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29. Vivendo um pouco mais em Toronto, novos encantos


 

 

Voltamos a viver um pouco mais em Toronto bem junto da nossa filha da Paula, do nosso genro Igor e do Dimas, o cachorro deles que parece gente. Também ficamos amigos dos amigos deles, conhecendo um tanto mais dos brasileiros que escolheram Toronto para chamar de lar.

São muitos imigrantes que vivem na cidade, não só brasileiros, mas indianos, coreanos, africanos, chineses, argentinos, colombianos, ucranianos, japoneses, poloneses, italianos, portugueses e tantos outros, numa grande experiencia multicultural e harmônica que deu certo.

 

 

 

 

A educação coletiva é o grande destaque nessa miscegenação de raças e o trânsito é uma das principais escolas. Além da polícia e fiscais que agem com rigor, os próprios usuários fazem cobrança de comportamento e buzinam insistentemente se houver um deslize na lei ou te fitam se você cometer uma irregularidade nas vias, faixas de pedestres, sinaleiros e estacionamentos.

Não só em Toronto, mas na América do Norte por onde andamos, o trânsito é um exemplo a ser seguido no convívio coletivo. No meu entender, em muitos casos, as pessoas tem mais medo das consequências severas do desrespeito às leis do que propriamente do respeito pelo semelhante.

 

 

 

 

Outro dia o policia chegou por traz do meu carro, acendeu as luzes e disparou a sirene e eu, logicamente com medo, parei imediatamente. Houve uma grande espera até que uma simpática policial veio até minha janela e pediu os documentos meu e do carro, sem explicar o motivo da abordagem. Ela voltou para a viatura e lá se foi outra grande espera. Ela voltou, me entregou os documentos, disse que não iria emitir uma multa desta vez mas que meus dados foram anotados para se somar a uma outra abordagem, caso eu cometesse outra falha. Perguntei a ela qual a falha que eu cometi e ela explicou que eu não parei o carro completamente diante da placa STOP. Sem perceber e pelos costumes brasileiros, eu não parei o veículo completamente, estava na velocidade da via e diminui quase tudo antes de transpor o cruzamento. Pela lei isso não basta, tem que parar o veículo completamente.

Tem uma lógica nesta cobrança. Em todos os cruzamentos onde não tem sinaleiros ou placas de preferencial, onde tem placa de STOP o veículo que parou na esquina primeiro, tem a preferencia. Todos obedecem a ordem de parada e o fluxo flui de forma segura.

Claro que devemos considerar o bom comportamento na cultura de respeito por aqui, por conta da punição rápida e severa. Errou, pagou.

 

 

A praia dos torontinos é de rio, areia grossa, água gelada, transparente e muito frequentada nos finais de semana, de verão é claro.

Todos ficam felizes por ver o sol novamente depois do longos invernos. Biquínis são poucos. Quase todos de roupa e quase ninguém na água, mas a alegria é estampada nos rostos e nos movimentos dos banhistas. Banhistas não, passeadores de praia.

 

 

No centro da cidade aconteceu um festival de música latina com apresentações de vários países. Muito contagiante ver os latinos matando saudades das origens.

Interessante. Os latinos que aqui vivem aparentam uma felicidade diferente, cheios de aproveitar ao máximo o tempo para estar presentes nos lugares turísticos ou onde tem shows e principalmente provar os sabores, que são muitos. Me pareceu que todos adoram passear, que bom.

 

 

 

Caminhando pelas ruas principais percebi que quase 60% do comércio é de comida. Tem para todos os gostos, especialmente lanches. Lanchonetes tradicionais como McDonalds, Subway, Starbucks estão por todo canto mas, o Tim Hortons é a mais frequentada. Servem lanches rápidos e cafés ao preço menor que os concorrentes e são muito bons.

