Antes de sair novamente para mais uma viagem de longa duração, recebemos nossos filhos Hugo e Bruna e nossos netos Sophia e João Mauricio. Viajamos com os netos e os filhos ficaram em nossa casa fixa.
Que delícia viajar com os netos à bordo. Fomos até Guaira visitar minha irmã e fazer comprinhas no Paraguai. O tempo todo ficamos felizes com a presença dos dois, são maravilhosos, comportamento exemplar. Paramos em vários lugares para comer, comprar roupas e fazer fotos, incluindo uma fazenda onde o dono fez uma réplica da Torre Eiffel.
Dois dias após a viagem com os netos, que voltaram para Curitiba, deixamos nossa casa fixa, com o privilégio de esperar a chuva passar, e seguimos atravessando os estados de São Paulo e Minas Gerais, até chegarmos em Goiás.
Paramos para dormir num posto de combustíveis onde tem um estacionamento para caminhões a um valor de 25 reais o pernoite. Após um belo jantar preparado pela Ade, dormimos uma noite tranquila, até as 4 horas da manhã quando os motoristas ligam seus caminhões e logo em seguida engatam marcha a ré com aquele “pipipi” e não tem mais como dormir.
Passamos por estradas estaduais e federais com poucos trechos de excelente qualidade, apesar de pedagiadas. O transporte no Brasil precisa urgente de ferrovias para escoar nossa produção. É preciso também livrar os caminhoneiros que se arriscam e se cansam nas estradas sem qualidade com seus caminhões que chegam a 25 metros de comprimento. Vimos um acidente com caminhão em uma ponte estreita. Se fosse mais larga o acidente provavelmente não ocorreria. São muitos prejuízos que um simples e magnífico trem poderia evitar.
Chegamos em Caldas novas paramos no camping tropical, lotado de casas rodantes, cada uma com um casal que vive a viajar. Alguns ficam meses por aqui. O camping tem um belo complexo de piscinas e toboáguas servidos com águas quentes extraídas do subsolo.
A região forma uma das maiores estâncias hidrotermais do mundo. São mais de 80 pontos de extração que bombeiam mais de 15 mil metros cúbicos de águas com temperaturas entre 34ºC e 58ºC. Essas águas vêm de chuvas, que se infiltram no Parque Estadual da Serra de Caldas e ultrapassam mil metros de profundidade.
Não consegui descobrir quantas piscinas existem na cidade, mas são muitas. A cidade abriga 8 grandes parques hidrotermal, além de piscinas particulares em residências, hotéis e condomínios.
Tem piscinas de todo tamanho com diversas temperaturas. Tem as frias, mas não muito frias, tem as mornas, mais agradáveis e tem as quentes que “é couro”, como nos disse um garoto que se divertia muito em um dos parques.
O camping fica bem no centro da cidade, onde estão grande parte das lojas, feiras e muitos restaurantes. Muitos, muitos mesmo. Tem comida para todos os gostos a preços não exorbitantes.
A noite um passeio pela cidade, lotada de turistas quase todos os dias, o ano todo, tomando chopp de boa qualidade de bar em bar. Provamos uma comida típica com pequi, um fruto do cerrado.
Pequi é um nome de origem Tupi e significa “pele espinhenta”. É preciso ter muito cuidado ao comer, ou melhor, roer o fruto por conta dos espinhos que cobrem o caroço. Só os bons conseguem roer ser se ferir. Depois de retirada, sua polpa incrementa a culinária.
Além de ser um alimento saboroso, o pequi possui atividades anti-inflamatórias, antioxidante e muito benéfico ao sistema cardiovascular. Também é rico em vitaminas C, A, E e seu caroço é usado na produção de cosméticos e até biodiesel.
A dica é: ao experimentar o pequi in natura, não morda o caroço. Voce deve roer suavemente para evitar ferimentos na boca.
Caminhando pela cidade, como sempre fazemos para exercitar o corpo, fomos até uma feira livre, onde ficam expostos para venda, os diversos produtos regionais. Gostamos de passear pelas feiras livres, lá fica espelhada a cultura regional.
Na volta ouvimos o som de uma banda e entramos para ver. Era um programa de rádio ao vivo, onde o locutor não economizava elogios para a banda, dizendo inclusive ser a maior banda do mundo.
Assistimos pela janela do Casarão dos Gonzaga, o show com a maior banda do mundo, gratuitamente.
No camping conhecemos o Jefersson, um carioca que já está na estrada a mais de 40 anos. Ele tem 88 anos e sua esposa 82. Me disse que é ela a motorista, por ser mais jovem. Este é o modelo que queremos seguir.
Seguimos para Brasilia.