Saímos de Toronto trafegando por estradas muito bem conservadas, para visitar as Cataratas do Rio Niágara, a famosa Niágara Falls, na divisa entre a Província de Ontário no Canadá e o Estado de Nova York nos Estados Unidos.
Tem duas cidades com o mesmo nome, uma de cada lado da fronteira. Desta vez visitamos somente a Niágara Falls do lado dos Estados Unidos. Na volta vamos visitar o lado canadense que, como dizem, é ainda mais belo.
No Rio Niágara estão 3 cachoeiras, uma administrada pelo Canadá e duas pelos Estados Unidos. As três formam um único conjunto de beleza natural, mas para admirá-las pelos dois lados é preciso passar por burocracias com passaportes e vistos de cada país.
Cada lado tem seu encanto. É como visitar as Cataratas do Iguaçú do lado do Brasil e do lado da Argentina, os dois lados são lindos.
Conta a história que o caminho destas águas, pelo leito do Rio Niágara, foram formados pelo derretimento das geleiras de Wiscornsin, no final da idade do gelo, há quase 12 mil anos. O caminho liga os grandes lagos que se formaram na divisa dos dois países, ao Oceano Atlântico.
As cachoeiras não são tão altas como as Cataratas do Iguaçu, mas se equiparam no volume de água. As quedas ficam em torno de 21 a 30 metros de altura e a extensão fica entre 790m e 320 m de largura.
Felizmente, por aqui o homem conseguiu aproveitar a força das águas para alavancar o progresso, sem destruir o encanto das quedas.
Infelizmente não aconteceu o mesmo com as maravilhosas 7 quedas no Brasil, na cidade de Guaíra no Rio Paraná, que foi inundada para a formação do lago que alimenta a Usina de Itaipú para geração de energia elétrica.
Pena que o Nikolas não estava no Brasil e não pode opinar no projeto de Itaipú.
Mas aqui, em 1.884, o sérvio Nikolas Tesla, que veio para os Estados Unidos com o sonho de projetar a produção de energia elétrica em corrente alternada usando a força das águas, teve sua oportunidade no Rio Niágara. Ele projetou um túnel com 3,2 km de distância e 50 metros de profundidade, para desviar as águas e alimentar as turbinas para gerar eletricidade.
Em 1.896, pela primeira vez na história da humanidade, Nikolas conseguiu transmitir energia elétrica a uma distância de 37 km, de Niágara até Buffalo. O jornal da época estampou a seguinte manchete depois do grande feito: “Jornada do próprio relâmpago de Deus para o emprego de toda a humanidade”.
Logicamente, depois deste gigantesco feito, Nikolas Tesla ganhou uma estátua gigante no Parque Nacional Niagara Falls.
Se nas cataratas do Iguaçu temos os quatis pedindo comida aos visitantes, por aqui são os esquilos que se aproximam dos turistas atrás de guloseimas. Infelizmente turistas oferecem qualquer tipo de alimento para os bichinhos e eles comem. Penso que não deveriam dar comidas processadas para os bichinho que só gostariam comer castanhas. Apesar de ser proibido alimentar os bichinhos é comum vê-los com chips na boca.
Nosso plano era voltar nas cataratas mas o dia seguinte amanheceu chovendo e, quando a chuva parou, acabamos atolados nos shoppings e supermercados, comprando curiosidades, avaliando preços e conhecendo mais um restaurante de comida rotineira.
O pátio fica lotado de carros no gigantesco espaço onde ficam várias lojas com variedades de produtos. Estes espaços normalmente ficam fora do centro e só é possível chegar de carro.
“Quem converte não se diverte”. Esta é uma frase muito utilizada por viajantes experientes. Por exemplo: um galão de água de 20 litros, que no nordeste do Brasil paguei 7 reais recentemente, por aqui custa quase 6 dólares, um pouco mais de 30 reais. No final de 2023, no Estado do Espirito Santo, no Brasil, paguei 10 reais em 5 abacaxis. Aqui custa quase 15 reais um abacaxi.
Algumas coisas chegam ser inacreditáveis ou absurdas. No semestre passado passamos pelo Ceará, terra da castanha de cajú e por lá pagamos em torno de 60 reais o quilo da castanha e, por aqui, pagamos 8 dólares, quase 50 reais. As castanhas daqui foram importadas do Brasil, são vendidas mais baratas e ainda entregue em sofisticadas embalagens.
Assim é o mundo capitalista, quem mais compra, paga menos e pode vender por menos.
Além das novidades a gente se diverte na hora das compras. Foi muito engraçado ver Ade comprando um tecido com uma vendedora que não sabe falar nada além do inglês local. Como Ade não sabe o inglês local, a solução da comunicação veio com o aplicativo Google Tradutor. Demora, é engraçado mas dá certo no final.
Dia seguinte, ainda com chuva, partimos rumo a Chicago e paramos para dormir numa pequena cidade chamada Sandusky, onde tem um parque com as montanhas russas mais rápidas e mais altas de toda América. O parque estava fechado por conta das chuvas e dos fortes ventos. Fortes mesmo, chegou a dar medo. Tudo bem, tanto Ade como eu não iriamos encarar toda adrenalina que aquelas montanhas de ferros proporcionam. Era só para ver mesmo.
No hotel que escolhemos tivemos uma surpresa nada agradável. O cheiro forte de cigarro no quarto nos obrigou a pedir para trocar e o outro quarto estava igual. Aqui pode fumar em quase todos os lugares e este é um hotel típico de cowboy.
Para amenizar o cheiro fomos ao mercado e compramos lençóis e fronhas novas e um vela com cheiro agradável. Amenizou um pouco mas mesmo assim desistimos da segunda diária. Iriamos ficar por dois dias, e fomos embora no primeiro.
Pela estrada afora, ainda com chuva pela manhã, desistimos de passar por Detroit e seguimos direto para Chicago. No meio da tarde o sol voltou a brilhar e o vento diminuiu.
Chegamos em Chicago, mais uma grande metrópoles para conhecermos.