O fast food foi idealizado pelo jogador de hóquei Tim Hortons para atender a população na cidade de Hamilton. Em 1.967, Tim aceitou Ron Joyce como acionista e o negócio disparou, ultrapassando em números as principais redes de fast food no Canadá. Em 2.014 a rede foi comprada pelo bilionário e negociante brasileiro Jorge Lemann, que mais tarde vendeu tudo para o concorrente Burger King pela bagatela de 11,4 bilhões de dólares.

 

 

Tem também uma lanchonetes que vende lanches de frango em vários pontos da cidade e tem uma vaca como mascote. Nos cartazes e na fachada, aparece a vaca pedindo para os clientes comer mais frango. Acho que a vaca esta tentando influenciar o gosto das pessoas e ao mesmo tempo praticar a lei da sobrevivência. Para a vaca é melhor que comam frangos.

Aos sábados, andando pelas vilas, é comum encontrar o que eles chamam por aqui de bazar, montados na frente das casas. O dono da casa e as vezes os vizinhos se unem e colocam à venda alguns pertences que já não servem mais para eles. São objetos de boa qualidade e os preços são irrisórios. Ade comprou dois castiçais de prata que estavam muito sujos. Quando ela limpou, se transformou numa bela peça de decoração.

 

 

Um grande susto. O alarme do prédio soou e ninguém sabia se era um teste do sistema ou um incêndio de verdade. Como Paula não recebeu aviso pelo celular de que haveria o teste naquele dia, decidimos descer o mais rápido possíl pelas escadas. Logo que saímos para a rua chegaram os bombeiros, vistoriaram tudo e liberaram para gente voltar. Alarme falso, mas é sempre bom estar preparado para deixar as edificações por aqui. Grande parte do material de construção é de madeira e quando acontece um incêndio, se alastra rapidamente.

Importante lembrar que quem mora em prédios tem que manter uma bolsa com documentos e pertences pessoais indispensáveis para o caso de um possível incêndio, que pode ser de grandes proporções. Antes de descer rapidamente pegamos a carteira com dinheiro e cartões, telefones e computador. A Paula e o Igor também tem um plano para emergências, mantendo uma mala exclusiva para acondicionar o necessário rapidamente.

 

 

Vivemos em Toronto por dias seguidos e a cada dia um novo passeio, uns dias de carro e outros a pé. Fomos nos shoppings, procuramos comidas diferentes para provar e caminhamos muito. Em média caminhamos de 8 a 16 km por dia e sempre há uma rua, ou bairro, ou loja, ou atração diferente para gente ir.

 

 

 

No centro da cidade, voltamos para subir na torre simbolo da cidade, com 553 metros de altura. Lá de cima tudo fica pequeno e se pode ver a cidade de vários ângulos, analisando os detalhes da sua geografia e urbanização.

 

 

 

 

 

 

Paulinha e uma amiga comemoram aniversário no mesmo dia e resolveram juntar os convidados para uma festa no parque, às margens de um dos lagos que circundam a cidade. Os amigos convidados das duas, quase todos brasileiros que moram em Toronto, também se tornaram nossos amigos. Foi uma tarde super agradável sob o comando do Igor na churrasqueira, que por sinal, mandou muito bem, apesar da churrasqueira pequena.

 

 

 

 

 

Existem mais de 1.500 parques em Toronto, todos bem cuidados. Dentro e fora da cidade eles são refúgios para quem quer descansar, contemplar a natureza, praticar exercícios ou simplesmente passear.

 

 

 

 

 

Quando chegamos em Toronto, no inicio de abril de 2024, fizemos uma foto no parque perto da casa da Paula e do Igor e a vegetação ainda estava com aquele jeito de inverno, toda seca. Em julho fizemos nova foto no mesmo banco e a vegetação já havia mudado completamente. Seco ou verde o parque é sempre muito belo e propício para caminhadas.

 

 

 

Fomos no Museu das ilusões, legal de ver, apesar de que já fomos em outros e é tudo muito parecido, mas sempre engraçado ou interessante observar desenhos, peças, pinturas, espelhos e outros materiais que nos provocam a refletir ou rir. O ingresso poderia ser mais barato para que mais gente pudesse ter acesso.

