Peniche fica na região central de Portugal, a cidade mais ocidental da Europa, com belas praias, onde surfistas se deliciam em ondas radicais e de onde saem os ingredientes para a mais famosa e tradicional refeição da cidade, a caldeirada, num trabalho incansável de pescadores de gerações.
Peniche já foi uma ilha. Assoreada, uniu-se ao continente com o passar dos tempos. O local e o povoado já foi palco de históricas batalhas e frequentes assaltos de piratas, que tentavam conquistar os pontos estratégicos.
Chegamos em Peniche e fomos para o porto comprar os bilhetes e embarcar para a Ilha.
Embarcados, admiramos a longa muralha e os paredões de pedras, como a proteger a cidade.
Mesmo com a proteção natural dos paredões e as muralhas construídas para devesa, não foi capaz de segurar a fúria das tropas napoleônicas, em 1807. Também já foi ocupada por ingleses, depois quase foi devastada por grande incêndio, foi também transformada em prisão que ficou famosa por registrar célebres fugas de foras da lei e de políticos (isto seria uma redundância?).
Embarcados, com vento frio e um mar revolto, navegamos por 40 minutos até desembarcarmos na Ilha Grande de Berlenga, com 78 hectares, com 1,5 km de comprimento, 800 metros de largura e altura máxima de 85 metros.
Berlenga possui um bom porto para embarcações turísticas, onde também fica um restaurante (que quase nunca está aberto) e algumas casas de pescadores.
A Ilha é toda preservada, com apenas alguns caminhos que o visitante tem que respeitar, não pode sair das trilhas.
A Ilha abriga um farol, que ainda hoje orienta embarcações, com 29 metros de altura, concluído em 1841.
O Forte de São Baptista foi erguido com pedras de um antigo mosteiro que existia na Ilha.
Sua utilidade histórica, ocorreu em 1666, quando uma esquadra espanhola tentou ocupar a Ilha para arquitetar o sequestro de Maria Francisca, noiva de Afonso VI. A batalha sangrenta durou dois dias e deixou 500 mortos entre os invasores e apenas 1 dos defensores do forte. Apesar de pequeno, foi eficaz. Hoje, abandonado, está a espera de recursos para restauração e fechado para visitas.
O pequeno Forte foi cenário de muitas batalhas e hoje é cenário de muitos clics das máquinas fotográficas.
A Ilha abriga uma única praia, a do Carreiro do Mosteiro, com apenas 40 metros de comprimento, águas transparente e muito gelada nesta época do ano.
A praia foi palco de nosso pic-nic, sentados nas areias douradas, cercado por paredões de granito rosa, fizemos nosso lanche, torcendo para não ser atingidos pelo bombardeio constante das fezes das Gaivotas que habitam a Ilha.
A Ilha é a ponta de uma enorme pedra que emerge ao oceano, toda com granito rosa da mais pura qualidade e de alto valor comercial.
A reserva natural da Berlenga pertence aos pássaros. Milhares de gaivotas vivem na ilha, fazem um enorme barulho e carimbam todos os espaços e quase todas as pessoas com suas bombas fecais.
Victor não se agradou com o barulho e com os constantes bombardeios e logo se imaginou com sua tralha de caça para amenizar um pouco a super população.
As pedras cor de rosa formam várias grutas, pequenos canyons e, com um pouco de imaginação, é possível até identificar figuras, dependo do ângulo que se vê. A mais famosa e a do elefante.
Esperamos o barco atracar, aproveitamos para mais algumas poses, antes da despedida de mais um paraíso em Portugal.
A volta foi bem mais tranquila, o mar estava mais calmo e o barco nos deixou em segurança, mas cansados dos degraus da pequena Ilha de grande beleza.
Voltamos para casa, felizes pelo belo dia, não somente pelas belezas da natureza, mas especialmente pela agradável companhia.
Se viajar com a companhia da Ade já é super agradável, imagem minha sorte com mais este dois presentes, Victor e Isa, já inesquecíveis amigos.