Fomos para o Agreste de Pernambuco, pela Rota 232, rumo a cidade de Poção, visitar rendeiras. Nos disseram que era um pólo de rendas e na cidade só tem duas ou três lojas que vendem rendas.
Pelos caminhos vimos nas pequenas casas, dezenas de mulheres fabricando rendas renascença, que por aqui chega a custar até 4 ou 5 vezes menos do que numa loja chique em cidade grande. Fazer o que?. Sem o atravessador a renda não rende. Mas a relação poderia ser mais justa.
As senhorinhas que produzem sentadas em toscos bancos com um rolinho no colo, tem a menor parte e o restante da cadeia de distribuição do produto, tem muito mais. É injusto. Eu gostaria de pagar por um produto em que, quem fez para eu comprar, fosse o mais beneficiado. A recompensa moral é de quem faz e a recompensa financeira é de quem atravessa.
Como sempre fazemos, paramos na estrada para comer frutas, sempre de boa qualidade e produzida na região.
Voltamos para dormir em Caruaru e, que alegria. Quando passamos pela cidade de Pesqueira, começou a acontecer o que havia dois anos que não acontecia. Chuva na região. É claro eu também pensei. Trouxemos chuva para o sertão.
As pessoas agradeceram a Deus, falaram do cheiro da chuva, andavam sem se proteger. Foi bom ver e ouvir a alegria que a chuva trouxe nas pessoas.
Com chuva, resolvemos pernoitar em Pesqueira. Na segunda tentativa, achamos um belo hotel e nos instalamos, depois de negociar o preço. Pela qualidade do hotel, ficamos 3 dias.
Entrei na piscina do hotel para brincar com duas crianças que estavam na agua e sem motivação para brincar. Cheguei, fiz amizade imediatamente e brincamos e nos divertimos muito dentro da água. A inocência das crianças me encanta. Em poucos minutos já estávamos amigos.
A mãe deles veio até a borda da piscina chamá-los para trabalhar. Perguntei no que eles trabalhavam e o menino me disse que eles vendem panelas. Eles estão em várias pessoas da família no hotel, com caminhonetes novas de luxo. São ciganos.
Mais tarde uma cigana atacou a Ade enquanto eu brincava com a filhinha dela. Tentou vender um jogo de 7 panelas de titâneo, que valiam 700 reais, por 4 parcelas de 75 reais. Começou falando, foi buscar as panelas, tentou riscar uma com uma moeda para mostrar qualidade, insistiu, baixou o preço para 200 à vista e contou várias estórias. A Ade falando a mesma coisa a ela, desde quando ela ofereceu pela primeira vez “eu não quero, obrigada”. Quando ela percebeu que não iria vender, foi embora sem se despedir e com cara de emburrada. Ainda com tudo, as panelas eram feias.
Mudou um pouco dos ciganos que conheci quando criança, que ficavam em enormes barracas. Agora ficam em hotel de luxo. Mas continuam vendendo panelas.
Saímos caminhar pela cidade conhecer um castelo que está sendo construído por um excêntrico empresário, que não trabalha e supervisiona a obra o tempo todo. Muita gente trabalhando na obra, fomos entrando e tentamos falar com o dono e ele se escondeu e falou para o pedreiro dizer que nós não poderíamos entrar.
O pedreiro disse que ele trás de fora do país as várias esculturas de pedras e de bronze e não se incomoda de gastar dinheiro. As vezes uma parte está pronta e ele manda demolir e fazer de novo.
Gasta muito dinheiro na obra que não é muito bonita. Esta agora fazendo outra torre em um terreno apertado, a obra é grande e não dá para ver direito. Deveria ser em um terreno maior.
As pessoas na rua com quem conversamos, perguntando o endereço, falam do castelo com desdém.
