Continuando nossa viagem pela Península Ibérica, eu, Ade, Isa e Neuza, chegamos quase na divisa entre Portugal, Espanha e Marrocos, para conhecermos a encantadora Gibraltar, onde começa o Mediterrâneo.
Já noite nos instalamos em um aparthotel dentro de um condomínio fechado, saboreamos chá com bolacha, trocamos conversas de gente feliz e, novamente descansamos, como merece todo turista.
Dia seguinte, apreciamos nossa bela vista e saímos para atravessarmos mais um fronteira.
Fomos parados, fiscalizados, carimbados e liberados para entrar novamente em território da Rainha Mãe, no Reino Unido.
Gibraltar é território britânico, guardado a sete chaves como posição histórica e estratégica dos ingleses, com ampla visão para dois continentes, na divisa do Mar Mediterrâneo com o Oceano Atlântico.
A pequena península está localizada no extremo sul da Península Ibérica.
Apesar de pertencer a Comunidade Européia, Gibraltar ainda não aderiu ao Euro e usa sua própria moeda, a Libra de Gibraltar, mas em quase todos os lugares é possível pagar com Euros, mas o troco e sempre na moeda deles.
A cidade, os castelos, o porto as fortificações e os fortes, foram cedidos pela Espanha à Inglaterra, para sempre sem qualquer exceção ou impedimentos, como parte do pagamento da Guerra da Sucessão Espanhola.
A região é habitada há mais de 30 mil anos a.C. e, de tempos em tempos, já pertenceu a vários povos e os espanhóis sempre falam em retomadas e organizam plebiscitos para incorporar o “rochedo” à Espanha novamente. A última tentativa ocorreu em 2009, sem sucesso.
A pequena cidade, que é um país com 30 mil habitantes, está quase toda edificada sobre rochas, por isso, um de seus apelidos é “The Rock”, o rochedo.
Logo após a fronteira passamos pela pista de aeronaves que cruza uma avenida movimentada, uma das atrações da cidade. Quando um avião decola ou aterriza, o semáforo fecha e cancelas trancam a rua impedindo que pessoas e veículos passem, para as manobras dos aviões.
O Estreito de Gibraltar é o canal mais movimentado do mundo, por onde passam em média 10 navios por hora.
Além do farol de sinalização, no local está um monumento financiado pela Polônia, em memória de combates e martírios do passado por conta de guerras pela conquista deste ponto estratégico.
Canhões estão instalados em vários pontos da montanha. Na primeira foto, um canhão com 100 toneladas, um dos maiores do mundo, que já foi temido pelos inimigos e hoje, já com sua boca fechada, só encanta turistas.
Tudo na cidade é muito lindo mas os destaque fica por conta da bela montanha que lembra um pouco o nosso Pão de Açúcar no Rio de Janeiro.
Atacam os turistas e roubam seus pertences. Se for de comer eles comem. Se for bolsa, chapéu, óculos ou celular, eles atiram longe. Neuza espantada, verifica o bolso do casaco que acabou de ser saqueado, por aquele malandro que pousa para fotos da Isa, ainda com as bolachas roubadas. Mas não atacam a ponto de machucar ninguém.
Entramos na gruta de São Miguel, cravada no meio da montanha gigante, uma maravilha da natureza muito melhorada pela infra-estrutura, com destaque para a iluminação artificial colorida do local.
Dos 50 quilômetros de túneis, apenas 500 metros estão abertos para visitação.
A rocha firme permitiu a construção dos túneis, que já serviram de defesa do território, de abrigo na Segunda Grande Guerra e agora, uma parte serve para o turismo e outra maior ainda fica para operação militares.
Certamente a montanha é o principal motivo pelo qual o Reino Unido não abre mão da cidade. A montanha é uma verdadeira fortaleza, apontando canhões para todos os lados.
Foi uma viagem maravilhosa, daquelas que por mais que o tempo passe, nossas lembranças não irão passar. Este é daqueles investimentos que valem uma vida toda. Mais uma vez trocamos as roupas das nossas almas.