Após 498 dias viajando pela Europa, chegou ao fim nossa viagem pelo Velho Continente e este é o último post da aventura.
Neste período, passamos por 23 países no oeste e centro da Europa. Viajamos mais de 56 mil km, entre avião, carro, trem e embarcações.
Em resumo, nossa aventura começou em Lisboa, onde compramos um carro, que rodou mais de 33 mil km pelas belas estradas da Europa.
Foram 1.828 litros de diesel e nossa carrinha, um Ford Fusion 2004, fez quase 18 km/l, passou por revisão a cada 5 mil km, uma troca de pneus, algumas trocas de lâmpadas, revisão de freios e nenhum defeito mecânico.
Caminhamos mais de 1.700 km a pé, registrado em um aplicativo no celular e nas estimativas diárias. Fazíamos questão de caminhar quase todos os dias, passeando a pé pelas cidades, montanhas, trilhas e parques. Não havia preguiça. A ideia era conhecer e exercitar.
Para as caminhadas saíamos sempre bem equipados com calçados e roupas adequados, incluindo uma mochila com água, frutas, castanhas, bolachas, canivete, lanterna, passaportes, cartão de endereço e a inseparável máquina fotográfica.
Completando as caminhadas, vivemos como peregrinos, de mochila nas costas, caminhando da Cidade do Porto até Santiago de Compostela, no caminho português demarcado pelos romanos. Foram 260 km, com direito a certificado de conclusão.
Brincamos na neve, conhecemos castelos, mosteiros, igrejas, museus, mansões, praias, montanhas, monumentos, praças, cavernas, rios, mares, lagos, cachoeiras, estádios, ruínas, artistas, pinturas, escritas, muita obra de artes e muitas pessoas.
Provamos um pouco da culinária de cada região. Fizemos nossa própria comida, levamos nosso lanche nos passeios, comemos em barraquinhas, em restaurantes tradicionais, em festas de rua, na casa de amigos e recebemos também amigos para comer em casa.
Vivenciamos a história onde ela aconteceu, com suas verdades, lendas e interpretações diferenciadas ao longo do tempo. Conhecemos um pouco mais da vida de santos, reis, imperadores, monges, navegadores, artistas, filósofos, políticos e tantos outros das histórias regionais.
Conhecemos pessoas inesquecíveis, muitos que jamais reencontraremos, mas que marcaram nossas vidas e ficarão para sempre nas nossas lembranças e fotos.
A cada 300 / 500 km, fixávamos morada. Alugamos mais de 50 lugares diferentes, ficando entre 7 e 10 dias em cada base, explorando a região num raio de até 200 km. As reservas sempre foram feitas pela internet, todas sem problemas.
Nos hospedamos em apartamento alugado, hotel, aparthotel, resorts, spa, camping, albergue, hostel e chalé. Nossa preferência eram moradas com cozinha e internet. A localização não era muito importante, afinal, estávamos com nossa carrinha. O conforto foi sempre uma exigência.
A informática foi nossa aliada e facilitou em muito nossa aventura. Usamos GPS, tablet, smartphone, PC, máquina fotográfica, internet, telefonia, cartão de crédito e débito, que muito contribuíram para nossa segurança, conforto e controle de informações. Em especial, para amenizar a saudade dos que ficaram e também para informar aos parentes sobre nossos destinos.
A informática foi bastante útil para contar nossa trajetória. Com a criação deste blog, contamos nosso dia-a-dia, com a intenção de levar os interessados a viajar com a gente e incentivar pessoas que querem fazer algo parecido mas tem dificuldades para sair da zona de conforto.
Pelo blog e pelo facebook recebemos um belo retorno do blog e muitas dicas de viagem. Os comentários impulsionaram ainda mais o trabalho de escrever e ilustrar.
Nossos destinos, tempos e investimentos ficaram bem próximo do Planejamento Inicial, montado em uma planilha no Excel, detalhado no primeiro post deste blog.