Ali Ade ficou maior que eu, quase caiu num buraco e me pegou pelo boné e eu fiz estripulias dentro do metrô.

 

 

 

 

 

Voltamos no mercado municipal para provar novos sabores e lá encontramos chips de quiabo. Bom sabor e muito crocante. Depois eu comi um peixe e Ade tomou uma sopa de mariscos frescos.

Provamos também o mel de Maple, ou xarope de Maple, extraído da árvore símbolo do Canadá. Existem muitas árvores com aquela folha mas só uma da o mel. As folhas estão presente na bandeira do País, reproduzidas em muitos lugares e objetos.

 

 

 

 

Quando sobrava um tempo ou para descansar, ficamos várias vezes sentados na praça, esperando tempo passar, retomando o fôlego ou simplesmente assistindo o povo passar.

Nesta foto vale um destaque que observei por várias vezes pela cidade. Eu diria que a maioria dos carrinhos de bebes são conduzidos pelos homens. Não sei o motivo.

 

 

Voltamos para conhecer uma enorme igreja por dentro, bem no centro da cidade. As vezes que passamos por ela estava fechada e sua arquitetura imponente é muito bom de ver. Ainda tem o sino que toca a cada hora. Neste dia chegamos no horário e entramos. Logo depois da porta de entrada três guardas armados organizavam a entrada vistoriando bolsas e sacolas e direcionando para potentes detetores de metal. Quando ví tudo aquilo perguntei se ali não era uma igreja e, para minha surpresa ele disse que não, que ali era a Corte. Caramba! Parecia uma igreja por fora. Fui pesquisar e descobri que ali nunca foi uma igreja. O belo edifício no estilo neoromântico, foi construído nos anos de 1.800 para ser a sede da prefeitura. Depois tornou-se a sede das cortes municipais. Mas eu ainda acho que era uma igreja. O arquiteto foi enganado ou enganou todo mundo. O prédio tem estilo de uma catedral imponente, com torre, com relógio, com gárgulas, com vitrais coloridos e o que mais me confundiu foi o sino que toca a cada hora. Mas o guarda me garantiu que não é uma igreja. É a corte de Toronto.

 

 

Num dos finais de semana, foi dia de comemorar os 157 anos da independência do Canadá. O “Canadá Day”, o dia mais importante e mais comemorado no País inteiro.

A comemoração vem desde 1.867, quando foi promulgado o Ato Constitucional de Independência dos dominadores europeus. Foi à época que o Império Britânico permitiu que o País tivesse duas culturas bem distintas de arquiinimigos, dividindo o País entre França e Inglaterra. Até hoje, o Canadá é influenciado pelo Império Britânico. Se o Rei da Inglaterra vier para ao Canadá, ele toma o lugar do comandante geral.

No feriado nacional o comércio fecha e a tradição é fazer churrasco na praia e assistir a queima de fogos. Nós também fizemos churrasco com amigos na beira da praia e ficamos até a noite para assistir a queima de fogos, que durou 15 minutos e proporcionou um belo espetáculo a todos os presentes.

 

 

A praia estava tomada de gente, muitos fazendo churrasco e ninguém consumindo bebidas alcoólicas, pelo menos à vista. todos tem medo que a policia pegue e tudo fique mais caro. Logo após a queima dos fogos, a policia em grande número fez um arrastão na praia e no entorno, convidando todos a se retirar e ir para casa. Todos obedeceram.

 

 

A grande atração do Canada Day é a Parada Gay de Toronto, considerada uma das maiores do mundo, com mais de 500 mil participantes. O evento é transmitido ao vivo para todo País. E nós fomos ver.

A cidade fica toda decorada com a bandeira arco íris e gays chegaram de todo o mundo para se divertir e defender sua causa. É um evento muito alegre e bizarro ao mesmo tempo. São tantas pessoas circulando pelas ruas com suas roupas engraçadas, escandalosas, coloridas, homens travestidos de mulher, mulher de homem e alguns mais parecem um novo modelo de ser humano.

