Seguimos rumo a Chapada Diamantina, conhecer fazendas de café na cidade de Piatã, onde a Bahia é destaque na produção das melhores bebidas do Brasil. A região fica numa altitude de mais de 1.300 metros, tudo que o café mais gosta.
Ade, João e eu fomos acompanhar o Hugo em mais uma das visitas caçando os melhores cafés para suprir o Moka Clube de Cafés Especiais, em Curitiba . A viagem foi para provar o café, produzidos por pequenos fazendeiros.
Fomos recebidos pelo Renato, pela Tainá e pelo Benjamim, um super bebe de 2 anos. Nós dormimos no quintal da fazenda, ao lado do terreirão.
Por ali os cafeicultores estão desenvolvendo técnicas para produção de cafés especiais, para atender um mercado que cresce em todo mundo, tanto de produtores como de tomadores de café.
Depois de colhido, escolhidos e beneficiados, as sementes que produzem o café de boa nota, são vendidas em leilões e o restante é comercializado pela Cooperativa dos produtores.
As fazendas geralmente são pequenas, de agricultura familiar e os moradores da região se revezam no período da colheita. A maioria são mulheres.
No mais tradicional concurso de café do Brasil, em 2018, entre os 37 concorrentes, a bebida da Chapada teve 46% das sementes premiadas. Os 29 juízes de 10 países diferentes, escolheram os cafés de Piatã, dentre mais de mil lotes avaliados.
Com o crescente aumento da produção de cafés especiais, os produtores ganham mais e ainda abriram um novo negócio, o turismo rural, que atrai especialistas, compradores e apreciadores, de várias parte do planeta.
O café especial da região atrai pelo prazer diferenciado, com acidez acentuada e remetem a sabores que lembram mel, chocolate, pêssego e frutas cítricas.
Durante a avaliação, a comissão julgadora concede pontos numa escala que vai de 0 a 100. Os cafés premiados alcançam mais de 85 pontos. Vários de Piatã, alcançaram mais de 90 pontos.
Com a premiação, além do reconhecimento do produtor, a safra é valorizada em leilões internacionais, quando o cafeicultor multiplica seus ganhos. No lote mais caro de toda história, uma saca com 60 kl, foi vendida por R$ 55 mil ou R$ 917 para cada quilo. O mais caro de Piatã, atingiu R$ 19 mil a saca.
Nesta visita, o Moka Clube de Cafés Especiais com a presença do Hugo, merece destaque não somente pelos melhores cafés que escolheu para seus clientes, mas também pelo incentivo aos cafeicultores, apoiando a cooperativa.
A cooperativa é um bom caminho que muitos agricultores estão seguindo para sobreviver num País onde, quem produz na roça, geralmente, é o que ganha menos dinheiro.
Enquanto Hugo buscava a melhor bebida, torrando e provando na sede da cooperativa, Ade, João e eu sentia a vida passar na rotina de uma fazenda de café na Bahia, na pequena Piatã, inserida na Chapada Diamantina.
O almoço no sábado foi na Boca da Mata, um rústico restaurante que serve comidas regionais, onde cada mesa tem sua própria cobertura. Fica entre os picos da Chapada.
A noite fria por conta da altitude, em pleno mês de junho, lembra muito a necessidade de uma fogueira. O rapaz da fazenda montou os galhos, o Renato ascendeu com a candomba, uma raiz que produz uma resina altamente inflamável, que nasce na serra, e a Tainá fez um delicioso mucunzá e chá da casca do café.
Novos lotes escolhidos pelo Moka e voltamos para Porto Seguro para o Hugo Rocco, caçador de cafés e o João Maurício Rocco, nosso neto, embarcassem de volta para Curitiba.
Aceita um cafezinho passado na hora?