Saímos do Uruguai por Chuy e entramos no Brasil por Chui, cidades unidas na fronteira. Fizemos compras no out let e seguimos para o camping, que também é uma pousada com bela infraestrutura à beira mar.
Ficamos estacionados 2 dias para descanso, lavar roupas, arrumar uma mangueira que furou, reorganizar a carga e fazer uma limpeza geral na Caca.
Fomos recebido por um rapaz que veio de Curitiba passear na região e acabou ficando para cuidar da pousada enquanto o dono viajava pela Europa. Ele veio com a esposa, trabalham on-line e viajam de Jipe.
Tudo arrumado, seguimos para a cidade de Rio Grande onde marcamos um encontro com uma amiga, que conhecemos no passeio de navio no Rio Amazonas em Manaus. Nos encontramos numa cafeteria e foi uma tarde muito agradável com troca de experiências em viagens. Neuza também é uma viajante compulsiva, adora conhecer.
Rodando na estrada ligamos para nossa neta Sophia, que completa hoje 12 primaveras. Ficamos por tempo conversando e vendo nossa princesa. Em todos encontros, ao vivo ou virtual, ela sempre nos encanta com sua meiguice e inteligência. Nossa garotinha que só nos deu alegrias e emoções desde que nasceu, agora muda para a adolescência sem perder a doçura de uma pessoa que encanta a todos.
Para viajantes, algo ruim é a saudade de abraçar quem amamos. Pior seria se não existisse a internet que nos possibilita ver e ouvir para amenizar.
Fomos até a Praia do Cassino, por falta de camping, dormimos na avenida principal junto com mais três outros motorromeiros.
Dia seguinte Ade amanheceu com dores no abdômen e ficou a preocupação. Decidimos fazer um exame de cultura para investigar se era talvez uma infecção urinária. Eram 7 horas da manhã e após alguns metros encontramos um laboratório aberto e tudo foi muito rápido. Ade coletou o material e vamos aguardar o resultado que vamos pegar pela internet. Ela tomou um remédio para dores e logo sentiu melhoras.
Encontramos um feira livre, compramos frutas e seguimos para a praia tomar o café da manhã, literalmente na praia.
Logo chegam mais dois motorhomes com um casal mineiro e outro catarinense, nossos vizinhos de pernoite. Chegaram com uma ideia e nos convidaram para a aventura. Aceitamos e seguimos pelas areias da praia até onde está um navio naufragado, há 38 km, seguindo pela areia, um pouco molhada devido à altura da maré. Após uns 10 kms a Caca e os outros dois começaram a dançar na areia fofa e ficamos preocupados.
Encontramos pescadores que nós desencorajaram a seguir viagem e nós decidimos voltar, para não correr o risco de ficarmos atolados, considerando que a Caca pesa um pouco mais de 4 toneladas.
Ficamos um tempo na praia lá no meio do nada, tirando fotos, conversando sobre viagens e depois iniciamos o caminho de volta. Segurança em primeiro lugar.
Na imensidão de areias senti vontade de fazer uma travessura que assustou Ade mas foi muito legal. Fiz um zerinho com a Caca. Acho que foi a primeira vez que um motorhome faz um zerinho. Fotografei as marcas deixadas na areia.
Seguimos para visitar uma olivicola no Rio Grande do Sul, mas chegando próximo, 70 km antes, resolvi perguntar e descobri que a estrada era sem asfalto e em péssimas condições. Abortamos a visita e seguimos para um camping às margens da Lagoa dos Patos, na Barra do Ribeiro, já próximo de Porto Alegre.
Saímos passear pela cidade e encontramos a Fábrica de Gaiteiros, um espaço destinado a produzir instrumentos musicais de fole ou sanfona, ou acordeão como é conhecida, instrumento tradicional dos gaúchos.
A fábrica tem o patrocínio de um famoso gaiteiro gaúcho, Renato Becker Borguette, mais conhecido como Borghettinho . Ele criou várias fábricas no Estado para incentivar e manter a tradição das gaitas na alegria do povo.
Na fábrica tem exposição das origens do instrumento de fole, que nasceu na China e se espalhou pelo mundo. Tem salas de aula, cursos, biblioteca e a oficina onde fabricam os instrumentos.
Tem vários modelos em exposição e peças que compõem o instrumento. Algumas peças você pode tocar e ouvir os sons do fole ou conhecer um pouco das notas musicais.
A gaita chegou no Brasil trazida pelos alemães e italianos e permanece na tradição regional e nacional nas festa gaúchas. Naturalmente o instrumento produz sons alegres e altamente dançantes. Não tem festa gaúcha sem a gaita.
Continuando pelo centro histórico da cidade, entramos na igreja São José e foi uma grande surpresa.
Já conhecemos muitas igrejas pelo mundo afora, mas jamais sentimos uma acústica como na igreja da Barra do Ribeiro. Realmente impressionante. Fiquei um bom tempo emitindo sons e curtindo a ressonância dentro da igreja. Ecoa como um sino. Fantástico.
Aqui no camping que também é uma pousada, tem uma placa de respeito à tradição dos povos do Sul, dormir um pouco após o almoço.
Quando chegamos do passeio pela cidade, assim que abrimos a Caca, como se nos desse boas vindas, recebemos um linda visita. Voou e se folgou, sentou onde quiz, nos observou e permitiu até fotografia. Entrou e saiu como se fosse o dono.
Seguimos para Porto Alegre.