Entramos no Uruguai vindo de Gualeyguachú, fizemos os procedimentos na aduana e o fiscal quiz mais conhecer e elogiar a Caca do que propriamente fiscalizar. Ele recomendou que fizéssemos o câmbio com um rapaz que ficava logo ali parado esperando turistas. Decidi fazer a troca na casa de câmbio de fronteira, depois perguntei ao rapaz indicado pelo fiscal e descobri que foi mais vantagem na casa de câmbio. Acho que o fiscal estava de parceria com o rapaz.
É sempre um estresse fazer conversão de dinheiro, mas nós sempre procuramos lembrar que quem converte não se diverte, sem rasgar dinheiro, claro. Recomendo ter um tanto de dólares e um tanto de reais guardados em lugar seguro e só andar com o cartão e o dinheiro na moeda do país.
Seguimos para Colonia Del Sacramento, antes porém ainda na estrada, uma parada para provar e comprar queijos, especialmente o de cabra, especialidade na região e uma delícia. Pagamos em real, mas ele também recebe em dólar, peso argentino, euro….
Era domingo, final da Semana do Turismo, como eles chamam a Semana Santa por aqui. Procuramos um lugar em frente ao Rio da Plata, ao lado da fortaleza de Colonia, para Ade fazer com maestria um delicioso bacalhau para comemorarmos o Domingo de Páscoa.
Passeamos pelo forte que já foi palco de lutas sangrentas entre os nativos, portugueses e espanhóis. Estas é a região negociada pelo tratado de Madri com as terras das 7 nações no Rio Grande do Sul, conforme comentei no post das Missões.
Ainda restam ruínas dos tempos quando a América do Sul era disputada e saqueada pelos europeus.
Mudamos de lugar e fomos para o outro lado da cidade, no centro histórico, para ver o sol se pôr sobre Buenos Aires do outro lado do rio.
Muitas pessoas chegam para assistir o fim da tarde com o esplendor do sol afundando no Rio da Plata.
Fui comprar uma coca-cola e entendi o motivo de tantos turistas reclamarem dos preços no Uruguai. Acredite, no Bairro Histórico, onde estão os restaurantes tradicionais, me pediram 38 reais por uma garrafa de 600ml. Já na estrada de excelente qualidade, paramos para tomar um café, abastecer e nova surpresa com os valores. Dois cafés e duas empanadas pela bagatela de 48 reais e um litro de diesel por 10,8 reais.
A excelente estrada que liga Colonia a Montevideo tem placas que dizem que a Ruta é Patrimônio da Unesco. Nunca vi uma estrada ser Patrimônio da Unesco. Perguntei a um morador e ele me disse que era somente marketing. Procurei mas não achei mais informações.
Já em Montevideo, segunda-feira com trânsito intenso e um tanto desorganizado, só passeamos com a Caca. Não encontramos lugar seguro para dormir com o Motorhome.
Conversei com um cidadão sobre os altos preços praticados no Uruguai e ele me disse orgulhoso que o País é rico, que o salário mínimo é de 520 dólares e a natureza é maravilhosa, por isso cobram mais. Tudo bem, não comentei, mas pela lógica, de nada adianta ganhar mais e pagar preços mais altos.
Seguimos para Piriápolis, linda por natureza e também não tinha camping. Dormimos na rua ao lado do cassino, por recomendação de um policial. Ele disse também que quer morar do Brasil por que aqui as pessoas vivem e se comportam conforme os bens que tem. Ele como policial, não tem muito crédito na sociedade consumista e muitas vezes é discriminado por isso.
Novamente apreciamos o afundar do sol no Rio da Plata, sempre uma emoção muito agradável. Muitos se reunem para ver e aplaudem no final.
Chegamos na cidade de Punta Del Este, a jóia do Uruguai e também lá os dois campings que existiam fecharam para sempre.
Paramos no escritório de turismo da prefeitura e a moça revoltada com a vida e indelicada nos disse que motorhome só podem circular pela cidade, não podem sequer estacionar e que a cidade não se interessa por essa classe de turistas. Absurdo o que ela disse. Saímos magoados com o desprezo deles, mas estacionamos mesmo assim, para comer e tirar fotos.
Sem lugar seguro ou autorizado para dormir no motorhome em Punta, seguimos para Lá Paloma e adivinhem, o camping de lá também fechou.
Desistimos do Uruguai. Se eles não querem receber mais turistas, vamos respeitar, por isso, Uruguai nunca mais ou, quem sabe, daqui há muitos anos poderemos voltar. O País continua belo.