Ainda bem que os pedreiros, marceneiros, eletricistas, encanadores e pintores, tem onde trabalhar e recebem o salário em dia. Um deles nos disse que a nova torre deverá ficar pronta em oito anos. Achei a idéia ruim para ser uma residência, no meio de tantas casas normais.
Conversando com um empresário, também hospedado no hotel com a família, disse que tem dificuldade de achar empregados comprometidos. O sertanejo esta se tornando dependente em sua grande maioria. Por aqui existem muitos benefícios dados pelo Estado e a cultura se formou do jeito preconizado, lembrando novamente a letra de uma música nordestina: “nunca dê uma esmola para um homem que é são, ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão”.
Tem um dito popular que diz: “não dê o peixe, ensine a pescar”. Por aqui estão dando o peixe. Falta ensinar a pescar e, principalmente e antes de tudo, ensinar a gostar de peixe. Na conquista de uma vida com qualidade é preciso experimentar e gostar do que é bom. Ensinar a gostar do peixe vai levar as pessoas a ter orgulho de suas heranças, a identificar e criar oportunidades de melhorias, a ter ambições pessoais. Este seria um bom caminho a ser seguido e não a formação de carentes e viciados na gratuidade.
Veja como o importante conspira a favor. No dia que estava escrevendo este fato, encontrei esta frase no faceboock.
Várias das caminhonetes iguais que estão no estacionamento do hotel, são de agronômos de uma empresa que presta serviços de agropecuária na região e vendem produtos. Ouvi um deles no café da manhã, feliz, dizendo que fechou um negócio de 300 caminhões pipa por dia. Os caminhões pipa estão por toda parte. É um comércio poderoso na região, que certamente inibe uma solução definitiva da seca e ajuda produzir um povo carente.
De nada adianta profissionais que cuidam da terra, se não existir água. Bem que poderiam vender as caminhonetes e dar água aos animais que estão morrendo de sede. A firma é rica, as caminhonetes são todas novas e de luxo.
O problema da seca no sertão é cruel. Os animais são os que mais sofrem, por falta pasto e de água nos rios, lagos, bebedouros e torneiras. A preferencia do abastecimento de água é para os humanos e os animais servem para estampar o “sério problema”. Vimos dezenas de bois mortos. Urubu por aqui é gordo. Tem fartura de carniça.
Os animais que ainda estão em pé, esperam pacientemente a morte chegar. É triste ver um fim que poderia ser diferente.
Em contradição a tamanha judiação, por aqui tem investimentos para o caminho da fé que leva a um lugar, na encosta de uma montanha, onde apareceu a Nossa Senhora das Graças para duas meninas.
Aconteceu na década de 30, quando o bando de Lampião aterrorizava a região. As duas meninas, irmãs, que colhiam mamonas, se assustaram com alguma coisa e saírem correndo pensando ser o temido bando. Na fuga desesperada, encontraram uma mulher coberta por um manto branco e azul que lhes disse: “eu sou a graça”.
O pai das duas meninas, junto com um padre alemão, se organizaram para confirmar o fato junto ao Vaticano. Construíram o santuário com 360 degraus e algumas rampas íngremes, montanha acima. A bela visão e o exercício físico da subida e descida, compensam a escalada, além é claro da paz que o local inspira, lá em cima, ao lado da imagem da santa.
A visão lá de cima nos faz refletir e perceber o quanto somos pequenos diante da imensidão que a vista alcança.
Dizem que já ocorreram vários milagres e, aqui em Pesqueira no sertão de Pernambuco, é um dos cinco lugares no mundo que a santa apareceu.
No caminho para o santuário, com bela paisagem marrom, notei várias cruzes de defuntos na beira da estrada. Na volta contei 15 cruzes, num percurso de 18km. Muitas delas estão em retas, numa estrada de pouco movimento, sem curvas perigosas ou riscos de acidentes.
Em todas as estradas do Brasil existem cruzes próximo ao acostamento, normalmente em curvas fechadas e pontes estreitas. Na reta, não me lembro de ter visto tantas.
