajuda para pessoas com deficiência.
Por toda a região central existem vários outros edifícios com o mesmo estilo de arquitetura, construídos com muitas pedras e com finos acabamentos. A maioria deles são sedes secundárias do governo, ou igrejas, ou livrarias e até o mercado municipal foi recriado mantendo o mesmo estilo.
O mercado municipal não oferece grandes atrações, mas no entorno dele estão bares, restaurantes e shoppings que valem o passeio. Paramos para refrescar com uma deliciosa cidra super gelada e provar dumpling, um pastel de batatas com carne de porco e cebolas.
Como sobremesas provamos um BeaverTails, feitos com massas fritas esticadas a mão para assemelhar a calda do Castor Tem vários recheios diferentes que você pode escolher. Normalmente tem filas para comprar. Existem muitas lojas espalhadas por todo Canadá.
Passeamos pelas ruas floridas, num contraste da arquitetura moderna com a antiga, caminhando pelas belas calçada até entrarmos num shopping para visitar lojas com roupas baratas e de qualidade.
A qualidade de vida foi notória por onde passamos, com fartura de opções de compra, casas residenciais grandes com jardins muito bem cuidados, transporte público bem servido e carros valiosos circulando pelas ruas.
A cidade respira arte e cultura. É a cidade com maior número de habitantes com diplomas no País. Abriga grandes escolas e a arte está nos vários museus, galerias, lojas e pelas ruas da cidade, com muitas esculturas em bronze, mármore, metal e madeira.
A Inglaterra sempre esteve presente na história com forte influencia nas terras canadenses e até hoje o País reconhece o Charles III, como Rei do Canadá. Eram os ingleses que prestavam apoio logístico para impedir os ataques de invasão, feitos principalmente pelos Estados Unidos.
A então Rainha do Reino Unido enviou um notável engenheiro para encontrar solução para garantir a segurança dos canadenses contra os invasores estadunidenses que, como grande feito, projetaram e construíram o Canal de Rideau, conectando dois rios, com o propósito de transportar materiais e armas ao interior do País de forma mais segura. Antes o transporte era feito perigosamente pelos rios na fronteira com os Estados Unidos. Hoje o Canal é um dos pontos turísticos mais visitados da cidade, com várias pequenas eclusas que possibilitam os barcos e pequenos navios a descerem do Rio Saint Lawrence até o Rio Ottawa, que mais parece uma escada entre os rios de altitudes diferentes
Atualmente o canal não é mais utilizado como eclusa comercial. No verão oferece passeios de barcos pitorescos e no inverno se transforma na maior pista de patinação do País.
Os franceses, que também queriam a posse desta região, que na verdade pertencia aos índios Algonquis, primeiros habitantes, deixaram suas marcas na cidade. Uma delas é a bela Catedral de Notre-Dame, quase uma réplica da igreja de Paris, no estilo gótico, decorada com vitrais coloridos, arcos e grandes colunas.
No altar estão esculturas em mármore dos principais personagens bíblicos da história.
Ao final do dia, entramos numa LCBO – Liquor Control Board of Ontário, administrado pelo Ministério das Finanças, para comprar um vinho.
As LCB’s são as únicas lojas autorizadas a vender bebidas alcoólicas no País. Ou você compra nas LCB’s e leva para beber em casa ou bebe nos bares. O governo administra toda venda de bebidas alcoólicas no País e controla o consumo. Por aqui é proibido beber nas ruas, praças, praias e outros lugares públicos. Mas eu vi alguns bebendo escondidos, mesmo correndo o risco de serem multados ou até presos.
Antes de voltamos para casa, paramos para comer buritis, uma das comidas da culinária mexicana muito consumida no Canadá e nos Estados Unidos.
Ottawa, uma das cidades que mais gostamos em toda viagem. Um dia queremos voltar no inverno.