Paramos para dormir e jantar num belo posto, com direito a ficar abrigado e seguimos para Barreirinha, porta de entrada para os Lençóis Maranhenses.
Tem na cidade, bem próximo ao centro, um espaço gratuito para estacionamento de Motorhomes, ao lado de uma bela praça. Para ficarmos em locais gratuito, precisamos considerar que a segurança é relativa, que você tem que se limitar a abrir um toldo, colocar mesinha pra fora, lavar e estender roupas, enfim, é preciso respeitar o ambiente procurando não ferir a consideração dos moradores. Por estas limitações sempre gostamos de campings ou estacionamento de hotéis ou pousadas. Cobram uma taxa e fornece água, energia e segurança, além de permitir que você usufrua da estrutura do espaço, como banheiros, piscinas, sauna…
Encontramos a pousada do Rancho que recebe motorhomes. As pousadas são ótimas, muitas delas temáticas e sempre com um conforto e beleza na decoração.
Quase sempre tem um cachorro na pousada e muitos deles se aproximam e ficam sentados junto comigo. Acho que eu deveria ter um cachorro.
O Ibraim, proprietário da pousada fica o dia todo tratando de tudo como se fosse um hobby e é, como ele mesmo me disse. Sempre investindo no embelezamento e conforto dos seus hóspedes.
Dormir de graça é melhor por conta da economia, mas dormir em lugares bem decorados, faz bem pra alma. Alem dos nuances da construção civil tem também obras de arte por todo o espaço.
O Ibraim é um visionário e construiu a pousada com algumas particularidades que espantam e encantam. O telhado do salão fez com desnível, as colunas são retorcidas é uma é bem inclinada e as telhas são diferenciadas. Ele está construindo uma lanchonete, um restaurante e ainda vai melhorar o espaço para motorhomes.
A Pousada que nós estamos ofere os passeios pelas dunas com a Agência SANTUR e na cidade tem dezenas de agências que também oferecem passeios, além dos guias que vivem a caçar clientes. Depois de conhecer alguns roteiros e valores, decidimos por repetir um passeio que fizemos em 2012. Ir de lancha voadeira até Atins e voltar com a jardineira, uma caminhonete com bancos na carroceira.
Conhecer os Lençóis Maranhaenses é sonho de muitas pessoas e tem razão de ser o desejo. O Parque dos lençóis compreende alguns municípios no entorno de um deserto de areia, com centenas de lagoas cravadas em sua superfície, cercado de vegetação. O efeito da água com a areia, quando visto de cima, lembra muito um lençol solto em cima da cama, por isso o nome.
Fomos pelo Rio Preguiças e paramos para ver macaquinhos que roubam os turistas e todos acham graça. Muitos são surrupiados pelos macacos, apesar dos guias avisarem.
Subimos e descemos as dunas para ver o mar, que forma piscinas rasas, com temperatura quase morna. É preciso sair da água para se refrescar.
Na parada dos macaquinhos, enquanto Ade tomava um côco, vi este cara abrindo um côco com o cotovelo. Abriu e comeu a castanha. Eu mesmo tenho dificuldade de abrir usando um facão e ele, com o cotovelo.
De volta ao barco, próxima parada foi para ver o Farol da Preguiça de onde se tem uma ampla visão da região a 360graus.
Tem uma hora de parada e todos descem e caminham pela feirinha de comidas e artesanatos, onde uma senhora nativa anuncia a venda de “balsas, bonéis e chapéis “. Outro nativo grita no microfone que foi ele que inventou o sorvete no Maranhão.
Muitas das casas que estão dentro do Parque são feitas de troncos e galhos de árvores cobertas com folhas, isto por que, conforme as dunas mudam de formato, eles mudam de lugar, para não acabarem soterrados na areia.
Em Atins, um povoado que pertence ao município de Barreirinha, fomos comer o famoso camarão aberto, com tempero secreto que só a família do Antônio sabe fazer e não conta pra ninguém. Mas já tem imitadores, não com o mesmo tempero.
Na volta subimos na jardineira e paramos primeiro para um banho de mar. Todos descem e podem escolher banhar-se no mar ou nas piscinas que parecem aquecidas que o mar forma na praia.
Depois seguimos passando pelas lagoas em meio às dunas. Numa delas paramos para um belo banho e na outra fomos esperar o pôr do sol. Infelizmente as nuvens ofuscaram o majestoso se pôr naquele dia.
Pelas areias macias é até bom andar na carroceria de uma caminhonete, mas quando sai das dunas rumo a cidade, num longo trecho, os caminhos ficam mais apertados, com buracos, costelas de vaca e fica um tanto desconfortável.
Chegamos em casa já era noite, cansados de andar pelas areias branquinhas e macias dos Lençóis.
Dia seguinte ficamos em casa porque fomos convidados para o aniversário de 13 anos de uma das filhas do Ibraim. Teve feijoada no almoço e festa à noite.
Foi um prazer participar da vida pessoal dos novos amigos da pousada, Ibraim e sua família.
Novamente foi muito agradável passar uns dias nas proximidades dos famosos Lençóis Maranhenses, mas na hora da despedida, sempre é dá uma vontade de ficar mais, principalmente por conta das novas amizades.
Agora vamos seguir a rota das emoções pelo litoral do Maranhão, Piauí e Ceará.