Passeamos por Maceió de carro pela orla, depois paramos para andar pela beira mar. O flanelinha veio para cuidar e se ofereceu para lavar a Caca enquanto passeávamos. Era tudo que eu queria, bem estacionado, alguém cuidando e ainda limpando a nossa lata. Fomos no banco, almoçamos no shopping e fizemos compra num mercado grande.
Seguimos para a Praia do Francês, outra praia bem conceituada no cenário nacional, por conta de suas barreiras de corais, piscinas naturais, surf e coqueirais.
Praia do Francês ganhou este nome ainda no tempo do império, por que vivia por aqui um francês, conhecido contrabandista de paú-brasil. Por aqui nasceu Marechal Deodoro da Fonseca, o homem que proclamou a República e foi o primeiro presidente do Brasil.
Na pequena vila que pertence a cidade de Marechal Deodoro, só tem um estacionamento que recebe motorhomes, mas não tão belo, apesar de muito bem localizado.
Aqui encontramos um casal de africanos que estão percorrendo o mundo a bordo de uma Land Rover, com barraca de teto. Já passaram pela Africa, Europa e agora a América, de ponta a ponta. Eles falam inglês, muito pouco de espanhol e quase nada de português. Ficamos algum tempo tentando comunicação em português, em espanhol e em inglês e, quando não nos entendíamos, o Google tradutor ajudava. Foi possível um bom entendimento, usando palavras de três idiomas e o aplicativo.
A Praia do Francês atrai muita gente por conta de três lados bem atrativos. No lado esquerdo da praia ficam as piscinas naturais quando a maré fica baixa e as ondas ficam represadas na barreira de corais. Do lado direito, as ondas chegam forte do mar aberto até a areia, propício para surfistas. O terceiro lado é o continente adentro, com muitas lojas de artesanatos ricos em artes manuais e muitos restaurantes e lanchonetes badaladas.
Por onde passamos gostamos de conversar com as pessoas. Ade ficou um tempo conversando com uma senhora rendeira de “filó”, um bordado com linhas grossas em uma rede. Na despedida, a rendeira agradeceu Ade pela atenção e pelo carinho dispensado a ela. Ela acertou nos elogios. Disse que Ade é uma pessoa bonita, alegre, atenciosa e cheia de carinho, “um ser abençoado por Deus”, disse ela. Claro, terminou num gostoso abraço e eu pedi para tirar foto. Belo momento.
Por isso que replicam os poetas “a felicidade está no caminho”. Gostamos de conversar com os locais, sempre aprendemos um pouco e não rara vezes nos emocionamos com suas histórias, experiências e sabedorias.
Passamos a tarde na praia admirando e observando tudo que acontece na beira do mar. Tem muitos detalhes que acontece num dia de praia, ficamos horas vendo tudo acontecer.
O garçom tem sempre respostas para o que você quer saber. Os ambulantes tem diferentes formas de abordar. É só perguntar que eles contam o que sabem. Um sorveteiro disse que veio no interior em busca de trabalho e não entra no mar por que tem medo do peixe boi. Depois um vendedor de lindas peças de bronze, fabricadas pelo irmão dele e só ele que vende em toda Alagoas. Na barraca de praia, querendo ou não, observamos três mulheres que pediam comidas e bebidas caras e com fartura. Falavam alto, riam muito e se sentiam chics, tomando espumante em taças de plástico. Já estavam um pouco embriagadas e proporcionaram cenas de excessos para um lugar público, mas somente coisas de bêbados, sem escândalos ou imoralidades. Felizes naquele momento.
Nós também bebemos a nossa parte, sem tanta euforia.
A noite voltamos passear pela ruas centrais, onde ficam os restaurantes e lojas de artesanatos, quase todos os estabelecimentos bem decorados.
A Praia do Francês agora é também conhecida como a capital do beach tennis e promove campeonatos regionais, nacionais e internacionais da modalidade.
Paramos em um enorme restaurante com música aos vivo e uma decoração repleta de obras de artes. O gerente me ofereceu para provar um cachaça alagoana, claro que tive que pagar depois, mas aprendi um pouco da história da cachaça na região. Ele mesmo sonha um dia ter seu próprio alambique.
Depois fomos num restaurante com cardápio italiano, comer um prato regional com nome estranho, Chiclete de Camarão, uma delicia. Acompanhado com arroz e batatas, os camarões são servidos mergulhados num creme de queijo delicioso.
Dia seguinte acordamos cedo, fomos tomar banho de mar nas piscinas naturais, levantamos acampamento e partimos para mais um lugar bonito de se ver, Barra de São Miguel, ao sul de Maceió.