Sempre pensei que uma cruz na beira da estrada significava que ali ocorreu um acidente onde teve morte. Agora tenho dúvidas. Será que estas estão por lá , no caminho da fé, somente para causar comoção?.
Conheci um sertanejo típico que me ensinou a bater nas crianças, filhos ou netos. Ele disse: “quando o celular estragar não jogue fora o fio do carregador. Dobra ele no meio e quando a criança desobedecer, senta no lombo dela”. O matuto me disse ainda que: “Quando tá tudo certinho a conversa resolve. Quando sai do prumo o fio de carregador de celular é a solução”. Para provar que o respeito se conquista na força, deu algumas ordens aos filhos que brincavam na piscina, que obedeceram prontamente.
São os produtos da inovação com mais uma utilidade: bater em criança, que coisa horrível.
Contei a ele uma piada. “Recém casados estavam indo para a lua de mel em uma carroça quando o burro empacou. O noivo todo calmo disse ao animal, primeiro aviso. O animal continuou. Logo em seguida empacou novamente e ele disse, segundo aviso. O animal continuou a puxar a carroça e logo à frente empacou pela terceira vez. O noivo, irritado, desceu da carroça com um porrete e bateu forte na cabeça do burro. A noiva, gritando apavorada, começou chorar e chamá-lo de mostro, perguntando por que tanta maldade. Ele então olhou para ela e disse, primeiro aviso”.
Não contei a piada com a intenção que ele caísse na gargalhada, até por que ela não é muito engraçada e eu não sei contar, e sim, pela mensagem subliminar. Eu queria fazê-lo entender que por mais desobediência que uma criança faça, ela merece pelo menos e, no mínimo, três opções de se adequar. É possível negociar para educar, sem apelar.
No café da manhã, escolhi comer guisado de bode, macaxeira, cuscuz, pão e suco de cajú. A Ade é muito disciplinada para comer, ficou nas frutas, suco, uma pequena fatia de pão e um cafezinho, como sempre, apesar das opções.
Terminamos mais um mês. Foram 122 dias de viagem e os detalhes e investimento ficaram assim distribuído:
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AGOSTO
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SETEMBRO
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OUTUBRO
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NOVEMBRO
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TOTAL
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TRANSPORTE
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7%
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6%
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6%
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4%
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6%
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EXTRA
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9%
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13%
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19%
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25%
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17%
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ALIMENTAÇÃO
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31%
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30%
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25%
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21%
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27%
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PERNOITE
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53%
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51%
|
51%
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50%
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51%
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Km PERCORRIDOS A PÉ
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183
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162
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225
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148
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718
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HORAS DE PILOTAGEM
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45
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30
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37
|
51
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163
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Km PERCORRIDOS DE MOTO
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2.749
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1.025
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1.725
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1.259
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6.758
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- TRANSPORTE (gasolina, pedágio, balsa)
- EXTRA (correio, presente, farmácia, gorjeta, taxi, loteria, escuna, barco, jipe, ingresso)
- ALIMENTAÇÃO (restaurante, lanchonete, bebida, mercado)
- PERNOITE (hotel, pousada, resort, taxa de turismo, aluguel)
- km PERCORRIDOS A PÉ (exercícios na rua, trilhas, montanha, pedras, beira mar)
- HORAS DE PILOTAGEM (quantidade de horas aproximadas pilotando a motocicleta)
- Km PERCORRIDOS DE MOTO (viagens entre Trechos e passeios na região)
Para pagar todo o investimento, estamos usando o cartão de crédito. Para expor nosso sentimento da viagem, apresento este sorriso.
Saímos de Pesqueira para conhecer e pernoitar em Caruaru. Chegando lá, procurando hotéis, conhecemos o centro e a maior feira livre da América Latina, como dizem por aqui, tudo que é grande é o maior da América Latina.
