Expedição pelo Brasil 2023 14 PRAIA DA BALEIA e as delicias de viver com o pé na areia.

14 PRAIA DA BALEIA e as delicias de viver com o pé na areia.


 

 

Sempre consideramos as dicas de outros turistas que já passaram por lugares paradisíacos e nos recomendam. Deixamos a estrada principal que leva a Fortaleza e seguimos para Icaraí de Amontada, ou Icaraizinho, como é carinhosamente chamada pelos moradores. Tem o mar e o rio como principais atrativos. Tem piscinas naturais, dunas e mangue, considerada um paraíso também para os praticantes de Wind e Kit surf, por conta dos fortes ventos na região.

 

 

Fui pedir informação sobre um passeio de barco para um motociclista e ele disse que tinha uma lancha e que poderia fazer o passeio. Melhor não poderia. Tratamos os detalhes e seguimos para barranca do Rio Aracatiaçu, a 5 km de Icaraizinho.

Embarcmos num barco muito bem cuidado e a primeira atração já compensou o passeio. Passamos por um túnel, formados por árvores com galhos e raizes do mangue que formam um túnel. O barco segue desligado, levado pela correnteza. Antes era conhecido como túnel do mangue, mas como muitos casais vinha para oficializar um pedido de casamento, passou a se chamar túnel do amor. O barco segue navegando só com a corrente da maré. 

 

 

 

Paramos para comer ostras que o pescador tira da água e serve fresquinha, já aberta, com limão e sal. Depois uma rodada de caranguejos, também frescos, preparados na hora e muito bem temperado.

Logo chegou um casal dos Estados Unidos que, sem saber o que comer, vieram ver o que estávamos comendo. Por nossa recomendação, decidiram comer caranguejos  também. Eu e Ade até tentamos ensiná-los a comer. Foi divertido.

 

 

 

O passeio é curto e acontece na comunidade de Moita. Além do restaurante onde comemos, paramos também na Lagoa da Cobras com uma bela duna com areias que despencam no rio.

Com uma forma simples de servir, os restaurantes da Moita não tem sequer energia elétrica ou internet.

 

 

 

 

 

 

Voltamos vagarosamente, contemplando a região até chegarmos novamente no cais improvisado na barranca do Rio Aracatiaçu, um pouco antes dele desaguar no mar.

 

 

Chegamos no Beach Camping de Baleia, onde também encontramos amigos de outros campings. Cada vez mais aumentando nossa comunidade de amigos campistas, caravanistas temporários ou permanentes. 

Para chegarmos encontramos uma rua bloqueada por um morador que depositou no meio  rua, o material de construção enquanto construía, impedindo a passagem. Como são ruas estreitas, não pavimentada e com muita areia, veio a preocupação. A Caca pesa 4 toneladas e afundar na areia é coisa fácil pra ela. Por sorte, logo apareceu um rapaz de moto que se prontificou a nos levar por um caminhos alternativo, cheio de buracos e muita areia solta. Mas era preciso encarar. Nos buracos passei levemente e nas areias fofas, busquei as trilhas mais batidas, acelerando para não dar conta de atolar. Conseguimos, chegamos já estava anoitecendo.

 

 

Um casal vindo de São Paulo, nômades permanentes, aceitaram a proposta do proprietário e já fazem 3 meses que administram o local, sem pagar aluguel. Bom para os dois lados. O proprietário ganha com alguém de confiança cuidando do teu negócio é o alguém de confiança ganha moradia no pequeno paraíso natural. 

Não é a primeira vez que encontramos um gerente voluntário em pousada e camping.

 

 

Fomos novamente comer caranguejos num bar famoso da comunidade, mas não comemos. Os carangueijo estavam muito moles e com gosto estranho.  Chamamos o garçom e pedimos para recolher o prato e explicamos o motivo. Foi uma sequencia de pedidos de desculpas desde o garçom, passando pelo gerente e até o cozinheiro tentou se explicar. Não comemos e também não nos cobraram pelo prato. Justo.

É preciso estar precavido e ao primeiro sinal de um fruto do mar com aspecto, textura ou sabor estranho, melhor não comer. Os efeitos no nosso corpo podem ser horríveis e demorar dias para sarar. Melhor devolver, mesmo que o gaçon, o cozinheiro e o gerente não aceitem os argumentos ou tentem se justificar. Na dúvida, não coma.

 

 

Na Praia da Baleia fortes ventos sopram quase que o tempo todo, tornando agradável o dia todo, mesmo com o sol forte. Os ventos são tão agradáveis entre os meses de agosto e outubro, que as agencias de viagem vendem o turismo por conta deles

Estar acampado de pé na areia é de um prazer imensurável, ainda mais quando se faz amizade com um cão e ele te segue, brinca e até pousa para fotos.

 

 

 

Numa manhã, fui até a chegada dos pescadores na praia e fiquei conversando com um deles até a chegada dos paquetes. 

 

 

Paquete é o barquinho a vela que os leva mar adentro para pegar lagostas. As lagostas pequenas eles vendem ali mesmo na chegada. As maiores são vendidas para compradores exclusivos que embalam para exportação ou vendem nos restaurantes. Ele participa de um grupo na rede social de ofertas e compras dos melhores exemplares, que negocia lagostas graúdas e atuns acima de 80 kg.

Ele me disse que a lagosta sem olhar seria três reais cada uma. Fiz uma proposta dizendo que eu pagaria cinco reais a unidade se ele escolhesse só as maiores. Ele aceitou e eu comprei 10 lagostas das maiores e fui para casa. Paguei no Pix e olha que ele sequer tem telefone, usa o número de um amigo também pescador, que sequer tem conta no banco mas tem celular.

 

 

A cozinheira do camping me ensinou a cortar o crustáceo e lá fui eu machucar os dedos para cortar e limpar as lagostas ainda vivas. Enquanto eu cortava o Miranda, gerente do Camping ficava me dizendo que eu não tenho coração, que eu estava matando um animal indefeso e eu tive que me justificar que estava com fome e tinha que cometer tamanha atrocidade. Tudo brincadeira. Deu dó, mas o saborear depois compensou muito.

Com as cabeças das lagostas, Ade fez um caldo e uma farofa sob a orientação da cozinheira do camping.

 

 

 

 

Foi um almoço fantástico desde a compra até o prato elaborado. Nossa conclusão foi de que comer lagostas no restaurante é muito melhor, mas fazer pelo menos uma refeição do começo ao fim é prazeiroso e inesquecível. 

Depois ainda a cozinheira nos ofereceu um café coado com um típico coador regional, que nem o Moka Clube de Cafés Especiais que distribui os melhores cafés por todo Brasil, tem no seu estoque.

 

 

 

Ficar naquele local não dá vontade de ir embora, mas é preciso seguir, o Ceará guarda muitas surpresas.

Saímos novamente da estrada principal para conhecer Mandaú, Flecheiras e Guajiru, três simpáticas comunidades de pescadores que também exploram o turismo com qualidade. Hotéis, pousadas e condomínios fechados de alto padrão estão brotando por todo lado.

Para chegar passamos por uma estrada paradisíaca entre dunas, lagoas e o oceano com uma fantástica cor verde. 

 

 

 

 

Voltamos para a estrada principal, que leva para Fortaleza e paramos para comer numa churrascaria com péssimo atendimento e depois nas barracas da beira da estrada para comprar côcos, castanhas e artesanatos, com ótimo atendimento. Coisas do comércio. 

Seguimos para a metrópole Fortaleza. 

 

 

 

 

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