Pelo Brasil 2023 16 CANOA QUEBRADA, onde nos sentimos perdidos sem estarmos perdidos

16 CANOA QUEBRADA, onde nos sentimos perdidos sem estarmos perdidos


 

Saímos de Fortaleza para conhecer a Praia do Morro Branco, não vimos nenhum morro e a praia e as falésias não despertaram nosso interesse. Paramos no supermercado para abastecer nossa casa, bem em frente de uma igreja.

Acho que naquele dia nós não estávamos muito dispostos e recusamos procurar pelas belezas do lugar.

 

 

Seguimos viagem e entramos numa estrada para visitar o Museu do Brinquedo. Quase atolei a Caca na areia e os brinquedos eram muito coloridos, mais sem arte de expressão. Nem foto eu tirei.

Seguimos viagem, paramos em duas barracas de beira de estrada até chegarmos em Canoa Quebrada, nosso destino para pernoite. Procuramos por pousadas e encontramos uma bem localizada que recebe motorhome.

 

 

Canoa Quebrada é uma praia que pertence ao município de Aracati, no Ceará, muito procurado por turistas de todos os cantos. O povoado ganhou este nome por causa de um português que chegou na praia e seu barco quebrou. Sem poder consertar, ele deixou o barco de presente para os índios.

Outro turista que também passou por aqui, pediu para um artesão local esculpir uma lua e uma estrela conforme o desenho que ele fez. Depois que partiu com o artesanato pronto, o artesão reproduziu e o símbolo se tornou a marca da praia da canoa quebrada do português.

 

 

A cidade é bem movimentada o ano todos e recebe turistas afoitos para conhecer suas falésias coloridas, suas dunas encantadas, o mar, as lagoas e os passeios, aproveitando o sol e o vento. Tem muitas opções de comida e de pernoite pela cidade toda.

A rua badalada é a Broadowey, calçada e proibido a circulação de veículos. Durante o dia quase ninguém frequenta, dando preferencia para as praias. A noite a pequena Broadowey fica agitada com pessoas circulando e consumindo.

 

 

 

Por conta dos ventos constantes os voos com parapentes são bastante concorridos. Tem poucos pilotos fazendo voos duplo e dezenas de guias vendendo o passeio. Dizem que aqui estão os maiores pilotos do Brasil. Não sei se é verdade, mas o que eu vi era dos melhores. Ele consegue levantar voo e pousar com segurança e conforto, num pequeno espaço, na calçada, entre fios de eletricidade, árvores e pedestres curiosos. O cara é bom.

 

 

Ao anoitecer chegou um casal e duas meninas, uma de 5 e outra de 4 aninhos. Foi paixão a primeira vista com as crianças. Já começamos a brincar de várias coisas e elas começaram a me chamar de vovô e Ade de vovó. Não tem nada melhor do que se entregar na inocência das crianças. Foi ótimo os dias que ficamos juntos. 

Saímos no meio da manhã para passear na praia com o objetivo de chegarmos até as falésias com areias mais coloridas. As falésias em frente ao povoado medem até 30 metros de altura. Antigamente a prefeitura mantinha escadas para descida até a praia. Como a terra não é firme, tinha que fazer maunutenção sempre e ainda assumir as consequências de acidentes pessoais que poderiam acontecer. A decisão foi a mais simples, não sei a maelhor, mas retiraram todas as escadas de acesso e agora somente descendo pelas areias, nos caminhos que a erosão criou.

 

 

 

 

Passamos por várias barracas, sempre assediados pelos marketeiros que vendem os restaurantes. No caminho encontramos um pescador limpando peixes e o dono de um restaurante esperando para levar os peixes frescos para seu restaurante. 

O pescador tentou ensinar como tirar o filé de uma cavala, mas a excelência que ele tem só se ganha com muita prática e longos tempos praticando. 

 

 

Depois de alguns minutos conversando, conhecendo a história dos dois que são nativos, ficamos sabendo que por aqui são 4 famílias de fundadores, que habitam este pedaço há mais de 200 anos. Acabou que todos são parentes e se ajudam no comércio e promoção do turismo. 

Antes de partirmos, recebi um convite que confesso me comoveu. O pescador me convidou para morar na comunidade dele, pra sempre. Disse que ia me ensinar a pescar e seria muito bom ficar horas conversando. Infelizmente não pude aceitar o tão honroso convite, mas já tenho onde morar, quando quiser. 

 

 

Seguimos caminhando e as falésias coloridas nunca que chegavam. Resolvemos parar no Porto Canoas, um empreendimento gigante construído há 30 anos passados. Ninguém sabe direito o motivo, mas todo investimento feito foi abandonado quando ainda estava por terminar. Uns dizem que era dinheiro de trafico e outra versão conta que os investidores tinham informações previlegiasse de que naquele local seria construído um cais para atracar navios de cruzeiro. O cais não saiu e a vila virou fantasma, com belas edificações se deteriorando. 

 

 

Quando resolvemos voltar preferimos a estrada e aí deu ruim. A estrada não voltava para a cidade sem dar uma enorme volta. O sol estava quente e descobrimos que estávamos perdidos, sem estarmos perdidos. Sabíamos onde estávamos mas não sabíamos qual o caminho mais curto para voltar.  A gente estava perdido sem estar perdido. 

Já preocupados em encontrar o caminho mais curto, cansados, resolvemos pedir carona para o único carro que passou por nós. Uma mulher parou e nos deu carona. No caminho ainda percebemos que estávamos dentro de um condomínio fechado, com guarda na portaria e proibida entrada de estranhos. Além de perdidos ainda fomos invasores. 

Ade disse que sempre caminhamos e nunca pedimos carona e ela respondeu que nunca dá carona pra ninguém, mas resolveu parar. Foi um milagre ela aparecer e nos levar até a porta de casa. 

Foi mal, vamos tomar mais cuidados quanto aos caminhos e distancia a serem percorridas em nossas caminhadas. Graças a mulher que nem sabemos o nome, chegamos em casa depois de 12 km caminhando. 

 

 

Para o almoço, Ade preparou um delicioso risoto de camarões com tomates secos, almoçamos e descansamos naquela tarde quente. 

A noite voltamos para a Broadowey, o centrinho agitado da cidade, onde todos chegam para passear comer e comprar.

 

 

 

Foi um desencontro de informações mas conseguimos encontrar o famoso pastel de arria feito pela Dona Nega. Muitos há muito tempo fazem o pastel de arraia, cuja receita é repassada de geração em geracao. O pastel e delicioso pastel já virou comida típica da cidade.

 

 

Todos os dias tomamos o café da manhã e no lado que eu sento da mesa, se tinha uma bela visão. Eu olhava o mar e de a pousada. Um dia resolvi trocar de lugar com ela e ela ficou maravilhada de tomar café com a Lind paisagem e sol adentrando nossa casa, sem contar o vento refrescante que sopra o tempo todo.

Do alto de onde a gente estava, a visão era toda espetacular.

 

 

 

 

Fomos embora de mais um lugar que poderíamos ficar mais sem cansar. 

 

 

 

 

 

 

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