Na feira, famosa em todo Brasil, o compra, vende e troca é a atração principal. São negociados uma quantidade incrível de produtos de baixa e média qualidade, feitos na região e importados de São Paulo, Paraguai e da China. Tem centenas de lojinhas, parecendo uma favela pela desordem.
Dá para se perder no enorme espaço para a feira, no centro da cidade e pelas ruas adjacentes.
Não gostamos muito e fomos dormir em outra cidade, numa pousada recomendada em Nova Jerusalem, onde toda Semana Santa acontece a encenação da Morte e Ressurreição de Cristo, num espetáculo que atrai multidão. No restante do ano serve para visitação e peregrinações. É o maior teatro a céu aberto da América Latina, como dizem por aqui.
A pousada é do mesmo dono do teatro e fica dentro das muralhas. Chegamos e o portal enorme de ferro estava trancado com um enorme cadeado, numa grossa corrente. Chamamos e ninguém atendia. Insistimos e apareceu um homem e já foi dizendo que a pousada estava lotada. Insistimos mais ainda e descobrimos que na verdade não tinha ninguém hospedado.
Apareceu uma moça, coordenadora da pousada como intitulou-se, e disse que não daria de forma alguma a nossa hospedagem por que todos os empregados estariam de folga e só voltariam na terça-feira. Não foi simpática, cara feia, grossa nas palavras e indicou uma outra pousada no município vizinho.
Fomos procurar a outra pousada, perguntamos a localização para várias pessoas e as informações foram as mais despreparadas que já vimos. “Não sei se por ignorância ou maldade das pior”, como diz a música do rei do baião, as informações eram todas pela metade, mandavam a gente para lugar que não era, algumas com dizeres sem a menor lógica, como “´lá na frente, o senhor vai depois vira e já chega”. Falam baixo, poucas palavras e ficam parados, olhando, como se fossem hipnotizados ou, quando tem várias pessoas, um começa a responder e logo os outros também começam a falar e a gente não entende nada.
Conseguimos encontrar, mesmo com as informações desencontradas e lá descobrimos que estava fechada.
A antipática da primeira pousada certamente sabia disto e mentiu, talvez para se livrar da gente. Nada muito contra as pessoas que exploram a fé. Aqueles que trabalham nesta área deveriam ser fraternos, ajudar pessoas e não atrapalhar como eles conseguiram. Eu e Ade ficamos bravos com a “ignorância ou maldade das pior” nas pessoas com quem nos relacionamos naquela região, que eles consideram sagrada.
Ficamos sem conhecer o teatro, sem opção de pouso e a claridade do dia estava se acabando. Fomos embora adentrando a noite, até a próxima cidade. Também não tinha vaga no hotel da próxima cidade por culpa de uma outra feira de baboseiras, também enorme, bem em frente do hotel.
Sem outra melhor opção, com um ótimo asfalto e uma ótima iluminação da moto com o uso dos faróis auxiliares, fomos até Campina Grande.
Saímos de Pernambuco, magoados com a antipática que nos enganou e entramos em território paraibano.
Paramos para comer, descansar e aguardar um pouco. Normalmente, por volta das 20 horas em diante, o trânsito diminui nas rodovias.
Chegamos bem em Campina Grande e adorei a viagem a noite, apesar de não recomendada para motocicletas. Foi uma exceção. Existem riscos de animais na pista e até de assaltos.
Numa estrada secundária, a 60 km/h, duas motos se aproximaram. Diminui ainda mais para que ultrapassassem, esperei alguns instantes observando-os pelos retrovisores, como não passaram, imediatamente aumentei a velocidade e me distanciei deles. Na dúvida, resolvi fugir. Nesta hora, um motor potente e uma boa iluminação, fazem a diferença. Apesar do indício de perigo, prefiro acreditar que se aproximaram com sua motos pequenas, somente para ver uma moto grande passar pelas estradas deles. Não eram bandidos e sim curiosos.