 

 

 

Os vários grupos de transsexuais estão representados no evento e fazem suas manifestações, reivindicando cada vez mais direitos de igualdade de gêneros e costumes. De todos os grupos, o mais bizarro, ou mais imoral, ou mais sem respeito, ou mais esquisito, ou mais sem noção de respeito ao próximo (que eu achei) foi o grupo de pelados. As mulheres com pouco mais de pudor saíram com os seios à mostra, mas os homens forçaram a barra. Muitos deles estavam pelados, sim, completamente nús, alguns com enfeites na cabeça, no pescoço e até no penis. Confesso que ri muito das cenas que vi, mas achei desnecessário a falta de respeito para que não concorda com tanta liberdade.

O lema deles estava escrito numa placa: “O homem nasceu pelado e é assim que deveria ficar para sempre”. Repare que na foto abaixo, no canto direito, tem dois senhores de idade conversando completamente nús, como se fosse normal. Será mesmo que é assim que caminha a humanidade?

 

 

O evento gay dura 30 dias e o gran finale acontece com um grande desfile onde passam os blocos representando os mais diversos seguimentos do mundo gay. São dezenas de blocos e o Brasil estava lá representado.

 

 

Haviam milhares de pessoas desfilando, travestidos ou não, em cima de carros alegóricos ou com o pé no chão. Cada um teve que pagar 52 dólares para desfilar e se encantar no seu mundo alternativo, mostrando a todo mundo o orgulho de ser gay. Eles são muito alegres, não tem consumo de bebidas alcoólicas e a festa é pacífica e muito divertida.

Você ja foi numa para gay? Se não foi vá que você vai se divertir. Confesso que fiquei com vontade de fazer mais fotos, mas fique com medo de haver confusão.

 

 

 

 

 

Outro destaque que quero fazer de Toronto é sobre a especulação imobiliária. Esta acontecendo muito nas principais regiões da cidade. Um investidor ou empresa com fartos recursos constrói um edificio com mais ou menos 300 apartamento de tamanhos diferentes e coloca todos para aluguel. Depois de pronto, o edifício é base forte para conclusão de outro, e depois de mais outro e quanto mais ficam prontos mais facilmente subsidiam os próximos.

Ocorre que estão dominando grandes áreas nobres da cidade e como são donos de quase todos, ditam o valor médio do aluguel e do condomínio. O domínio é completo. Além de não vender nenhum apartamento, ainda administram a manutenção do condomínio e alugam as garagens separadamente. Infelizmente são vários empreendimentos deste pela cidade toda. São muito rápidos para levantar um edificio de 10, 20, 30, 40 e até de 50 andares. Com toda tecnologia embarcada na construção civil, os edificios são em grande parte construído com madeira e peças pré moldadas, até parecem brincadeira de montar Lego.

 

 

Aqui no Canada, já comentei num post anterior, somente o governo é autorizado a vender bebidas alcoólicas. Tem uma empresa exclusivamente para vender e, nesta semana os empregados entram em greve. Os alcoólatras entram em desespero, ou bebem em casa ou vão para os bares que também podem vendem, mas bem mais caro.

 

 

A biblioteca pública no centro de Toronto tem uma arquitetura incrível e engloba mais de 100 outras menores espalhadas pela cidade. O Toronto Public Library é considerado um dos maiores sistemas de bibliotecas do mundo, com constantes recordes na utilização per capita. Tem mais de 12 milhões de itens no acervo, sem contar as enormes salas de utilização da internet, tudo grátis para moradores cadastrados.

 

 

 

Realmente Toronto é um destaque de bom convívio. Ninguém repara no seu comportamento, nas roupas que você veste ou na forma que você vive. Aqui é comum até andar pelas ruas de chinelo com meias. Não é atoa que a cidade atrai cada vez mais imigrante e turistas do mundo todo.

Tenho muitas história e muitas fotos de Toronto, mas se eu contar tudo este post ficaria ainda maior. Recomendo muito uma visita no Canadá, especialmente em Toronto.

 

 

 

 

 

 

 

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