No caminho para Jijoca de Jericoacoara, paramos numa lanchonete ao lado de um rio e o Alan, proprietário do local, veio nos atender e disse que estava fechado, mas se agente quisesse tinha uma água gelada, um côco, um refrigerante ou uma cajuína.
Ficamos mais de uma hora ouvindo as histórias do Alan, que já morou em São Paulo e agora cuida da lanchonete, da plantação de caju e carnaúba. Rimos muito com ele e aprendemos mais sobre a cultura local.
Ade tentou entrar na piscina que ele fez nas águas correntes do rio, mas os peixinhos atacavam sua pele e faziam cócegas.
Ele nos contou com orgulho a forma que ele faz cajuína. Tomamos e ainda levamos cajuína pra casa, uma delícia.
Logo chegou mais um carro e desceu um homem que sonha em ter um motorhome. Assim que se aproximou começou a conversar. Ele mudou nossa rota, nos indicando para conhecer o alto da Serra do Ceará. Indicou para dormirmos na Igreginha do Céu, que dá apoio a motorhomes, na cidade de Viçosa do Ceará. Pronto. Estava decidido a nossa próxima parada.
O local é excelente para ficar acampado, com 40 graus no meio do dia e 20 graus a noite. A Igrejinha fica bem no alto de uma montanha, com uma visão privilegiada da Serra do Ceará e da cidade de Viçosa.
Lá encontramos mais motorhomes que também vieram para pernoitar no pátio da Igrejinha do Céu. Conversando com um dos casais, descobri mais um exemplo de como “fazer do limão, uma limonada”. O Casal, com menos de 50 anos, eram donos de empresa e após várias decepções e prejuízo, resolveram vender o que restou e sair para morar na estrada. Hoje, depois de mais de um ano na viajando, percebi o casal despreocupado e feliz, contando suas decepções comerciais. Conclusão: viajar realmente nos faz mais feliz.
A noite acompanhados dos novos amigos, fomos para o pátio da Igrejinha para ver a cidade e sentir a brisa fria que a serra produz.
Ainda fomos agraciados por uma banda que ensaiava um clip musical de uma canção do forró pé de serra.
Dia seguinte encaramos a descida da escadaria da igrejinha e fomos conhecer a pedra do Geraldo, uma ponta de rocha que adentra o precipício. Passeamos pela cidade, fomos no mercado municipal e almoçamos num restaurante que nós serviu galinha caipira e bode ao molho.
Depois do bode no bucho, como dizem por aqui, encaramos o mais difícil que foi subir os 336 degraus até chegarmos novamente em casa, no ato da Igrejinha do Céu, sem clima de serra, fazia 40 graus no meio da tarde. Conseguimos.
Resolvemos dormir mais uma noite, por que não é todo dia que temos a oportunidade e o privilégio de dormir na Igrejinha do Céu, em clima de serra, em pleno Interior do Ceará.
Na manhã seguinte nos despedimos dos novos amigos e seguir para Jijoca de Jericoacoara, onde já era para estarmos a três dias atrás.