Expedição pelo Brasil 2023 5 PIRINÓPOLIS, do ouro para o turismo.

5 PIRINÓPOLIS, do ouro para o turismo.


 

 

Foram os portugueses que povoaram a antiga região de Meia Ponte, em busca do ouro.  Exploraram oque deu e abandonaram a cidade, que entrou em crise e teve que se readaptar. 

Meia Ponte mudou de nome para Pirinopolis, a cidade dos Pirineus, por conta da semelhança daqui com as  montanhas de uma cordilheira que fica entre a Espanha e a França. A Serra dos Pirineus, lugar onde os peregrinos do Caminho de Santiago de Compostela mais se desgastam devido ao clima, subidas e descidas. 

 

 

Com a construção de Brasília a cidade se reerguer fornecendo matéria prima para a construção civil, especialmente pedras de quartzito, conhecida por aqui como a pedra de Pirinopolis e no restante do Brasil como pedra de Goiás. A pedra é especialmente usada para pisos e decoração de muros e paredes.  Aqui se compra um caminhão da pedra por 800 reais. No Paraná, muito usada para pisos em volta de piscinas, já custa muito caro.

Esta é uma das pedreiras que extrai o novo ouro de Pirinópolis.

 

 

O legado que ficou e vai ficar por muito tempo, são as edificações ao mais belo estilo colonial, quase todas bem conservadas. Hoje a cidade faz parte do acervo patrimonial material, imaterial e natural, protegida por tombamento municipal, estadual e federal.

Houve um tempo que chegaram os hippies com sua forma de vida alternativa, produzindo artesanatos e enaltecendo a natureza.  Com a abundância de cachoeiras, corredeiras nos rios e as montanhas que lembram a Europa, não deu outra. Pirinopolis se tornou um importante atrativo de turismo para visitantes locais, regionais, nacionais e já começa fazer parte de bons roteiros internacionais.

Além do povo hospitaleiro, são as cachoeiras que atraem apaixonados pela natureza e a cidade que atrai pela bela composição arquitetônica colonial e sua diversidade gastronômica.

 

 

 

 

 

 

 

 

A gastronomia goiana é um convite para a gula. O empadão goiano, a pamonha e a panelinha são vendidos em vários lugares. Por todo canto tem restaurantes com comidas típicas, mas a maioria se concentra em uma única rua, frequentemente lotada de turistas.  As lojas de artesanatos vendem roupas ao estilo hippie, com pouco mais de requinte.

 

 

 

Periodicamente a cidade promove festivais de artes, música e festas regionais. A mais famosa é a festa do divino, que acontece todos os anos. A festa dura vários dias e os cavalos e costumes sertanejos misturados com costumes medievais são as principais atrações.

Contam que no passado os negros eram impedidos de participar da festa. Inteligentemente, eles criaram um traje com máscara e roupas coloridos que não mostra a cor da pele do festeiro. Assim eles participavam secretamente. Acabou o racismo e as máscaras ainda fazem parte dos festejos. 

 

 

Sempre com nossa ideia de fazer caminhadas, partimos para um conjunto de cachoeira próximo da cidade. Caminhamos 7,5km até o local, tomamos um banho revigorante de cachoeira e voltamos mais 7,5 km. Foi bom para o dia considerando subidas e descidas, poeiras e asfalto, sol a pique e mormaço, com direito ainda de comer caju goiano direto do pé pelo caminho. 

 

 

 

O banho de cachoeira e o descanso no banco, foram vitais para nosso retorno até o camping.

 

 

 

 

Passeando pela cidade paramos e ganharmos uma aula em um ateliê onde produzem a nobre arte dos filigranas. Ade entendidas e entusiasta da nobre arte, agregou muitas novas informações.

Entrei numa cachaçaria onde o estoque mais parece uma coleção. As cachaças variam de preço desde 60 até 3.579 reais. Tem para todos os gostos e preços variados. Eu comentei com o proprietário: “Voce só não pode acabar com o negócio e querer consumir todo estoque”. Ele disse que gosta de provar dos vários sabores, mas é sempre comedido.

 

 

 

A noite passamos num bar onde músicos de alta qualidade tocavam blues, em outros ouvimos as mais puras canções de MPB, em outros canções nordestinas. O sertanejo mesmo, na terra onde nasceram grande parte dos famosos cantores, não está privilegiado. 

No sábado fomos assistir um festival de Jazz, com renomados artistas nacionais e internacionais. O local abriga 500 pessoas e quando chegamos, não tinha mais ingressos. Nossa alternativa foi ouvir e ver um pouco do show por cima do muro.  Acho até que cabia nós dois, mas não fomos convincentes com a porteira que cumpria ordens à risca.

 

 

Deixamos Pirinópolis e seguimos para Palmas, no Tocantins.

 

 

 

 

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