Rumo ao oeste conhecemos a região entre as cidades de Veranóplis e Nova Prata, mais uma rota se destacando no turismo do Rio Grande do Sul, batizada como a Rota da Longevidade. A região conta com várias águas termais, vinícolas, trilhas de aventura, hotéis e e até spa com banho de vinho. A região é privilegiada pela natureza, mas também destaco o zelo dos habitantes.
Paramos para o pernoite no quintal de um Centro de Eventos, muito bem cuidado, que alugam para motorhome. No belo quintal também estavam um casal de viageiros já aposentados, donos do próprio tempo, sustentáveis, ele com 74 e ela quase igual, realizando mais uma das suas aventuras, visitando todas as águas termais pelo Sul do Brasil.
Juntamos comidas e o papo transcorreu na mais pura troca de idéias sobre tudo.
Saímos em comboio (dois motorhomes) para conhecer a região. Primeiro visitamos uma plantação de morangos e a mais bela parreira de uvas que já vimos, com direito a degustação direto da fonte.
Em Vila Flores paramos para um lanche numa padaria que faz sucesso na região, instalada na Casa Fiori. A Casa Fiori foi edificada com tijolos feitos à mão e secados ao sol por Joaquim e Antonia Fiori, vindos do norte da Italia em 1.913, trazendo nova cultura sobre o cultivo, edificação e fabrico de pães e bolachas.
O atendimento é acolhedor e as opções de guloseimas são diversificadas. É quase possível comer com os olhos. Nas paredes, além de fotos antigas, tem a imagem e a história da Rainha Santa Isabel, padroeira da Casa Fiori e dos panificadores.
Visitamos o Seminário dos capuchinhos no centro de Vila Flores, que existe desde 1.946 e foi construído para abrigar seminaristas que na época lotavam todas as vagas da Ordem Franciscana na região . Hoje abriga somente 5 freis capuchinhos e se transformou em um complexo turístico com enoturismo, gastronomia, águas termais, lazer, descanso e espiritualidade.
A marca franciscana dos capuchinhos, legado de São Francisco de Assis, se incorporou na vida de Vila Flores.
Impresionante a beleza da Vinícola Cave dos Frades, dentro do Seminário, herança deixada pelos primeiros freis capuchinhos, vindos da França no século XIX. A produção de vinhos começou como forma de sustento dos quase 300 capuchinhos e agora é herança do turismo da melhor qualidade.
A disponibilidade de estoque é gigante. Nos corredores da cave entre garrafas e barris, além do aroma agradável, tem uma bela iluminação e o canto gregoriano tocando o tempo todo.
Uma capela bem no meio do Seminário, cuidava do exercício da fé entre os capuchinhos e a enorme mesa de madeira bem no meio da cave, cuidava dos rumos a serem seguidos.
Visitamos uma artista regional, que cria arte com barro do quintal. Conta que os pais dela quando chegaram da Italia foram edificar sua casa e depois de pronta a casa afundou. Foi assim que descobriram que no quintal tinha uma mina de barro de ótima qualidade para o artesanato. Assim, ela começou a fazer como brincadeira e faz até hoje, tira o barro do quintal e transforma em arte.
De volta ao nosso quintal, depois de ligar água e energia na Caca, baixar o toldo, colocar as cadeiras no quintal e uma bebida para celebrar mais um belo dia, Ade preparou uma deliciosa feijoada de vidro, que aprendeu com uma outra campista, em Porto Seguro.
Ela testou, deu certo e agora também repassa o conhecimento, muito útil para pessoas nômades.
Receita da feijoada de vidro:
1 – Um pote de vidro
2 – Coloque dois dedos de feijão cru
3 – Coloque os ingredientes da feijoada
4 – Preencha com água até onde está o dedo da Ade
5 – Tampe e coloque o vidro na panela de pressão com água 1 dedo acima da tampa
6 – Deixe na pressão por 20 minutos
Espere esfriar, guarde no armário e consuma nos próximos meses. Quando for preparar para comer, coloque mais água, deixe ferver, prepare a couve, arroz, laranja e sirva uma feijoada completa, com direito ao caldinho antes de comer.
Ade complementa que também pode fazer o feijão simples, o feijão gordo e até, com outros ingredientes que ela ainda vai testar. O importante é que ela aprende, executa, aprimora e repassa.