As despesas na vida de nômades em viagem não se deve considerar somente o que está gastando. É preciso contabilizar também o que está deixando de gastar ficando no “lar doce lar”, muitas despesas são iguais.
Resumidamente, nosso investimento ficou assim dividido:
31% COM PERNOITES
24% COM TRANSPORTE
22% COM ALIMENTAÇÃO
O restante foi investido em ingressos, presentes, telefones, internet, documentos, gorjetas, saúde…
De forma geral, o investimento é a grande preocupação de quem gosta de viajar passeando. Sem dúvidas, é preciso ter uma reserva suficiente. Alguns sites informam que o mínimo para se viver na Europa seria de 40 Euros por pessoa/dia, vivendo com o mínimo necessário. Eu recomendo uma reserva mínima de 100 euros por pessoa/dia, para dormir, comer e passear, variando um padrão entre três e cinco estrelas.
Importante salientar que estes valores são para viagens de longa duração, quando em um dia o investimento é alto e no outro é baixo. Na média, os 100 Euros/dia por pessoa é suficiente para manter a segurança, o conforto e até um certo luxo.
Ainda com relação ao dinheiro, lembro que os cartões de crédito são aceitos na grande maioria dos estabelecimentos e os caixas eletrônicos ficam espalhados pela ruas e em todos os bancos para sacar em espécies.
A outra grande preocupação é com relação à comunicação. Como aprender tantos idiomas, praticados nos diferentes países.
Um pouco de espanhol, um pouco de inglês e o Google Tradutor ajudam muito e, somando à linguagem universal dos gestos e a boa vontade das pessoas em ajudar, eu diria que o idioma também não deve ser um impeditivo para quem deseja viajar.
Conforme planejado, após uma volta pela Europa, queríamos fixar residência por um tempo maior, para viver um pouco mais o dia-a-dia dos europeus. Não foi difícil a escolha. Eu a Ade decidimos morar um tempo maior em Portugal. Alugamos um apartamento em Lisboa e lá moramos por seis meses.
Lisboa nos encantou já em nossa chegada no Continente Europeu, mas não foi só isto que pesou na escolha. Voltamos também para Lisboa por causa da comida, dos passeios, das pessoas, do idioma, da qualidade de vida, da segurança e da amizade.
Victor e Maria Isabel Souza Ribeiro nos acolheram como amigos em Lisboa e foram nosso esteio o tempo todo. Eles nos deram maior segurança, mais passeios e principalmente muito carinho o tempo todo. Isa e Victor, só temos a agradecer e fazer perdurar nossa amizade.
Isa, você é um presente para os humanos.
Chegamos na Europa recepcionados pela Isa e partimos com Isa nos levando ao aeroporto.
Depois que chegamos em Curitiba, recebemos alguns convites para jantar e os interessados em saber um pouco mais da viagem perguntaram e perguntam muito e nós gostamos muito de responder sobre a viagem. A pergunta mais complexa para responder é “o que vocês mais gostaram?”. Creiam, é muito difícil eleger um principal.
Nosso destaque, resumindo tudo de bonito, alegre e gostoso que vimos e sentimos, foi o respeito que o povo europeu tem para com seu semelhante, não somente nos relacionamentos, mas também nos negócios e na infraestrutura que construíram para viver com melhor qualidade de vida. Vamos voltar…
Fica nossos agradecimentos a todos que nos acompanharam nesta aventura e, já informo que estamos apurando um pouco mais o planejamento de nossa próxima viagem de nômades pelo mundo.
E, para finalizar este blog, tenho que agradecer e enaltecer minha querida, amada, amante, companheira, amiga, parceira, cúmplice, musa, modelo e esposa Adenilde. Sem sua disposição, sua alegria, sua boa vontade e seus carinhos, esta viagem não seria tão maravilhosa como foi.
Até a próxima Rocco Aventura.
Incrivel!!!!!! Não consigo parar de ler..